capítulo 38

9.6K 972 127
                                    

O olhar dele me fazia quase ter uma recaída eu sentia meu corpo o desejando, mas meu coração já partido por ele venceu a batalha o que me fez levantar bruscamente.
Ele levantou em seguida ainda me fitando com o olhar.
Ele estava com a aliança na palma de sua mão direita e assim que percebeu que olhava para ela fechou a mão e a colocou no bolso.
- Já peguei tudo que precisava. Ele disse friamente.
A pouca luz que estava sendo emitida pelas estrelas do teto me fizeram perceber as pequenas mudanças de seu rosto.
Os belos olhos azuis escuros agora eram envoltos em grandes olheiras, ele parecia ter emagrecido.
Nós ficamos por segundos ou talvez minutos trocando olhares.
- Mais alguma coisa?
- Não... não. Ele disse indo em direção a porta segurando a adaga entre os dedos.
Ele queria falar algo, mas hesitou saindo do quarto em silêncio e me olhando ao fechar a porta.
Fui até a cômoda e apanhei a coroa em minha mão.
Ela era de uma máxima delicadeza com seus minuciosos detalhes.
Sua aparência não era de jeito nenhum mais importante que seu significado.
Uma rainha tinha que usa lá, mas essa garota não era eu.
A coloquei sobre a cômoda novamente e peguei o livro de minha mãe em minhas mãos, passei o dedo sobre as pequenas partes da escrita da capa e enfim ligando uma parte a outra e imaginando algumas partes vi que era um L que era estampado na capa, com os anos ela foi se desgastando.
Lisandra presumi passando os dedos novamente e respirando fundo contendo as lágrimas, abri o livro relendo novamente o que ela havia escrito.
Folheie as páginas e encontrei uma foto não reconhecia quem estava nela, somente meus pais e em seus braços eu.
Ao lado de minha mãe estavam um casal o homem tinha o mesmo sorriso que minha mãe, linhas faciais rígidas formando um rosto com um pouco de frieza a mulher era de um rosto amargo não emitia qualquer feição de felicidade, seu rosto era lindo porém ele emitia apenas amargura.
Os dois vestidos perfeitamente ela usava um belo vestido esmeralda justo nos lugares certos do corpo e ele terno de linho preto com uma gravata celeste.
Minha mãe usava um vestido solto com um tom de azul claro e meu pai uma calça social básica e uma camisa social branca.
Eles estavam a frente de uma parede decorada com um papel de parede listrado nas cores pretas e brancas.
Depois de um tempo olhando cada detalhe da foto a deixei sobre a cômoda.
Folheie cada página do livro buscando por novas lembranças, mas apenas o que encontrei foi poeira, meus olhos já estavam começando a pesar o que significava que eu precisava muito dormir.
Fui até a cama e me deitei puxando uma coberta.
Olhei para o teto piscando cada vez mais devagar até que adormeci.

[...]

- Quem é? Perguntei sonolenta.
- Seu café da manhã! A voz animada de Lili e Cloe em coral.
Movimentei a mão fazendo com que a porta se abrisse e as duas ( pelo barulho no chão) entrassem saltitando no quarto vindo em minha direção.
Eu estava com a cabeça em baixo do travesseiro.
A coberta foi puxada e o travesseiro jogado do outro lado do quarto.
- Meninas.
- Olha quanta coisa a gente trouxe.
Abri meus olhos e olhei para a bandeja nas mãos de Cloe.
Havia um enorme pote cheio de enormes , vistosos e vermelhos morangos, suco de laranja, pães, uvas, torradas, geléia e cereal.
- Só pra avisar o exército fica lá em baixo, não aqui.
Elas riram.
Peguei o enorme pote de morangos e os devorei.
- Nossa para onde fugiu não tinha morangos? Lili perguntou.
Engoli em seco e pousei o morango que segurava no pote.
- Luna?
- Luna?
Eu estava olhando para frente em silêncio perdida em minhas lembranças da cabana e de morte.
- Luna?
- Sim.
- Você está bem?
- Sim estou. Abri um pequeno sorriso.
- Os anciões querem falar com você.
- Tudo bem, depois que eu tomar um longo e demorado banho vou os encontrar lá em baixo.
- Nós avisaremos.
- Uma pergunta, Geneviéve e Gregório estão lá?
- Sinto lhe dizer, mas estão.
Fiz uma careta que fez as duas rirem.
- Mas antes de descer. Cloe foi até a cômoda e pegou a coroa a trouxe até mim, passou com delicadeza seu dedos finos por meus cabelos e colocou a coroa sobre minha cabeça.
- Eu não te agradeci pelo que fez por mim.
- E não é necessário que faça agora, por minha culpa você foi ferida eu devia proteger vocês, uma rainha deve proteger seu povo e principalmente sua família.
Tirei a coroa da cabeça e a coloquei sobre o colo.
Olhei para os olhos escuros de Cloe e passei a mão pela pele morena de seu rosto.
- Você é nossa rainha. Lili falou se aproximando de Cloe.
- Eu nunca vou conseguir ser uma boa rainha, mal controlo meus poderes como vou controlar os clãs.
- Tudo vai se resolver Luna. Cloe disse esperançosa.
Sorri como pude.
- Agora vá se arrumar. Lili disse cortando o clima pesado que a conversa havia tomado.
As duas saíram e enquanto tomava  suco peguei do armário um vestido um pouco acima dos joelhos com finas alças, discreto decote e coberto por camadas de flores vermelhas que eram espalhadas por todo o tecido branco que formava o vestido.
Tomei um longo banho e depois de escovar os dentes e prender meus cabelos em uma trança simples estava pronta para descer.
Não me importava com minha aparência só não queria que ninguém me achasse tão desleixada.
Apanhei um par de sapatilhas de um armário completamente amarrotado de sapatos de salto altos e sandálias ainda maiores e mais extravagantes.
A sapatilha era simples e delicada com uma cor fraca mais puxada para um tom de rosa havia um pequeno detalhe com brilho sobre ela.
Olhei para a coroa e saí porta fora descendo em direção a sala de reuniões.
Passei por alguns corredores, mas o castelo estava quase que vazio sabia que estava três andares a cima dos exércitos e que os anciões estavam como sempre na sala de reuniões e que os membros da família deveriam estar se preocupando com suas próprias coisas.
Cheguei até a sala de reuniões e bati apenas uma vez até que a porta se abriu e pude ver o curto e cansado sorriso de um ancião que tinhas longas e fundas linhas de expressão e rugas por todos os lados e uma cabeça já grisalha.
- Ainda se lembra de mim majestade?
- Vincent, não é? Disse devagar e envergonhada.
- Não se esqueceu de mim pelo que parece.
Ele abriu um pouco o sorriso e me deu passagem para dentro da sala.
Os anciões como sempre estavam sentados, passei meus olhos por todos eles até que encontrei o rosto frio de Geneviéve e o amargurado de Gregório que no mesmo instante me olharam com frieza e fúria.
Meus olhos então encontraram no canto da sala sentado em uma poltrona aveludada vermelha em baixo de uma longa janela por qual passava os raios do sol iluminando a sala toda Dastan, ele me olhou ao mesmo tempo, nossos olhares se encontraram analisando um ao outro.
- Sente Luna. Vi Pedro puxar a cadeira na ponta da mesa.
Ainda com meus olhos vidrados em Dastan me sentei e agradeci a Pedro.
Pedro então se sentou ao lado de Beatrice que abriu um enorme sorriso quando me virei para ela.
- Então Luna como se sente?
- Poderosa e Perigosa são as duas palavras que podem definir pra vocês a minha real situação.
Todos ficaram boquiabertos inclusive Dastan que se aproximou e se sentou na ponta contrária da mesa.
- Nós queremos e podemos te ajudar Luna, ainda não sabemos muito bem o que fazer porque sua situação é única, mas temos que lhe dizer que algumas coisas podemos fazer para garantir que tudo não piore. Vincent disse.
Olhei para Geneviéve que revirou os olhos e logo se levantou da cadeira marrom dos anos 80 que sentava  saindo seguida por Gregório que bateu a porta fortemente fazendo com que meus olhos se fechassem com o choque.
Respirei fundo.
- Prossiga. Disse com rispidez.
- Acho que primeiramente você não deveria mais usar seu poder por um tempo. Disse Beatrice calmamente.
Isso não era de todo o pior por um longo tempo fui uma "humana normal" ficar sem usar o poder não seria ruim.
- Queremos que fique o maior tempo possível na torre ou na biblioteca, nós procuraremos nos livros e em antigas histórias e lendas, mas temos que garantir que fique sempre longe do maior número possível de pessoas.
Continuei a olhar seriamente para Pedro e para Beatrice.
- Queremos que nunca fique sem proteção já que não vai poder usar seu poder. Miguel disse (se é que aquele era seu nome)
- Gadriel sempre ficou ao meu lado ele pode me proteger, não quero ninguém do exército perto de mim. Rebati suas palavras.
- Luna, Gadriel continuará ao seu lado, mas não será o suficiente para sua proteção. Pedro disse em um tom levemente reduzido.
- Nós não pensamos em alguém do exército, pois, eles não sabem de nada sobre a alteração de seus poderes, então pensamos em alguém mais próximo. Disse Amélia que era se eu me lembrava direito par de Vincent ela quase nunca se pronunciava.
- Quem? Indaguei impaciente.
- Dastan. Pedro falou devagar.
Meu olhar foi direto para Dastan que olhava entediado para o nada.
- Se for ele muito menos. Gritei levantando da cadeira bruscamente e bati com as mãos na mesa fazendo uma rajada de vento se espalhar pela sala.
- Luna, ele luta como ninguém, pode te proteger dos clãs inimigos ou de qualquer outra ameaça. Pedro disse.
- Com os clãs não é mesmo preciso se preocupar, Dastan pode muito bem entreter a líder deles colocando a língua dentro da boca dela.
Todos me encaravam e encaravam a Dastan.
- Vejo que está tão feliz com isso como eu estou. Ele disse zombando e se levantando da cadeira.
- Não ouse dirigir suas palavras para mim. Cuspi as palavras.
- Acha que é o centro do mundo não é?
O olhar dos anciões estavam de uma lado ao outro atentos a cada palavras.
Não o respondi só o fuzilei com os olhos querendo pular em seu pescoço.
- Você não passa de uma garota tola e mimada, que apenas se faz de vítima e na primeira dificuldade foge.
Meu sangue borbulhando por dentro das veias e meu olhar em Dastan era de uma fúria sem limite.
Surgi atrás de suas costas e cutuquei  fazendo virar em minha direção.
Dei um forte soco em seu nariz  depois sorri surgindo em frente a porta de costas para eles olhei por de trás do ombro e vi Dastan colocando a mão sobre o nariz que jorrava sangue.
- Sua...
- Dastan. Beatrice gritou.
Vi que todos ali olhavam para mim.
- Mais algum assunto?
Todos balançaram a cabeça negativamente.
Abri um sorriso frio e saí abrindo a porta com toda minha força e a fechando logo em seguida.
- Não me fará chorar dessa vez. Disse com uma total e absoluta raiva para mim mesma já andando em direção a torre com passos rápidos, mas fortes contra o chão.
Engoli o choro impedindo que as lágrimas caíssem de meus olhos marejados.

Oi amores!! Tudo bem? Espero que sim.
A demora para esse capítulo será justificada.
Eu estive com alguns problemas de saúde durante esses dias e não pude escrever.
Então me desculpem e não se preocupem tudo voltará ao normal.
Muito obrigado a todos que estão votando, comentando ♡♡♡♡ ( amo os seus comentários ) ou por simplesmente estarem lendo.
Um milhão de beijos.

A Maldição da Lua Vol: 2 Entre a Lua e o SolOnde as histórias ganham vida. Descobre agora