Capítulo 58

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Nos encaramos por um tempo, sua face sem expressão.
- Achei que seus segredos tivessem acabado Morte . Falei secamente o fazendo levantar a sobrancelha.
- Digo o mesmo. Me falou morte friamente.
Ele se aproximou olhando a palma de minha mão cortada.
- Vamos dar um jeito nisso. Disse ele arrancando uma faixa de tecido de sua camisa deixando a mostra a pele de sua barriga, ele era magro, mas seu corpo não era pele e ossos ele possuía músculos, não tá visíveis quanto os de Dastan, mas os de Morte lhe caiam muito bem.
Não tinha percebido isso antes, mas realmente aquela era um ótima visão.
Ele enrolou a faixa de tecido preto em minha mão a apertando com força me fazendo soltar um gemido.
- Me desculpe. Ele disse ainda amarrando o tecido.
Não havia percebido que atrás de mim um rastro de sangue havia ficado, estava tão desnorteada por tudo que havia acontecido que a dor foi deixada de lado e esquecida.
- Vai ter que dar alguns pontos em sua mão. Ele disse se afastando.
Balancei a cabeça afirmativamente.
- Do que estava falando antes? Indaguei ainda parada de costas para a porta.
- Esconderia por quanto tempo, que algo estava errado com você? Quando contaria que algo agora comanda seu corpo?
- Isso não é de sua conta.
- Então por quê eu teria que te contar coisas que eu sei? Isso também não é de sua conta. Ironicamente suas palavras saiam.
- Isso se trata de minha vida, não dá sua.
- Eu daria minha vida pela sua. Ele suspirou.
- Morte, você me escondeu isso, você sabia quem eles eram e mesmo assim não me contou, não posso confiar em você.
- Não diga isso. Ele passou as mãos pelos cabelos e andou pelo quarto em círculo.
- Eu quero que saia daqui, me deixe sozinha.
Ergui a cabeça e caminhei para o lado oposto do quarto.
- Mas Luna...
- Não existe mas assim como nada existirá entre nós. Aquelas palavras saíram como veneno, Morte perdeu sua face sem expressão e no lugar dela um olhar de mágoa tomou seus olhos.
- Quem sou eu para dizer o contrário, rainha.
Eu havia o machucado e as palavras e pensamentos de minha outra versão antes eram como sussurros, mas agora tomavam proporções exorbitantes, seus pensamentos bloqueavam os meus próprios pensamentos, ela o queria, ela sentia pelas palavras que eu havia dito e estava furiosa.
Ela começará a tentar me controlar.
Morte então correu até mim quando eu caí de joelhos.
- Luna. Ele gritou me pegando em seus braços.
- E...
- Me diga o que está acontecendo. Disse Morte com a voz preocupada.
- É ela...
- Fique aqui comigo, olha pra mim, se concentre em mim, não deixe que ela te domine Luna.
Os pensamentos dela eram fortes e sua vontade de me tirar do controle era tanta que ela lutava violentamente.
Balancei a cabeça de um lado ao outro como se aquilo fosse fazer tudo sumir.
Morte segurou meu rosto em suas mãos e me olhou nos olhos profundamente.
Foi como se aquele olhar fizesse a vontade dela aumentar, a fúria ser incontrolável e então ela me mandar para o interior de minha própria mente, enquanto ela dominava meu corpo.
Sua mão segurou o pescoço de Morte, seus lábios expressaram um pequeno sorriso e ela puxou Morte para mais perto, enterrou os lábios nos dele que pareceu surpreso no começo, mas que correspondeu os beijos com tanta paixão quanto ela o beijava.
Morte se afastou e os olhos se encontraram.
- Você não é minha Luna. Disse ele se afastando.
- Eu sou melhor que ela, eu quero você Morte.
- Mas eu não te quero, quero que Luna volte.
- Se depender de mim, isso vai demorar. Disse ela com tom zombeteiro.
- Traga ela de volta. Gritou Morte me chacoalhando pelos ombros.
- Se me ferir vai ferir ela. Ela sorriu ironicamente.
Morte que estava precionando os ombros soltou levemente.
- Assim é bem melhor. Disse Mexendo os ombros.
Eu só queria me ter no controle novamente, ela o olhava como um prêmio, como algo que ela teria que possuir.
- Deixe Luna voltar. Gritou Morte enfurecido.
- Mas eu sou a Luna. Disse ela com um sorriso.
- Não, você não é ela e nunca será. Ele rangeu os dentes.
- Você podia deixar essa bobeira de lado e vir aqui me dar um beijo. Ela se aproximou de Morte, suas mãos passaram por seu cima de seu peito.
Por um segundo ele deixou, mas no seguinte se deu conta que a pessoa a frente dele não era realmente eu e se afastou.
A porta se abriu bruscamente com um estrondo ao se chocar contra a parede com o instinto, ela se virou e assim encontrou Dastan.
- Luna, eu não quis...
- Cale se eu não quero ouvir suas mentiras.
- Não é ela Dastan. Disse Morte.
- Deixe Luna em paz. Advertiu Dastan.
Ele estava com sua fantasia e parecia triste, mas o que reinava em seu olhar era indecifrável havia uma grande mistura de sentimentos raiva, dor, mágoa, fúria...
- Eu sei como fazer ela voltar. Disse Dastan esperançoso.
- Não adianta mais me ferir, a dor não me abala mais. Disse segura de si.
Dastan então olhou para Morte atrás de mim.
- Depende da dor. Disse Morte vendo aquilo como uma opção.
- Morte, não faça isso comigo você me ama, não me machuque. Disse enquanto se virava e ia até ele.
Ele olhou para além de mim, para Dastan e fez um sinal afirmativo.
Dastan correu e me segurou tentava me desprender de seus braços.
- Eu amo Luna e não você, me desculpe por isso Luna. Disse ele se aproximando.
Dastan segurava meus dois braços e soltou um deles, Morte o segurou enquanto me debatia tentando se livrar dos braços de Dastan.
Sem nenhuma dificuldade Morte quebrou meu braço esquerdo como se fosse um graveto.
Ela gritou, eu sentia a dor agonizante assim como ela, tive que tomar a partida enquanto ela estava Vulnerável.
Morte segurava meu braço enquanto Dastan me mantinha de pé.
Ela começou a vacilar, a enfraquecer e essa era minha chance de tomar dela meu corpo.
A dor só piorava ela começou a suar frio a ficar zonza por causa da dor, isso também me atingiu me tirando a concentração, ela então não conseguiu mais controlar tomei o comando de meu corpo.
Pisquei algumas vezes, minha visão estava turva.
- É Luna. Disse Morte para Dastan que me pegou em seus braços e me deitou sobre a cama.
- Nós vamos dar um jeito nisso, a dor vai passar. Disse Dastan me olhando preocupado.
Ele saiu porta fora logo em seguida voltando com uma caixa em sua mão, não consegui saber o que era aquilo, mas quando Dastan se aproximou e senti uma picada em meu braço direito vi que aquilo era para amenizar a dor.
Comecei a me sentir sonolenta meus olhos começaram a se fechar, lentas piscadas e então a voz dos dois foi diminuindo até que cessaram...

A Maldição da Lua Vol: 2 Entre a Lua e o SolWhere stories live. Discover now