capítulo 37

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Meu coração estava disparado estávamos a centímetros dele o queria, mas não podia esquecer do que ele havia feito.
Sua mão acariciava meu rosto, ele me puxou para perto eu estava sem reação num turbilhão de emoções ao mesmo tempo.
Ele segurou meu rosto com suas frias mãos.
Não podia deixar aquilo acontecer deixar que ele me beijasse era a mesma coisa que esquecer tudo que ele havia feito, era entregar novamente meu coração e esperar pela dor de ele ser partido.
Recuei quando seus lábios se aproximavam dos meus ele me olhou incrédulo.
- Eu não quero isso, não consigo nos imaginar desse jeito.
- Ainda o ama mesmo depois do que ele fez. Ele cuspia suas palavras com uma imensa rispidez.
- Não esqueça do que você fez! Usei as palavras para o ferir.
Ele se virou de costas para mim andando pelo quarto.
- Posso ao menos estar o seu lado?
Eu não sabia como responder.
- Eu quero que se afaste de mim, quero ficar sozinha.
- Se é isso que quer não farei do contrário.
Ele veio até mim devagar garantindo que não me afastaria e me abraçou.
- Eu vou provar que te amo e que me arrependo totalmente por não ter te contado sobre ter te visto antes. Ele disse em meu ouvido direito.
- Isso não vai mudar o simples fato de você ter pensado várias vezes em me usar para atingir Lua.
- Pensado não a usei. Ele se afastou um pouco olhando para meus olhos.
- Ainda. Eu disse sem pensar antes.
Ele então se afastou novamente sua feição e o brilho de seu olhar sumiu, desaparecendo um segundo depois.
Ainda olhando para o lugar onde ele havia desaparecido mal notei que alguém batia na porta.
Abri com um gesto ainda com o olhar fixo onde ele estava antes.
- Luna. A voz doce de Beatrice invadiu o quarto e ela veio até mim.
- Está radiante como sempre.
Sorri fraco.
Ela me abraçou.
- Ainda bem que voltou pra casa Luna, todos estavam preocupados com você.
- Eu não ficarei por muito tempo, sou como uma bomba relógio posso a qualquer segundo causar uma enorme destruição.
- E como uma bomba relógio pode ser desarmada. Ele abriu um sorriso.
- Mas como vou fazer isso?
- Nós te ajudaremos se ficar aqui, a salvo no castelo.
- Eu não posso e se eu machucar alguém. Disse indo até a escrivaninha e colocando as mãos sobre ela.
- Nós a deixaremos aqui na torre ninguém te incomodará, vai ser como preferir.
- Depois do casamento de Lili e Cloe eu dou a resposta, mas por enquanto não quero ser incomodada.
- Não se preocupe apenas os exércitos, anciões e sua família estão no castelo então não será perturbada.
- Tudo bem.
- Não precisa partir, posso garantir que irá ferir muito mais se estiver fora do castelo, temos que controlar isso antes que o...
- Pior aconteça. Completei sua frase.
- Vou me retirar então, com licença?
- Toda. Respondi e a vi saindo porta fora.
Fui até o banheiro e liguei o chuveiro, tirei a camisola e entrei na quente água que escorreu por meu corpo.
Fiquei ali por um bom tempo deixando meus pensamentos fluírem como a água.
Mexi com a mão fazendo uma bola de água rodopiar e depois se transformar em várias gotas acima de mim.
Fechei o chuveiro e me enrolei na toalha, vesti um dos milhares vestidos no armário a tempo de ouvir as batidas musicais de quem eu tinha quase certeza que seriam de Cloe e Lili.
- Entrem. Disse rindo e com o gesto abrindo a porta as vendo correr até mim e me abraçarem.
- Sentimos tanto sua falta. Sorri e voltei meu olhar para Cloe.
- Como está? Disse passando a mão por sua bochecha.
- Estou bem Luna e como se sente?
- Me sinto bem.
- Não parece. Disse Lili direta como sempre.
- Não as chamei aqui para falar de mim.
Puxei suas mãos com as alianças.
- Marquem o casamento o mais breve possível.
As duas trocaram olhares e depois deram risinhos altos.
- Temos que pensar em tanta coisa ainda.
- Dessa vez garotas não vou ajudar com muita frequência eu não vou sair muito da torre.
- Nós entendemos e viremos aqui para ter sua opinião.
- É melhor não, sei que as duas tem um ótimo gosto e que vão fazer um casamento perfeito.
Elas pareciam felizes e ao mesmo tempo com uma tristeza que tirava o brilho de seus olhares.
- Por quê estão assim?
As duas olharam para baixo.
- Queríamos tanto ajudar no seu casamento.
No intuito de lembrar do casamento as duas olharam para minha mão que no mesmo instante recolhi atrás das costas.
- Não acredito que pensam mais em mim o que em vocês as noivas são vocês então podem esquecer de mim.
Elas me olhavam.
- Venham aqui mais tarde que vou tentar ajudar no que eu puder.
Elas abriram novamente o sorriso e depois saíram do quarto saltitantes.
Me deitei na cama e ouvi o barulho da porta sendo aberta senti a cama abaixar um pouco e logo em seguida vi o pelo branco de Gadriel deitando na minha frente.
- Como você está?
- Meu corpo está bem, mas minha mente e coração está em frangalhos.
Ele encostou o focinho em meu braço.
- Estou aqui ao seu lado para sempre.
- Eu sei Gadriel.
Adormeci afagando seus longos pelos.

[...]

Dastan

Eu coloquei a mão no bolso como sempre fazia aquilo, já tinha virado uma mania, passei novamente pelos bolsos procurando pela aliança de noivado que havia dado a Luna não a encontrei devia ter deixando cair a aliança no quarto quando fiquei a segurando e observando Luna.
Eu tinha que encontrar antes dela.
Subi vagarosamente pelas escadas ainda cauteloso desejando encontrar com ela, mas ainda não querendo a encontrar.
Abri a porta devagar deixando apenas uma fresta olhei por ela e vi que Luna estava dormindo abraçada a Gadriel, deitada com a cabeça sobre seu pelo.
Entrei devagar e olhei para o chão inspecionando se via algum sinal da aliança.
A cadeira que havia sentado agora estava no canto da torre abaixo de uma das janelas que rodeavam a torre.
Olhei para baixo da cama de Luna e consegui ver o fraco brilho da aliança.
Já se passavam das dez da noite e o quarto não estava muito iluminado a única iluminação vinha das estrelas do teto que emitiam um brilho que assim iluminava a torre as nuvens cobriam a lua assim transformando a noite em uma total escuridão.
Caminhei devagar até a cama e olhei para o rosto sereno de Luna ela dormia calmamente.
Coloquei a mão para baixo da cama e senti a aliança em meus dedos a peguei na mão, mas ela escapou fazendo um leve barulho ao se chocar contra o chão, tornei a olhar para Luna ela abriu os olhos a luz das estrelas iluminavam o seus belos olhos azuis acinzentados e o brilho se irradiou deles.
Gadriel também abrirá seus olhos e Luna se sentou na cama.
- Dastan? Ela disse com a voz falha.
- Oi Luna. Respondi baixo.
Gadriel se levantou da cama e saiu rapidamente porta fora.
Luna se levantou vestia um vestido solto, com uma leve cor dourada, seus cabelos brancos caiam por seus ombros.
Me levantei e a encarei.
A vontade de beijar seus lábios me consumia.
- O que faz aqui? Ela perguntou quebrando todo aquele silêncio.
- Vim buscar algo que eu havia esquecido.
Ela foi até a cômoda e pegou a adaga que eu havia presenteado e me entregou.
- Não entendo o porquê de te lá procurado embaixo de minha cama.
Não disse nada só a encarei derrubei a adaga e Luna veio para apanhar do chão e viu a aliança.
Me abaixei e a apanhei do chão antes que ela mesma fizesse isso, meu olhar e o de Luna se encontraram e nossos rostos estavam tão próximos que podia sentir sua doce respiração em meu rosto e ver com o brilho fraco das estrelas suas bochechas corarem.

A Maldição da Lua Vol: 2 Entre a Lua e o SolOnde as histórias ganham vida. Descobre agora