capítulo 36

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Já me jogava tentando andar em direção ao quarto de Cloe, braços fortes me erguiam fazendo com que minhas forças fossem inúteis contra as do enorme segurança com cerca de 1,95 de altura e moreno que me impedia de passar.
Com um movimento da mão elevei o corpo dos enfermeiros e do segurança que estava do meu lado e dos outros dois que nos impediam de entrar no quarto de Cloe.
Os médicos tentavam reanimar Cloe sem sucesso.
Todos ficaram boquiabertos eu estava  segurando todos eles no ar.
O médico a frente de mim balançava a cabeça negativamente dizendo que Cloe estava morta.
Dei mais um passo e o vi recuar coloquei as mãos sobre o corpo de Cloe enquanto deixei que todos que mantinha no ar fossem contra o chão.
Dastan e Roland me olhavam e ao lado deles estava Sebastian e Jenny que limpava o rosto molhado pelas lágrimas, Cam entrou logo em seguida.
Fiz pressão sobre o corpo de Cloe não podia perder ela como havia perdido Eveline e Gaston.
O peito de Cloe se contraiu puxando o ar com toda força e no mesmo segundo ela arrancou o soro de sua veia e abriu os olhos.
Roland já a tinha em seus braços e eu caía em direções ao chão sendo amparada pelos braços de Dastan que me apanharam em um movimento preciso e rápido evitando minha queda.
Meus olhos abriam e fechavam pesadamente e a última coisa que vi antes de eles se fecharem completamente foram os olhos azuis escuros de Dastan.

[...]

Dastan

Era tão bom ver ela tão serena e com um leve sorriso em seus lábios que estavam avermelhados com a cor viva como a de um rubi.
Passei a mão por seus belos cabelos esbranquiçados e enchi sua testa com leves beijos.
Sua pele clara estava radiante assim como seu contorno dos olhos que eram emoldurados por belos e longos cílios pretos.
Eu estava a mais de duas horas apreciando o rosto de Luna como se fosse uma obra de arte.
Cada detalhe que senti falta de ver e que nunca prestei tanta atenção como uma pequena covinha ao lado do canto direito de sua boca que só podia ser vista quando ela emitia esse pequeno sorriso.
A vontade de beijar aqueles lábios rubis era quase que incontrolável, mas ao lembrar do que havia prometido à mim mesmo antes que a tivesse por perto como ela estava, era que me manteria a uma distância dela que não me envolveria com ela.
Havia tentado contar sobre o beijo, mas ela nem ao menos me deu uma chance de explicação.
Isso era de alguma forma um bom motivo para fazer com que ela não me quisesse por perto.
A conheço sei que por mais que ela tenha se afastado e fugido ao ver que todos precisam dela aqui ela não partirá ficará no castelo.
O que tornará mais difícil não poder tocar sua pele, sentir seu coração batendo rápido contra meu peito e o doce sabor de seu beijo.
Seus olhos levemente se mexeram e essa era a deixa para que saísse do quarto, corri até a porta e a fechei com mais força que o necessário fazendo um barulho alto.
Fiquei olhando para o chão e me afastei lutando comigo mesmo para não voltar para o quarto e enterrar todas as mágoas, a explicar tudo para ela e ganhar seu perdão, mas ao mesmo tempo sabia o que seria o melhor a fazer.
Desci a torre com rapidez e encontrei no pé da escada Cam e ao seu lado agarrada em seu braço Melissa.
- Ela já acordou?
- Sim acabou de acordar.
Desci as escadas o vendo subir com Melissa até a torre.
Cloe estava bem e depois de uma longa confusão que causamos no hospital pude trazer Luna para o castelo onde era sua casa.
Foi difícil convencer Gadriel que ele deveria caçar e que ficaria ao lado de Luna até que ela acordasse.
Andava olhando para o chão e então esbarrei em alguém.
- Me desculpe. Falei baixo olhando para o chão.
- Dastan.
Era a voz de Beatrice calma como de costume.
- Acho que pela sua feição não está bem.
- Estou sim. Menti descaradamente.
- Luna já está acordada, você queria falar com ela?
- Já estou indo, melhoras. Ela disse vagarosamente.
Não a tinha convesido.
Fui até o quarto e me enterrei na cama.
Será que enfim teria uma noite de sono?

[... ]

- Você me escondeu tudo, podia ter contado, mas não quis preferiu me esconder.
- Luna. Ele dizia com desespero em sua voz.
- Eu não quero mais te ouvir você brincou comigo, queria me usar para atingir Lua.
- Tudo isso mudou Luna, eu mudei.
- Não acredito em nada que saí da sua boca, em nada!
- Ao menos acredita no amor que sinto por você?
- Não, não acredito.
Seu olhar recaiu e ele perdeu completamente o brilho que tinha visto.
- Você foi o mais próximo que cheguei da felicidade.
Eu encarei o chão.
Depois de salvar Cloe fui levada para o submundo como de costume.
Estava feliz por ter salvado Cloe mais cansada de escutar o que morte dizia.
- Nunca quis que se apaixonasse por mim e me desculpa se estou partindo seu coração, mas eu não consigo você me magoou muito e eu não consigo te perdoar pelo que fez.

[...]

Pisquei os olhos algumas vezes me acostumando com a luz clara da torre e ouvi a porta batendo com uma força exorbitante quem é que fosse que estava no quarto realmente estaria apressado para sair.
Meu coração batia contra o peito freneticamente uma angústia sem tamanho invadia meu peito me fazendo querer derramar um rio de lágrimas me contive, não tinha motivos para isso (pelo menos era o que repetia mentalmente várias e várias vezes fingindo que não sabia o real motivo de querer derramar aquelas lágrimas) olhei para o belo teto da torre que era salpicado de estrelas reluzentes e brilhantes era uma grande riqueza de detalhes de um céu noturno e eu sentia que podia ali mesmo pegar uma daquelas estrelas.
Olhando para aquelas estrelas me perdi em múltiplos devaneios e em todos eles via morte ou Dastan era como se cada lembrança que tinha se misturasse com outra as ligando em uma enorme teia de lembranças, embaralhadas e de vários momentos e lugares distintos.
Ouvi leves batidas na porta.
Me ajeitei na cama cobrindo a camisola branca que vestia e sentando na cama.
- Pode entrar.
Vi primeiro o cabelos escuros de Cam e depois agarrada ao seu braço direito Melissa com um belo sorriso.
No intuito de parecer bem forcei um curto sorriso.
- Como está Cloe? Indaguei impaciente.
- Melhor do que nunca. Ele respondeu e sorriu.
Eles caminharam e se sentaram na beirada da cama.
Os dois me olhavam como uma mãe olha para seu filho quando esse se machuca.
- Mas não é com Cloe que estou preocupado. Ele disse colocando seu dedo indicador na ponta do meu nariz e o tirando logo em seguida.
- Estou bem, esqueceu que não posso morrer?. Menti na primeira parte, mas a segunda era verdade abri um curto sorriso.
Ele balançou a cabeça negativamente  e devolveu o sorriso.
O olhar de Melissa era de apaixonado, mas de Cam não tinham nenhum brilho ele não correspondia o que ela sentia e sabia que era por minha culpa.
Cam me analisando procurava por algo de errado me encolhi ao ter seu olhar em mim.
- Podem ir pombinhos eu estou ótima, aproveitem para fazer algo diferente e não se preocupem comigo.
Cam beijou minha testa e depois de grande insistência de Melissa ela conseguiu fazer que Cam saísse ainda relutante do quarto.
Quando abriam a porta para sairem falei:
- Chamem Lili e Cloe falem para elas subirem o mais breve possível.
- Tudo bem. Melissa assentiu e fechou a porta.
Queria falar com as duas agora que sabia que Cloe estava bem, garantiria que o casamento das duas ocorressem o quanto antes possível para que pudesse partir novamente sem ter o a culpa de ter atrapalhado ainda mais suas vidas.
Ficar longe de todos que eu pudesse ferir era tudo o que eu queria.
Me levantei da cama e no instante que fui entrar no banheiro senti sua mão fria em meu braço me puxando para frente dele.
- O que quer dessa vez? Perguntei com uma mistura de frustração, com surpresa e muita raiva.
Seus olhos me fitavam um forte arrepio tomou meu corpo enquanto seus olhos brilhavam como as estrelas do teto.
- Quero que prove do meu amor!

A Maldição da Lua Vol: 2 Entre a Lua e o SolWhere stories live. Discover now