capítulo 64

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As imagens de Dastan não saiam da minha cabeça.
- Bom dia Luna. Uma voz calma disse abrindo a porta, era a médica do elevador seus cabelos loiros com mechas já brancas devido a idade estavam perfeitamente presos em um rabo de cavalo alto, seus olhos castanhos brilhavam e ela tinha um sorriso em seus lábios.
Morte segurava minha mão e eu olhava para a janela.
- Tiveram uma grande aventura ontem. Disse ela.
Voltei meu olhar para a janela, ela se aproximou da cama.
- Se sente bem querida? Indagou ela.
Permaneci em silêncio.
Ela me dissera que tiveram queimaduras na passagem do ar e o sangue era resultado do esforço para tentar falar, ela também me deu notícias sobre Dastan me disse que nada havia acontecido ainda nenhum sinal de melhora, isso partiu meu coração.
- Você vai ter que ficar aqui até sabermos exatamente os danos que a fumaça causou.
Morte entrelaçou nossos dedos e beijou minha mão.
- Você quer algo Luna? Perguntou ele acariciando minha mão.
Balancei a cabeça negativamente.
- O que você e Dastan são? A médica ficou na frente da janela me forçando a ter que olhar para ela.
- Eles são namorados. Disse Morte com certo desconforto.
- Ah entendo e você o que é de Luna? Ela já estava sendo inconveniente.
- Eu... sou um amigo. Morte respondeu com relutância.
A médica parecia desconfiada, mas em seguida se despediu e saiu do quarto.
Fiquei em silêncio encarando o nada.
- Luna, pode olhar para mim? Sua voz era calma, mas de uma força sem igual.
Olhei para ele, seu olhar era de cautela.
Sua mão passou por meu rosto acariciando e depois passou por meu cabelo.
- Eu não sei o que pode acontecer, mas vou estar do seu lado, eu sei que não é o momento certo para te dizer isso sei que está sofrendo por Dastan, mas eu vou estar aqui, vou estar sempre aqui porque eu amo você Luna.
Eu sabia dos sentimentos que Morte nutria por mim, mas eu não sentia o mesmo, de certa forma gostava dele, mas nunca seria nem metade do que eu sinto por Dastan, sei que me ver com Dastan fazia Morte sofrer.
- Não precisa me dizer nada Luna, não estou pedindo que me ame ou nada desse tipo estou pedindo para que você me deixe te amar, me deixe ficar próximo de você.
Apertei sua mão na minha e ele passou os braços entorno de mim me abraçando, ele se afastou e beijou minha bochecha.
- Cam quer ver você, então vou sair e  deixar que ele entre.
Morte beijou minha testa e saiu do quarto segurando a porta pra Cam entrar.
O olhar de Cam era de tristeza e cansaço, ele correu até a cama e me abraçou.
- Minha Luna.
- Estou bem. Falei baixinho, mesmo com a medicação a dor era intensa a médica aconselhara que eu falasse sempre baixo e que não me esforçasse tanto para falar.
- Dastan está bem? Lágrimas se acumularam no canto de meus olhos.
Cam olhou para baixo.
- Cam?
Ele engoliu em seco e passou as mãos pelos cabelos exibindo preocupação é aflição.
- Ele está com uma infecção forte, os resultados dos exames chegaram a pouco. Os médicos não sabem se ele vai sobreviver.
Me encolhi as lágrimas escorreram por meu rosto e Cam segurou meus braços.
Ele não podia morrer, não podia eu não podia mais salvar Dastan, o que seria de mim sem ele? O que eu faria se o perdesse?
O desespero tomou conta do meu peito, os vidros da janela quebraram e os cacos caíram ao chão.
Cam notando o que estava acontecendo me abraçou mais uma vez.
Eu soluçava e minha respiração acelerou, as máquinas começaram a apitar.
- Luna, se acalme. Gritou Cam.
Suas mãos seguraram meus braços e seus olhos verdes preocupados me encaravam.
Uma ventania se espalhou pelo quarto, os cabelos escuros de Cam caindo sobre seus olhos.
Meu corpo começou a arder, um forte calor me tomou por completo, sentia que meu corpo iria explodir.
Ele começou a gritar por enfermeiras.
Segurei seus braços o puxando para perto.
- Feche os olhos. Falei o mais alto que pude, sentindo como se minha garganta estivesse sendo rasgada.
Seus olhos assustados se fecharam.
Meu sangue fervia, os aparelhos no quarto apitando mais alto.
Médicos e enfermeiras começaram entrar no quarto, afastaram Cam de perto de mim.
Morte logo em seguida entrou no quarto, seus braços me envolveram me segurando firmemente.
- Eu estou aqui. Disse ele calmamente.
- Fechem os olhos. Joguei todos para as paredes a tempo, Morte continuou me envolvendo, uma forte luz tomou meu corpo iluminando o quarto todo, os vidros dos aparelhos voaram pelo ar, se espalhando por tudo, a luz forte se dizimou e todos olharam incrédulos pelo ocorrido.
Morte me encarou, seu olhar parecia cansado como nunca antes eu tinha visto, devagar os médicos começaram a levantar, eles trocavam olhares confusos.
Cam se aproximou averiguando se eu estava bem...

A Maldição da Lua Vol: 2 Entre a Lua e o SolOnde as histórias ganham vida. Descobre agora