capítulo 56: Dastan

7.2K 772 14
                                    

Às palavras de Luna me fizeram pensar que estávamos enfim nos entendo.
Ela estava tão confiante ao dizer aquelas palavras, tão decidida ao falar que ela era a rainha e que a saída de todos era uma ordem, mas o que não me saia da cabeça era que Luna agora enfrentava um ou dois inimigos ela enfrentava um legião deles Sol, Lua, os Clãs, Dalila e que mais me preocupava, ela mesma.
A situação de Luna podia deixar que mais facilmente ela fosse manipulada por seus inimigos, eu não podia deixar isso acontecer estaria com ela até o fim.
Não era escutado um som de todos os lados, isso após a saída de Luna que em seguida deixou todos inclusive eu boquiabertos.
Cloe e Lili saíram um tempo mais tarde, ainda quando o silêncio tomava conta.
Todos trocavam olhares ainda sem entender o que havia acontecido.
Eu sabia o real motivo pelo qual ela mandará que todos partissem após o casamento, apenas eu sabia desse segredo dela e Gadriel era seu protetor.
Me levantei da mesa e chamei Cam, Jeb e Roland.
- Vocês já trouxeram as fantasias? Indaguei olhando para Roland e Jeb que trocaram um olhar enquanto tentavam não gargalhar.
- O salão já está pronto, os convidados já chegaram e agora só falta todos nós nos vestirmos.
- Às roupas já estão nos quartos de vocês.
- Tudo bem.
Cada um foi para seu quarto e quando abri a porta e me deparei sobre a cama um embrulho preto.
Rasguei e levantei no ar a fantasia e então vi qual era.
- Muito engraçado Roland.
A roupa era um manto enorme preto e uma pasta de maquiagem branca, fantasia de morte...
Que engraçado.
Ouvi risadas lá de fora e coloquei fogo na maçaneta fazendo o ferro prata ficar alaranjado e em um segundo queimando a mão de quem segurava o trinco e o fazendo gritar.
Corri até a porta e a abri me contemplando com Roland que chacoalhava a mão no ar e Jeb que ria alto.
- Era uma brincadeira. Gritou Roland irritado.
- Essa também foi.
Jeb gargalhou sentado no chão.
- Sua fantasia está dentro do guarda roupas seu stressado. Disse Jeb e logo em seguida se levantou e saiu junto com Roland que estava reclamando, indo para seus quartos.
Abri a porta do guarda roupa e então vi a verdadeira fantasia.
A calça era macia e preta enquanto o casaco mais rígido era azul marinho, trabalhado com botões e peças em dourados e junto uma coroa e uma espada de mentira, não iria usar aquela espada então a joguei sobre a cama, apanhando minha verdadeira espada.
Coloquei a fantasia e em seguida fui ao quarto de Cam, ele abriu a porta e pude ver que ele estava com uma fantasia inteiramente verde ele era Robin Wood, em suas mãos um arco e em suas costas um saco com flechas.
- Rei? Gritou Cam rindo descontraidamente me reverenciando.
- Robin? Indaguei com o mesmo tom que ele usou. Roland e Jeb chegaram um tempo mais tarde no quarto, Roland estava vestido com um terno e uma máscara preta já Jeb era o Conde Drácula. - Como vai sua mão? Indaguei rindo. Roland preparava algum insulto, mas se conteve e apenas me encarou.
Cam me olhou curioso e eu apenas balancei a cabeça com um sinal de ( deixe para lá).
- A decoração como pediu é preta e branca e as rosas vermelhas já chegaram. Jeb comentou enquanto abri a porta. Descemos até o salão de festas e o trono estava posto quase que no meio do salão.
Por todos os lados pessoas fantasiadas, meu pai e minha mãe estavam vestidos de super heróis, os anciões foram os únicos que não vestiram fantasias, enquanto os outros inclusive os serviçais usavam fantasias ou máscaras.
O salão estava muito mais cheio do que o habitual, pessoas andavam de um lado ao outro.
O aroma da comida se espalhava pelo ar.
A música instrumental tocava ecoando pelo salão.
Caminhei até a mesa coberta por comidas e bebidas, peguei um camarão e o enfiei na boca, pegando um taça de uma bebida roxa com aroma tão doce quanto seu sabor.
Avistei então meus pais e Cam tirou Melissa para dançar.
Roland me chamou e apontou para nossos pais e caminhamos até eles que dançavam lindamente pelo salão.
Haviam pessoas por todos os lados dançando.
Senti uma mão em meu ombro e quando me virei lá estava Luna, ela me parecia diferente seus olhos estavam de um azul mais escuro e algo naquele olhar me deixava desconfortavelmente irritado, seus cabelos esbranquiçados pareciam sem vida e sua pele tinha uma leve cor não habitual já que a palidez de sua pele me lembrava a neve.
Roland a tinha visto e por essa razão me chamara para o meio do salão.
Luna me encarou e sua mão se entrelaçou a minha e ela me puxou para si, nossos lábios ficaram a poucos centímetros e sua respiração fez cócegas em minhas bochechas ela cheirava a rosas.
Segurei em seu braço e coloquei a mão em sua cintura e me movi junto a ela pelo salão.
Cam e Melissa dançavam ao nosso lado, minha mãe e meu pai um pouco atrás.
Luna se mantinha em silêncio, não sorria e apenas me olhava, aquele olhar me fitava e algo nele ainda me incomodava.
Seu olhar agora ia até meus lábios, suas mãos ansiosas subiram até meus cabelos, me puxando mais para si, o hálito dela era doce e ela emitia um semblante de felicidade, mas que logo se desfez e no seu lugar um sorriso convidativo se formou, um sorriso insinuante nunca antes feito por Luna, suas mão se entrelaçou com meu cabelo e ela se aproximou e seus lábios balbuciavam algumas palavras como um sussurro.
Beijei devagar sua bochecha e ela me puxou para seus lábios, ela precionou seus lábios contra os meus e eu a envolvi com meus braços.
E então uma rajada de vento me jogou para trás.
A música cessou e todos ficaram em silêncio.
E uma risada familiar soou a minha frente era Luna.
O que havia errado com ela?
Não parecia a mesma Luna, pois não era à mesma Luna.
Então ouvi palmas vindo da escada, me virei.
Tudo parou, eu fiquei sem reação, extasiado, perplexo e totalmente confuso...

A Maldição da Lua Vol: 2 Entre a Lua e o SolWhere stories live. Discover now