capítulo 40

8.1K 888 53
                                    

Já se passava da meia noite o rosto de Dastan assombrava meus pensamentos.
A horas chovia sem parar.
Eu estava sentada na ponta da cama olhando para o teto estrelado.
Depois de passar horas virando de um lado ao outro da cama enfim percebi que era inútil tentar dormir, a noite seria longa.
Gadriel estava dormindo e não queria o perturbar.
Fui com passos leves até o banheiro e liguei a banheira coloquei uma essência de rosas e tirei a roupa ficando com o corpo totalmente imerso na água quente.
Inclinei a cabeça a apoiando na beirada da banheira e fechei os olhos.
Ouvi o barulho baixo da chuva em alguns momentos trovões que logo em seguida se cessaram.
A espuma estava espalhada por toda banheira e o cheiro doce das rosas se espalhava.
Depois de um tempo naquela água fiquei relaxada e um pouco do imenso peso de minhas costas pareceu diminuir.
O cansaço se misturou com a sensação calma de estar na água o que me fez ficar com sono.
Meus olhos pesaram e aos poucos se fecharam.

[...]

- O que você faz aqui? Disse sonolenta.
- Eu não conseguia dormir e ouvi alguns barulhos vim ver se estava bem.
- Se isso for um sonho pode entrar na banheira comigo.
Ouvi um barulho alto e dei um pulo.
Aquilo não era um sonho.
Olhei para a banheira e vi que pouca espuma ainda estava e era essa pouca espuma que mantinha meu corpo não visível para ele.
- Isso nem em um milhão de anos é um sonho então saia do meu banheiro, do meu quarto, agora Dastan. Gritei.
Outro barulho, parecia mais perto do que o último.
Me enrolei na toalha e fui até a porta.
- Você pode sair do quarto.
- Não, vou virar de costas.
Ainda enrolada na toalha fui até o armário e puxei uma roupa qualquer.
Outro barulho.
Vi Gadriel olhando pelas janelas.
- Ande algo está errado. Ele gritou.
Fui até o banheiro e me vesti as pressas.
O encontrei na porta ele segurou minha mão e eu a puxei com força.
- Sei me cuidar sozinha.
- Cale a boca e venha.
- Não me toque.
- Você é lerda, ande logo.
Ele apertou a espada em sua mão.
Outro barulho ainda mais perto e então outro e a janela se despedaçou uma flecha caiu aos meus pés, ele me ergueu em seu braços, antes que pudesse fazer algo.
- Gadriel vá na frente.
Gadriel abriu caminho e ouvi o barulho ainda mais perto dessa vez.
- Tenho que te tirar daqui. Dastan disse parecia falar sozinho e emitia uma grande preocupação é nervosismo.
- Me deixe descer.
- Já disse pra calar a boca. Ele estava enfurecido.
- Não fale assim comigo. O chutei e ele nem ao menos sentiu.
Desci as escadas em seus braços até o segundo andar ele me levou a um corredor que nunca havia ido parecia ser um labirinto cheio de outros corredores.
Ele ainda comigo em seus braços me levou até um enorme quadro aonde era estampado uma mulher jovem, seu sorriso emitia um brilho que se espalhava pela pintura, um belo vestido bordo com pedras preciosas em todo seu corpete justo e que deixava a bela e jovem com enormes atributos.
Em sua mão esquerda um anel de safira.
Seus olhos eram escuros como seus cabelos ondulados que caiam em cascatas sobre seus ombros.
Era linda rosto oval e contorno do rosto delicado assim como sua feição e sobre sua cabeça a mesma coroa que era de minha responsabilidade usar e honrar.
- Essa era Margo, Luna. Gadriel falou.
- Ela era linda.
- Ela foi uma das antecessoras, rainha antes de você e foi uma das rainhas mais temidas e respeitadas ao mesmo tempo.
Dastan estendeu a mão e empurrou a pedra do anel que levemente recuou com seu toque e uma abertura do lado direito se abriu movendo devagar abrindo essa pequena passagem.
Dastan me levou até seu interior escuro ainda me carregando em seus braços, meu peso não fazia a mínima diferença para ele.
Ele estalou os dedos e um fogo se espalhou pela sala acendendo tochas e iluminando tudo revelando tudo que ali estava.
Armas e mais armas de forma e tamanhos diferentes todas elas guardadas em câmaras de vidro.
Dastan me largou com força em um sofá vermelho aveludado de três lugares, me levantei quase que instantaneamente.
A sala repleta por armas tinha uma enorme lareira no canto da parede a sala tinha parede de pedras antigas como as de fora do castelo.
Dastan acertou um soco na câmara de vidro que se despedaçou, então Dastan pegou a espada que continha.
Fui até outra câmara e com o cotovelo a quebrei peguei outra espada.
- Para quê vai querer essa espada? Indagou Dastan desinteressado com o que eu fazia.
Ele pegava espadas e outras armas a prendendo em um colete.
- Eu vou lutar.
- Não você não vai. Disse ele apontando com o indicador para mim.
- Quem vai me impedir? Ele foi mais rápido me segurou pela cintura juntando nossos corpos e depois de colocar a espada atrás das costas passou a mão pelo meu cabelo molhado que colava em minha testa.
Sua respiração mais acelerada juntamente com seu coração.
Seu rosto se aproximava e estava pronta para o beijar quando a cena de ele beijando Dalila me veio em mente.
Era tarde com um movimento certeiro ele segurou meu pulso e com uma algema me prendeu em uma das mesinhas presas ao chão aonde era o suporte da câmaras de armas.
- Ahhhh.
- Tola.
- Me tire daqui agora. Gritei me puxando da mesa sem sucesso para me libertar.
Ele riu.
- Gadriel me ajude.
- Eu acho melhor que fique aqui pode ser perigoso.
- Me tirem daqui.
A sala era fria e eu estremeci Dastan com um uma chama acendeu a lareira o que fez aquecer a sala.
- Fica fera indomável. Dastan disse sorrindo e puxou um enorme machado de prata que estava preso assim como outras armas em toda a parede.
- Não vamos demorar Luna. Gadriel falou.
- Eu vou. Dastan piscou cinicamente pra mim.
Os dois saíram juntos.
Com o pé na mesinha tentei puxar mais tudo que aconteceu foi uma vermelhidão no meu pulso direito o qual a algema prendia.
Eu estava com uma mão livre e assim tentei alcançar uma arma sobre uma outra mesinha.
Era inútil teria que esperar por eles.
Me puxava, retorcia, virava e nada disso adiantava.
Tudo o que fazia era ficar exausta.
- Que droga. Gritei puxando o braço.
Tinha que sair dali e lutar, mas o que podia fazer?
Quem poderia chamar?
Isso, eu tinha quem chamar por mais que aquilo fosse meu último plano teria que fazer isso.
- Você pode me ouvir? Pode vir até aqui? Eu preciso de ajuda.
Apenas silêncio.
- Me chamou? Sua voz era insinuante, parecia diferente.
Eu estava sentada no chão, seu olhar me fitava, analisava e verificava dos pés à cabeça.

A Maldição da Lua Vol: 2 Entre a Lua e o SolWhere stories live. Discover now