capítulo 45

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Ele segurou minha mão e com a outra mão acariciou meu rosto.
Se aproximou ainda mais minha respiração acelerou e seus olhos se cravaram em minha boca.
Uma brisa leve passou entre nós e com ela um cheiro doce.
Morte segurou meu rosto, com o dedão em minha bochecha e o resto de seus dedos em meu pescoço e em meus cabelos.
Suas mãos estavam frias mais eu não me importava.
Meu coração acelerou e seu lábios frios tocaram os meus, seu braços me envolveram me tirando do chão me deixando na mesma altura que ele.
Sua língua tocava na minha e ele pressionava sua boca com paixão contra a minha.
O beijo era alucinante e totalmente envolvente.
Eu prendia a respiração e aproveitava cada toque de seu lábios nos meus.
Ele me desceu no chão, se afastou e beijou levemente meus lábios.
- Esperei por tanto tempo por esse beijo. Morte disse sorrindo e me soltando devagar.
Retribui o sorriso.
- A quanto tempo estou aqui Morte?
- Sete dias.
- Como assim sete dias? Gritei espantada.
- Vou te dizer mais uma vez, o tempo passa mais depressa no submundo.
- Quando vou voltar?
- Logo, mas antes que vá quero que se lembre disso!
Ele me puxou para perto e enterrou seus lábios nos meus pressionou sua língua contra meus lábios abrindo minha boca e encontrando minha língua.
Sua mão fria passou por meu rosto.
Ele se afastou devagar.
- Até logo. Ele disse e em seguida me deu um curto beijo e tudo ficou escuro.

[...]

- Luna?
Meus olhos vacilaram com brilho da luz do sol entrando pela janela, a luz aquecendo minha pele.
- Cloe. Disse sonolenta.
Ela me ajudou a me sentar na cama.
- Você está bem?
- Eu estou. Olhei para minhas pernas e encontrei o tecido fino de um vestido branco, puxei o tecido deixando a mostra a pele de minha perna e encontrando as pequenas cicatrizes em toda ela.
Passei os dedos sobre as cicatrizes e olhei ao redor encontrando o olhar de Dastan que me observava de longe, sentado em uma poltrona, apoiado em seu braço sua mão estava em seu queixo e seu olhar era indecifrável.
- Agora que a rainha está bem vou ir dormir, já cansei de ter que servir de babá para a vossa majestade.
Ele me reverenciou e depois saiu.
- Qual é o problema dele? Rosnei.
- Ele ouviu você chamando pelo morte e ficou desse jeito.
Cloe me encarava com seus olhos escuros.
- Ele ficou preocupado com você, essas marcas apareceram em você tinha sangue para todo lado, você se contorcia e parecia se afogar.
- Eu estou bem Cloe.
Abri um sorriso torto a ela, não queria contar sobre o que tinha acontecido, não queria que ela soubesse sobre aqueles monstros e por enquanto o beijo era algo que eu queria guardar para mim.
- Eu quero tomar um banho, me espere aqui volto logo.
- Tudo bem.
Cloe se sentou em minha cama fui até o armário me deparando com todos os vestidos de múltiplas cores, formatos e estampas.
Teria que usar um vestido longo para que as cicatrizes não fossem visíveis.
Vi um longo e solto vestido turquesa com tule azul e um corpete com decote em coração com pedrinhas claras e cintilantes por ele, o mostrei para Cloe.
Ela sorriu.
- Esse vestido é simplesmente perfeito.
- Acha que vai ficar bem?
- Bem? Ele vai ficar ótimo em você, por que quer se arrumar tanto?
- Nada, só acho que tenho que me apresentar melhor.
- Hum. Ela suspirou me olhando desconfiada.
- O que aconteceu com os exércitos? Disse em voz baixa.
- Foram retirados do castelo e alguns deles os que quiseram te atacar foram banidos.
- Todos partiram?
- Sim, mas outros foram chamados apenas os soldados de elite foram chamados esses estavam protegendo os clãs e foram escolhidos dentre os melhores por Vosdred.
- Eles sabem?
- Sabem Luna.
Abaixei o olhar encarando o chão.
- Eles não vão te fazer nenhum mal.
- Cloe, eu posso fazer mal a eles, na verdade eu posso fazer mal a todos dentro e fora desse castelo.
Abri as mãos.
- Luna, não pense nisso.
Respirei fundo e olhei para ela.
- Apressem o casamento o quanto antes ocorrer menos riscos.
- Farei tudo o possível.
- Quero que após o casamento vocês viajem para longe daqui.
- Mas Luna...
- Cloe, eu vou pagar tudo, para onde já sonhou ir?
- Eu sempre quis conhecer a Grécia.
- Então sua lua de mel será lá.
Cloe veio até mim e me abraçou.
- Vão ficar por três semanas, você, Roland, Lili e Jeb.
- Mas antes disso o seu aniversário é essa semana.
- Quantos dias desde que eu...?
- Nove dias.
- Meu aniversário é quando? Estou perdida no tempo.
- Hoje é terça Luna e seu aniversário é sexta estamos preparando algo pra você.
- Não quero que façam nada é como um dia normal pra mim.
- É seu aniversário e vamos comemorar sim.
Sorri para Cloe e ela retribuiu.
Segurei o vestido e entrei no banheiro tirei toda a roupa, liguei e entrei no chuveiro a água fazia cócegas ao chocar com meu corpo.
Fechei os olhos e deixei a água cair, fiquei no chuveiro até que meus dedos ficaram enrugados, me vesti, escovei os dentes e arrumei o cabelo deixando todo ele para o lado esquerdo com algumas mechas caídas sobre o rosto.
Abri a porta do banheiro e Cloe ficou boquiaberta.
- Está linda Luna.
Me olhei no espelho e Cloe veio até mim.
- Só falta um pouco de drama e um belo par de salto alto.
Cloe foi até o armário de sapatos e voltou com um par de sandálias altas brilhantes como o corpete do vestido.
- Drama? E Saltos?
- Coloque logo.
Os coloquei nos pés e me olhei no espelho, me sentia uma girafa recém nascida achava que iria cair de cara no chão, mas mesmo assim não reclamei.
- Agora o drama, sente aqui e feche os olhos. Disse Cloe puxando a cadeira e me levando pelo ombro, me sentando na cadeira.
Fechei os olhos e senti Cloe passando algo em minhas pálpebras.
- Pode abrir.
Abri os olhos em frente a um grande espelho decorado de flores douradas.
Meus olhos chamavam atenção Cloe havia delineado meus olhos com um traço preto fino que ia desde o canto interno ao externo do meu olho e o emoldurando meu olhar, destacando a cor azul acinzentada de meus olhos, ela havia passado uma sombra cintilante em toda minha pálpebra.
As maçãs do meu rosto estavam vermelhas e minha pele parecia com mais vida.
- Gostou?
- Cloe, ficou lindo. Disse surpresa olhando cada detalhe no espelho.
Ela sorriu.
- Eu tenho que falar com anciões.
- Eu te acompanho até lá.
- Obrigada, mas quero que vá resolver as coisas do casamento.
- Tudo bem.
- Obrigada por ter ficado comigo e por ter me arrumado.
- Isso é o que as irmãs fazem.
Cloe segurou minha mão e sorriu retribui o sorriso e beijei as costas de sua mão que eu segurava.
- Vá logo sei que a muito a se fazer ainda até o casamento.
- Tenho mesmo, talvez marque para hoje a prova de vestidos, você pode ir? Eu preciso de sua opinião.
- Mas é claro que posso.
- Obrigada Luna.
Cloe sorriu, me abraçou, se afastou sorrindo e acenou se despedindo.
Fui até a cômoda e olhei para a coroa passei meus dedos sobre ela, por cima de cada pequeno detalhe.
Senti meu braço ser puxado bruscamente...

A Maldição da Lua Vol: 2 Entre a Lua e o SolWhere stories live. Discover now