Capítulo 95: A batalha

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Me encarei no espelho mais uma vez e  pensei que em algum lugar ele estaria mandando força pra mim, ele estaria orgulhoso do que eu tinha me tornando? Eu ia lutar por ele, ia lutar por todas as almas boas que morreram por conta dessa maldição, iria lutar por meus pais, por Dastan, por Gaston e Eveline e cada um daqueles que eu vi morrer e por aqueles que ainda morreriam, a maldição tinha um preço o qual eles não deveriam pagar por mim, mas eu ia fazer suas mortes terem válido a pena.
Ele esteve ao meu lado da primeira vez e eu queria acreditar de que de certa forma ele estaria lá, ele sempre acreditou no que eu podia fazer e aquela era a hora de provar que ele estava certo.
Tinha guardado desde a sua morte o anel que ele me pedirá em casamento e agora parecia o melhor momento para usa-lo, coloquei ele em meu dedo com lágrimas nos olhos, agora eu estava pronta.
A escuridão tomou meus olhos e após isso a luz da lua iluminou meu rosto e minha visão.
Eu estava em uma área enorme que se estendia por sabe se lá quantos quilômetros, não havia nada, nenhuma árvore, nenhum ser, apenas eu em meio aquele cenário, uma luz alaranjada tomou o céu, era o sol se aproximando da lua, eles se aproximaram dividindo o céu em cor marfim e laranja, até que se encontraram, formando um eclipse, as cores se mesclaram com a escuridão do céu e essa foi a única iluminação. Surgindo do sol e da lua dois tubos de cores uma laranja e outra marfim iluminaram a terra e no lugar onde iluminaram surgiram Lua e Sol, em suas armaduras brilhantes, frente a frente. Eu estava a pouca distância, os dois me estenderam as mãos, eu me aproximei, dei uma mão a Lua e a outra a Sol.
- Está na hora de acabarmos com isso. Disse Lua.
Os olhos dos dois se fecharam e eu fiz o mesmo senti um forte calor em minhas mãos e as letras por meu corpo queimarem.
- Hoje a batalha final entre Lua e Sol se dará através do receptáculo de poder, hoje a criança estará mais forte do que nunca, estará no ápice do seu poder, a maldição já foi escrita e não poderá ser quebrada, o vencedor não foi determinado. Lua e Sol diziam juntos como uma voz só.
Abri meus olhos e a maldição estava escrita no céu e era ela que iluminava todo o campo ao nosso redor.
- Que a batalha comece. Lua disse.
- Não se contenha, querida.
- Nem por piedade, querido.
Lua segurou minha mão e me transportou até o começo do campo, ao seu lado.
- Trouxe algo pra você. Ela disse fazendo um gesto com a mão e ao meu lado surgiu Gadriel, com uma armadura feita de prata.
Sorri nervosa ao encontra-lo.
- Eu realmente não queria encontrar você aqui.
- Eu viria de qualquer jeito, vou te proteger para sempre.
- Eu sei.
- Fique pronta, Luna. Gritou Lua.
Já empunhava minha espada.
Lua ergueu seu exército e eles preencheram metade do campo, a outra foi ao mesmo tempo preenchida pelo exército do Sol.
Lua estava ao meu lado, sua espada brilhava tanto quanto seu rosto, ela tinha seus lábios fechados em um sorriso.
- Eles vão atacar quando você ordenar, Luna. Disse Lua.
Apertei a espada entre os dedos, minhas mãos suavam e meu corpo tremia, mas eu sentia como se eu nunca tivesse tido tanto poder, os escritos no meu corpo emitiam uma forte luz.
- Ataquem. Ordenei e eles assim fizeram.
O silêncio foi tomado pelo barulho das espadas se chocando.
Lua correu por entre seu vasto exército e eu fiz o mesmo, seguida por Gadriel.
Lua ia em direção a Sol e eu ia em direção ao seu exército, me elevei, pousando no meio de seus guerreiros, eles me atacaram como parte de plano.
Mas então em meio aos exércitos eu vi a aproximação de um exército não feito de luz como o de Sol e Lua e sim de bruxos,  e a líder, a líder era Dalila.
Era um vasto exército, os meus aliados também estavam ao lado dela e até mesmo Gregório e Geneviéve, meus avós gritavam em seu nome. Meu peito se inundou de fúria, mas eu precisava lutar.
Vi as lâminas de Sol e Lua se encontrando e a cada segundo o exército de Dalila se aproximavam mais.
Pude ver que Dalila estava com a coroa na cabeça e sorriu ao me olhar.
Quase não consegui me desviar de uma flecha que veio em minha direção.
Sol e Lua não estavam se importando com a nova companhia e aquilo me deixou intrigada.
Derrubei mais alguns dos guerreiros  de Sol e o exército de Lua me deu cobertura.
Dalila se mantinha atrás do seu exército.
Mesmo de longe tentei atingi-lá, mas fui bloqueada por uma barreira de feitiço.
Ela estava me atrasando.
- Morte. Chamei e ele surgiu em seguida.
- O que foi?
- Mantenha eles longe de mim, mas não os mate, eu quero dar um fim a isso.
Ele concordou desaparecendo.
Como uma rajada de poder que saia do meu corpo corri até Sol e Lua, mas eles voltaram cada um para seu lado após algo que Sol disse.
Desapareci e surgi ao lado de Lua.
- Temos que atacar esse outro exército.
- Isso é assunto seu e não me interessa em nada, vá logo e acabe com isso, acabe com Sol. Ela disse quase cansada.
Caminhei por entre os guerreiros e me coloquei bem ao meio dos exércitos, aonde os dois exércitos se encontravam.
Fechei meus olhos e me concentrei nos exércitos, pronunciei algumas palavras e os transformei em meus.
Metade deles ficou em tom de laranja e a outra metade ficou de tom de marfim.
- O que está fazendo? Indagou Lua.
- Eu falei que tinha escolhido o lado vencedor, o meu lado.
- Você vai se arrepender de ter me traído. Gritou Sol.
Morte surgiu ao meu lado.
- Eles vão atacar logo, mande os exércitos.
- Ataquem. Ordenei, mas vi que vindo de trás de mim havia um outro exército, esse liderado por Roland, pude ver que Cam, Sebastian, Jeny, Jeb, Lili, Cloe, Melissa e até os anciãos os exércitos e alguns dos meus seguidores empunhavam espadas e gritavam em meu nome.
Ordenei que meu exército abrisse passagem para eles.
- Deixe que da Dalila nós cuidamos, se mantenha forte. Gritou Roland.
Eu concordei e eles foram em direção a Dalila, Morte e Gadriel se juntaram a eles.
Sol e Lua vinham em minha direção, já tinham invocado seus exércitos e o meu lutava com vigor contra eles.
- Não esperava isso de você. Disse Sol.
- Tanto esperava como sabia, vocês realmente achavam que eu não percebia? Eu sei que vocês inspecionam até mesmo os meus pensamentos.
Eu sabia disso, era um pressentimento que se mostrou verdade naquele momento.
- Acharam que eu seria tola dessa maneira? Vocês nunca me ensinariam tudo, nem mesmo se eh realmente escolhesse um lado, mas enquanto eu mostrava fraqueza eu estava testando vocês, enquanto eu ficava forte, vocês ficavam fracos, não o suficientes para serem derrotados, mas sim para me deixar mais forte.
- Sua...
Lua me atacou com sua espada e eu lhe mostrei a nova versão de minha espada, parte poder da Lua parte do poder do Sol.
Nossas espadas se chocaram e Sol tentou me atacar, chutei seu braço impedindo sua espada de me atingir e o atingi com uma bola de luz.
- O seu erro foi me subestimar e achar que eu continuaria a mesma depois de tudo o que aconteceu, eu sou mais forte que você.
Ela me jogou para longe e me atingiu.
Rolei no chão, mas cravei minha espada no chão e me levantei.
Ela ficou ao lado de Sol.
Cuspi sangue no chão.
Lua me enfeitiçou, meu corpo ficou sobre seu controle e Sol fez o mesmo, eles sorriam. Abri meus braços como se quebrasse cordas de vidros.
- Mesmo juntos não me vencerão, eu sou o fim de vocês.
- Não, nós somos seu começo e fim. Disseram como se fosse um.
Eles me atacaram, vultos de luz laranja e marfim voavam em torno de mim. Como em uma dança, eu me desviava de cada um de seus ataques, mas um deles me jogou para longe, me fazendo cair em direção a batalha dos meus seguidores contra Dalila, eles estavam em apuros, me levantei sendo atacada pelas costas, mas sem cair no chão, pisei tão forte no chão e uma rajada de poder fez com que Dalila e seu seguidores olhassem em minha direção.
- In ruina eius hostibus. Como se arrancasse o coração do meu peito tirei uma bola de luz, a girei na mão e assoprei e assim surgiu um tornado de luz que ia em direção a Dalila e só atacaria a ela e seus seguidores, sem ferir ninguém que estivesse ao meu lado.
Isso daria uma pequena vantagem para meus aliados, mas não por muito tempo.
Após ser atingida mais uma vez nas costas me virei para Sol e Lua.
Eu arranquei a parte de cima da armadura, ficando somente de vestido, peguei uma adaga e cortei o tecido na altura do joelho, arranquei a coroa da cabeça e joguei nos pés de Sol e Lua.
- Eu nunca fui e nunca vou ser algo que vocês podem construir, eu sou Luna, sou o fruto de uma maldição, sou aquela que tem o poder do mundo em suas mãos e vai acabar com a maldição, eu sou o fim, o fim da maldição e o seu fim. Apontei para os dois.
- A traição tinha um preço, eu te adverti uma vez, está na hora de pagar o preço...
O olhar de Lua e Sol foram em direção a atrás de mim, olhei para o lado e vi Jeny cair de joelhos assim como todos os que ali eu conhecia.
Meu corpo tremia, eu não conseguia me mover, meus pés cravados no chão, eu não conseguia olhar para trás...

Olá, meus amores! Espero que estejam gostando.
Esperem pela parte 2, vai ser melhor ainda.
Vou colocar a tradução da música nos comentários, eu simplesmente amo essa música, é uma das minhas favoritas, guardei pro final porquê pra mim ela tem muito da história da Luna, eu tinha escrito o livro quando me deparei por acaso com a música e achei simplesmente perfeita para a história, espero que também achem.

A Maldição da Lua Vol: 2 Entre a Lua e o SolOnde as histórias ganham vida. Descobre agora