capítulo 44

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- E não importa o que eu faço você sempre volta pra mim.
- Não seja tolo morte.
- Dessa vez você foi machucada realmente.
Ele passou o dedo por meu pescoço.
A dor que senti no momento foi abafada pela vontade de clamar por Dastan.
- Eu senti sua falta. Morte disse devagar.
Estávamos sentados em um banco de cada um dos lados uma árvore com folhas avermelhadas que caiam no chão.
Eu me mantinha afastada sentada em um dos lados sendo escorada pelo tronco da árvore.
Na nossa frente um pequeno lago rodeado por pedras e depois dele apenas o horizonte.
Morte segurou minha mão.
Tirou o manto de seu rosto.
E me olhou.
- Eu sei o que está sentindo, não me odeie.
- Eu não o odeio só não quero ficar perto de você.
- Isso está me destruindo. Ele gritou me fazendo dar um pulo.
- Desculpa não quis te assustar.
- Estou bem.
- Eu nunca ia deixar que te machucasse, te protegeria com a minha imortalidade.
Ele andava na minha frente indo de um lado ao outro.
- Eu queria tanto te ver, mas não desse jeito.
- Eu estou bem, sou imortal.
- Isso não importa, mesmo sendo imortal isso não impede que sinta toda a dor de morrer.
Encarei o chão.
- Me diga o que tenho que fazer para ter seu perdão? O que quiser eu faço.
- Eu não consigo morte.
- Você quer que eu busque uma estrela.
- Posso fazer isso sozinha.
Fechei as mãos e os olhos e abri em seguida sentindo o brilho forte em meus olhos.
Me levantei e puxei sua mão colocando a estrela em sua palma.
Ele a olhou e a colocou dentro de seu manto.
- O que eu faço?
Ele abaixou a cabeça me sentei encarando o chão.
- Luna.
Ergui a cabeça ele veio em minha frente e se ajoelhou.
- Não faça isso...
- Eu imploro por seu perdão. Ele me interrompeu.
- Se levante. Pedi
- Não até ter seu perdão.
- Prepare-se pra ficar pelos próximos mil anos ajoelhado.
Me levantei indo até o pequeno lago morte me olhava perto do banco.
Aquela água serena e escura de alguma forma me puxava eu queria me jogar nela.
Sem pensar mais nisso me atirei no lago que era mais fundo do que tinha imaginado.
A água era escura mal conseguia ver acima de mim.
Mexia as pernas para não afundar.
A água então se agitou por um momento abaixo de mim.
E então senti meus pés sendo puxados para baixo.
Soltei o ar com muita força fazendo bolhas subirem.
Já estava sem fôlego.
Chutava, mas parecia que ainda mais mãos me prendiam subindo por minha perna me puxando para baixo.
Eu gritei sem que barulho algum fizesse, água entrou pelo meu nariz e boca e a senti queimando, meu pulmão se enchia com água.
Não via nada abaixo e muito menos acima.
A aflição invadiu meu peito.
Uma mão então puxou meu rosto e lábios frios se tocaram com os meus me passando um pouco de ar.
Eu queria tossir.
Então um forte brilho iluminou a água e pude ver morte a minha frente com a estrela em sua mão.
Ele abriu a outra mão que me segurava e fez sinal para que me acalmasse.
Outra puxada me fez sair de perto de morte, ele tentou alcançar minha mão que deslizou pela sua escapando.
Senti arranhões em minhas pernas e as mãos já estavam nos meus joelhos me puxando.
A luz então se aproximou e os lábios de morte tocaram novamente nos meus me dando ar.
Ele iluminou abaixo de mim e pude ver mãos pretas com garras enormes elas estavam cortando minha pele.
Senti uma dor intensa.
Haviam várias mãos sobre minhas pernas, morte puxou minha mão colocando a estrela nela e apontando para onde tinha que iluminar.
Iluminei e o vi se aproximar e ao passar as mãos pelas mãos daqueles que me puxavam, suas mãos queimavam e se tornavam cinzas.
Quanto mais ele fazia mais apareciam.
Eu estava ficando sem ar novamente meus pulmões ardiam ansiando pelo ar.
Morte percebeu e veio em minha direção nadando, segurou meu rosto e inflou meu peito com ar.
Franzi a testa as garras já estavam em minhas coxas rasgando minha pele.
Morte foi até elas em seguida me libertando de alguma delas é outras surgiram.
Estavam no meu quadril eu tinha vontade de gritar.
Me contorci.
Morte segurou minha mão e seus olhos tentavam me acalmar.
Seu cabelo loiro balançando de um lado a outro na água e sua pele reluzindo com a luz da estrelas.
Senti um pouco de alívio mas então uma garra alcançou minha barriga se fixando na minha barriga e me puxando para baixo rasgando minha pele.
Soltei a estrela a senti escapando por meus dedos.
Morte a pegou, veio em minha direção e me abraçou.
Senti um onda de calor e alívio pelas mãos começarem a se soltar.
Morte colocou minha cabeça na frente da sua e tocou meus lábios com os dele me dando ar e depois afastou seus lábios.
Olhei para baixo e mais mão surgiam.
Morte também percebeu e segurou minha mão dando pernadas na água fiz o mesmo sentido algumas vezes meus pés chutarem aquelas mãos.
Então olhei pra baixo e vi rostos totalmente pretos olhos vermelhos e dentes brancos e pontudos formando um sorriso demoníaco.
Morte puxou minha mão indicando que teria que me apressar, tínhamos descido muito e estava ainda longe de emergir do lago.
Me esforcei ainda mais para ficar longe do que quer que estava lá em baixo.
Olhei para baixo todos tinham os mesmos rostos e a mesma aparência corpo descoberto e extremamente esqueléticos.
Era perturbador o olhar que tinham.
Pude ver um pouco de luz e morte soltou minha mão saindo do lago.
Sem sua ajuda eu não tinha velocidade suficiente e estava sendo alcançada.
Cada segundo se aproximavam mais.
Senti um deles segurar meu pé e então com um puxão morte me tirou do lago, me segurano em seus braços ele me colocou de costas sobre o às pedras envolta do lago.
Puxei o ar com toda força.
- Você está muito machucada Luna.
Me virei para o lado vomitando e tossindo a água.
- Vomite toda essa água, ela é envenada.
Morte segurou meus braços.
- Respira devagar você vai ficar bem.
Depois de um tempo consegui parar.
- Você está bem, vomitou toda a água?
- Sim... Eu acho que sim. Disse devagar.
- Que bom, o que deu em você pular assim nesse lago?
- Algo nele me fez querer pular.
- Esse é o lago da aflição Luna, aqueles lá dentro não temem nada ele podiam ter te retalhado.
- Obrigado por ter me salvado minha vida. Disse respirando devagar.
Olhei para minhas pernas a calça que usava estava toda rasgada e haviam grandes ferimentos em minha pele alguns mais profundos.
- Luna, eu vou fazer a dor parar.
Ele passou as mãos sobre os ferimentos que com um calor se fecharam deixando quase que imperceptíveis marcas.
A dor parou e eu me deitei.
- Nunca mais faça isso. Morte falou deitando ao meu lado.
- Como pode me dar ar?
- Eu não preciso respirar, de certa forma eu estou morto, mas ao mesmo tempo sou imortal então é uma escolha não respirar é como comer sem ter fome.
Ele então ficou em silêncio.
Olhei para o céu escuro havia nela apenas uma abertura que fazia com que houvesse luz, mas sem Sol e muito menos a Lua.
Me sentei e morte fez o mesmo.
Ele tirou uma mecha de cabelo que estava grudado em minha testa.
Olhei para ele que lentamente se aproximava, seus lábios mais próximos dos meus eu não ia recuar e muito menos ele...

A Maldição da Lua Vol: 2 Entre a Lua e o SolWhere stories live. Discover now