capítulo 51: Dastan

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- Você tem que ir Dastan.
- Eu vou Roland, já disse que iria e vou, mas antes tenho que cuidar de algumas coisas.
- Que coisas Dastan? Você sumiu por um longo tempo quando Luna acordou você não estava lá, ela te procurou pelo quarto.
- Coisas minhas Roland, nada que possa ser digno de merecer a sua ilustre atenção.
Ele ergueu a sobrancelha.
- Agora em relação ao meu sumiço e Luna ter acordado e me procurado, acho que isso foi engano ela está agindo como eu queria, ela está me odiando e não posso me dar ao luxo de jogar fora tudo o que eu fiz para conseguir que ela me odiasse.
- O jogo que joga é perigoso Dastan.
- Não estaria jogando se não soubesse os riscos.
- Agora em relação a sua saída, isso tem haver com Luna?
Encarei o chão chutando o piso de madeira.
- Dastan?
- Eu vou atrás de Dalila, ela está tramando algo que pode mudar a situação de Luna.
- O quê? Me explique isso.
A porta se abriu e vi Cam e Melissa entrando no quarto de Roland.
- Depois eu te conto, agora disfarce. Sussurrei.
Roland abriu um sorriso e se aproximou dos dois.
Fiquei olhando para a janela pensando em como encontraria Dalila, ela havia saído da casa de Sun e os anciões não haviam tido sucesso ainda no feitiço de localização.
- Você ainda vai Dastan? Cam perguntou me tirando de meus pensamentos.
- Sim, eu vou. Respondi me virando para Cam, Melissa estava com os braços agarrados em Cam que a envolvia.
Uma sensação de ciumes me invadiu e eu por um momento imaginei que era Luna que estava envolvida e que eram meus braços que a envolviam.
Fechei e abri os olhos fazendo aquela imagem desaparecer de minha mente.
- Eu encontro vocês lá em baixo vou trocar de roupa. Olhei para Cam que vestia um terno preto perfeitamente arrumado e Melissa um vestido de um ombro só, amarelo e solto. Os dois estavam muito bem vestidos enquanto eu vestia um moletom.
Passei por eles indo em direção ao quarto, procurei pelo armário até encontrar lá no fundo um terno preto e uma gravata de azul com tom claro.
Vesti o terno e com uma total dificuldade dei o nó na gravata.
Não podia me esquecer que iria buscar por Dalila então não podia ir sem armas.
Peguei algumas adagas e as coloquei em um suporte dentro do terno.
Fui até a gaveta e apanhei a estrela que Luna havia me dado e por um segundo a vislumbrei lembrando de quando ela foi dada a mim por Luna ela parecia estar um pouco apagada.
Passando do Moletom para o bolso do terno, guardando a aliança de noivado.
Fechei os botões do terno e fui até o quarto de Roland.
- Avise que vou me atrasar diga a eles que podem ir sem mim.
- Não quer que eu vá junto com você?
- Não Roland, podem desconfiar e não quero que Luna saiba nada disso, ela pode ficar vulnerável, e eu pretendo manter ela segura.
- Pode contar comigo irmão. Ele bateu em meu ombro.
- Eu sei, até mais tarde.
Saí do quarto de Roland que ficava perto do meu indo até o outro lado do castelo para a sala dos anciões.
Bati duas vezes na porta e ouvi que podia entrar.
Encontrei Pedro, ele estava em pé e Beatrice estava um pouco atrás dele.
- Conseguimos encontra lá. Beatrice falou com um sorriso no rosto.
- Ela está próxima da floresta negra em uma espécie de acampamento forjado por eles.
- Eu vou matar ela.
- Faça o que for necessário, mas não deixe os planos de Dalila tenham sucesso.
Abri o portal.
- Espere. Ouvi a voz de Amélia e me virei em sua direção.
- Vai precisar de uma espada. Disse ela me alcançando uma espada brilhante.
A segurei e atravessei o portal.

[...]

Já fazia um certo tempo que andava pela densa floresta, em certos momentos meus olhos me enganavam eu via alguns movimentos, mas no final não era nada.
Meus pés já estavam cansados, mas a minha vontade de matar Dalila me dava forças para continuar.
Ouvi um barulho de um galho se partindo e olhei na direção de onde o som veio e avistei um vulto preto passar rapidamente.
Apertei a espada em minha mão e andei na direção do vulto.
Com passos leves me movi pelo chão coberto por galhos e folhas mortas.
Havia pouca luz, mesmo no entardecer a floresta negra continuava com sua escuridão.
Apanhei do bolso direito a estrela, ela iluminou as árvores e um pouco a minha frente.
Então ouvi um barulho atrás de mim e movi a espada que apenas cortou o ar.
Mãos seguraram meu ombro e virei com a espada a ficando no corpo de quem me segurava.
Ele soltou um gemido me virei iluminando seu rosto, seu corpo não tinha mais vida e seus olhos estavam abertos.
Puxei a espada a tempo de golpear outro que se aproximava.
Ouvia inúmeros barulhos e vozes.
Segurei a estrela em meus dedos.
Passos para todos os lados.
Em um piscar de olhos fui jogado contra o chão e a ponta de uma espada ficou sobre minha garganta antes mesmo que pudesse fazer algo.
Ergui a mão com a estrela e vi vários rostos acima de mim eu estava cercado.
- Não se mexa ou você morre. Disse firmemente o homem que pressionava a espada contra meu pescoço, seu rosto quadrangular pouco iluminado pela luz da estrela continha linhas rígidas e um olhar de total fúria.
- Peguem esse seguidor do demônio. Ordenou ele e os outros que me levantaram, a espada continuava em meu pescoço tentei me libertar de suas mãos, mas não consegui.
Eles tomaram a estrela de minha mão e me arrastaram.
- Calma aí garotos, o terno foi caro. Disse zombando.
- Não falem com ele, ele é enfeitiçado por aquela maldita e traiçoeira filha da Lua. Gritou aquele homem com amargura.
Pude ver um pouco de luz a frente emitida por inúmeras tochas havia um acampamento com grandes barracas de tecido e no meio uma enorme fogueira.
Fui jogado no chão, rolei e fui parado, algo pontiagudo em minhas costas me fez parar.
Olhei para cima e encontrei a perna de Dalila para fora do vestido, o salto estava em minhas costas e ela vestia um vestido preto, colado ao seu corpo.
- Sabia que voltaríamos a nos encontrar.
- Dalila que vontade de rasgar seu pescoço. Disse animado.
- Levantem e prendam ele com correntes, nada de cordas ele pode queimar em um piscar de olhos. Ela ordenou e logo em seguida eu estava em uma cadeira preso por enormes e grossas correntes.
- Eu sei o que está planejando, maldita.
- O que antigas lendas podem fazer não é Dastan?
- Isso é uma mentira você é burra demais para encontrar algo assim.
- Tudo tem um fim Dastan. Disse Dalila se aproximando.
- Eu vou sair daqui e vou rasgar sua garganta. Gritei.
Dalila se aproximou ainda mais senti o seu perfume que era tão provocante quanto ela própria.
Ela colocou as mãos sobre meus ombros me puxei tentando me libertar.
Seus lábios tocaram meus ouvidos e ela os beijou levemente.
- Por quê fugir quando você pode ficar aqui e comigo?
- Eu preferia morrer do que ficar ao seu lado Dalila.
- Não me provoque Dastan. Ela gritou se afastando.
- Você não é nada Dalila, não passa de uma tola que comanda um exército de macacos idiotas.
- Como pode dizer... Gritou o homem com a espada já empunhada vindo em minha direção.
- Não toque nele. Dalila gritou e o homem parou e a encarou.
- Desculpe me por ter agido dessa forma senhorita.
Dalila apenas o olhou.
- Eu queria tanto ter você pra mim novamente Dastan. Ela disse enquanto passava seus braços por meu peito ela então passou com a mão sobre a aliança.
- O que é isso? Disse ela colocando a mão em meu bolso.
- Não, tire sua mão daí. Gritei.
Era tarde demais ela já estava com a aliança em suas mãos.
- Pr2a mim? Ela disse enquanto colocava a aliança em seu dedo.
- Nunca.
Dalila parecia estar completamente enlouquecida, seu olhar era de uma total loucura.
- Solte o para ele me pedir em casamento.
- Mas senhorita Dalila. Protestou um de seus seguidores.
- Isso foi uma ordem, solte o eu sei cuidar dele sozinha.
Eles fizeram o que ela ordenou, me jogaram aos pés de Dalila.
Ela estava completamente insana.
Dois homens de cada lado seguravam meus braços.
- Me peça em casamento. Disse ela
- Nunca. Cuspi em seus pés.
- Peça a minha mão.
- Já disse que nunca.
- Peça. Ela gritou batendo os saltos contra o chão.
- Nunca. Gritei outra vez.
- Peça ou vou matar você.
- Então me mate. Gritei.
Ela puxou a espada de um dos seguidores e fincou em meu peito.
Tremi e ela gargalhou.
- Agora eu vou atrás da sua tão preciosa Luna, já que não foi meu não vai ser de mais ninguém.
Ela afundou ainda mais a espada perfurando minha carne.
- Ahhhh. Gritei.
- Agora vai morrer e o último rosto que verá será o meu eu te verei morrer e ninguém saberá, vou levar teu corpo até Luna e a verei tentar te salvar e fracassar, verei seu sofrimento e a sua dor e quando ela vendo seu amor morto implorar por sua morte terei o prazer de tirar a sua vida e tomar seu lugar como rainha.
Eu sentia meu corpo ficando fraco e o gosto de sangue em minha boca.
- Eu não vou morrer aqui.
Me levantei empurrando eles com força, me senti zonzo mais me afastei deles e de Dalila .
Ela gargalhou ao me ver desnorteado.
- Tolo.
Tirei a adaga de dentro do terno e a joguei em direção de Dalila a adaga atingiu seu ombro e ela gritou.
Fechei as mãos e envolta de mim um enorme círculo de fogo se formou, ele aumentou de tamanho médio envolvendo em uma enorme cápsula de fogo.
Abri o portal dentro dela e me lembrei da loja onde estariam escolhendo o vestido.
A dor era intensa.
Eu estava sem força mais lutei pra me manter em pé.
Surgi quase que em frente a loja estava lotado de pessoas na rua, mas ninguém havia me notado.
Olhei para meu peito e notei que apenas na camisa branca havia sinais do ferimento.
Só queria ver o rosto de Luna, minha hora se aproximava.
Ergui um pouco mais o paletó, limpei o sangue da boca com a manga e fui em direção a porta de vidro.
Olhei para dentro e encontrei Luna ela estava com um vestido de noiva, me faltaram palavras para descrever o que eu via, uma mistura de sentimentos invadiu meu peito e por um instante foi como se a enorme dor cessasse.
Ela correu e eu entrei na loja, tentei não mostrar o quanto estava mau, mas pelo reflexo do espelho vi que minha pele estava pálida e minha feição era de dor.
Me sentei enquanto tentavam falar comigo me perguntando da demora e outras coisas que não pude entender.
Luna surgiu e disse algo ela ia em direção a porta com rapidez, ela saiu da loja e eu fui cambaleando atrás dela.
- Dastan. Alguém gritou.
Saí e pude ver Luna.
Com a minha última força gritei:
- Luna, eu te amo. Ela se virou e eu caí de joelhos no chão.
Ela correu até mim.
As imagens ficaram turvas ouvia a vozes me chamando e via o rosto de Luna.
Tossi e sangue escorreu pelo canto de minha boca.
Alcancei o rosto de Luna com a minha mão.
- Eu sempre te amei.
- Eu também te amo Dastan, fica comigo, não me deixa. Sua voz tinha um pouco de desespero.
- Fica...
Meus olhos se fecharam e a última coisa que vi foi seu sorriso e depois tudo foi escuridão.

A Maldição da Lua Vol: 2 Entre a Lua e o SolOnde as histórias ganham vida. Descobre agora