capítulo 75

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Me levantei um pouco sonolenta, fui até o banheiro, tomei um longo banho, me vesti e desci as escadas.
Meus pés descalços não faziam nenhum barulho, olhei em volta e ninguém estava por perto.
Ouvi então um som muito baixo da voz de Cam e Morte, o tom de suas vozes eram tão baixas que mais se pareciam com sussurros.
Algo em mim queimou de curiosidade, e eu fui em direção a aquele som.
Morte, Cam e Gadriel estavam na sala sentados em um sofá, me encolhi me escondendo próximo da parede ainda não consegui identificar o que eles sussurravam, mas então me aproximei, meus pés foram para frente, mas eu esbarrei em uma mesinha que fez um barulho alto fazendo com que todos eles se virassem surpresos.
- Lu... Luna, a quanto tempo está aqui? Indagou Morte assustado.
- A pouco tempo, aconteceu alguma coisa? Vocês me parecem preocupados.
- Não, nada aconteceu. Disse Cam com a voz um pouco alterada.
Eles só deviam ter se assustado com a minha chegada abrupta.
- Você está bem? Indagou Morte.
- Estou, só queria pegar alguma coisa pra comer.
- Eu te acompanho. Morte se aproximou e caminhou ao meu lado até a cozinha.

[...]

- Vocês realmente estão bem? Indaguei enchendo a boca com um bolo de chocolate cremoso com morangos no meio.
Morte me limpou meu rosto com um guardanapo e me olhou como se apreciasse uma obra de arte.
- Estamos sim, você chegou do nada e nos assustamos, mas foi só isso.
- Tudo bem.
Levei uma colherada de cereal até a boca, Morte me olhava como se estivesse memorizando cada detalhe singelo do meu rosto. Sua mão foi até a minha mão encostada sobre a mesa.
- Você quer dar uma volta? Indagou ele sorrindo.
- Onde? Respondi com outra pergunta.
- Quero te levar a um lugar.
- Tudo bem. Disse eu terminando de comer o cereal.
- Coloque um casaco, o vento está frio lá fora.
Obedeci subindo as escadas em direção ao meu quarto, entrei em fui em direção a porta rosa, a abri e vislumbrei as inúmeras roupas que ali estavam, eram tantas que seria impossível alguém usar todas elas, vasculhei o armário encontrando um casaco que ia até abaixo dos joelhos, era preto e possuía botões da mesma cor, vesti aquele casaco e peguei um par de botas pretas que iam um pouco acima dos joelhos, nem parei para me olhar no espelho, desci as escadas com rapidez.
Morte estava no pé da escada e eu só percebi isso quando me lancei sobre ele após descer em falso, caindo com meu corpo sobre o dele.
Nossos olhos se encontraram, Morte havia me segurado com as mãos em minha cintura, ele passou uma das mãos em seu rosto tirando uma mecha loira de cabelo que caía sobre seus olhos.
- Você fica linda assim. Disse Morte com a voz calma e me olhando profundamente.
- Assim? Indaguei sem deixar de olhar no fundo daqueles olhos que estavam prendendo minha atenção.
- Tão perto de mim. Ele agora encarava meus lábios, suas mãos que me envolviam agora estavam mais fortes, ele me puxava para si. Não tinha como ceder, eu estava atraída por ele, eu sabia que de alguma forma o amava então deixei que o espaço entre nós diminuísse a cada segundo mais, minha respiração que já estava ofegante, tocava na face de Morte (não usava nesse momento a máscara de oxigênio, pois não sentia mais necessidade de usa-lá)
Meus lábios estavam próximos o bastante para que ele os tocasse, era doce o jeito que ele se aproximava de mim, era suave o jeito que agora ele me puxava para mais perto, enfim senti o toque doce de seu lábios nos meus, mas um barulho da porta se abrindo nos fez olhar para a mesma direção, era Cam entrando, ele nos encarou com uma cara de raiva, ele olhou para Morte e o fuzilou com os olhos como se estivesse advertindo que aquilo era errado.
Me afastei de cima de Morte e ele levantou aparentemente frustrado.
- Eu caí da escada e Morte me segurou. Lá estava eu tentando acalmar a situação é justificar aquilo que tinha acontecido.
Cam não respondeu nada, caminhou com passos pesados até o sofá, Morte me segurou pela mão e me puxou para ele em um lugar longe do ponto de visão de Cam. Eu estava novamente próxima a Morte, mas ele olhou dos meus lábios para meus olhos e senti sua aproximação, mas ele não veio em direção aos meu lábios ele veio em direção a minha testa, deixando um beijo calmo.
- Vamos? Indagou ele sorrindo.
Concordei e no momento seguinte já estávamos nos dois do lado de fora, ele segurava minha mão enquanto nós dois caminhávamos por um vale no meio das colinas, a luz do sol não iluminava ali então estava um pouco escuro, uma rajada de vento passou por nós fazendo meu cabelo sair do lugar e minhas bochechas ficarem frias.
- Já vamos chegar. Disse Morte me abraçando vendo que já me sentia cansada.
Andamos por mais dois quilômetros até que o vale terminasse, o lugar estava todo florido, coberto por flores rosas, amarelas, roxas, brancas e vermelhas.
Passamos por entre elas e Morte apanhou uma e me entregou.
- Obrigado. Disse sorrindo e ele retribuiu.
- Venha ainda não chegamos.
- Podemos parar um pouco? Eu estou exausta.
- Desculpe, eu não fica cansado, mas você fica, deixe que eu te carrego.
- Não precisa, eu só quero parar por alguns minutos.
- Tudo bem.
Nos sentamos no chão e olhamos envolta, a grama verde das colinas de longe parecia ser uma pintura, o céu estava azul e o sol brilhava, não havia nenhuma nuvem no céu.
Ficamos por um tempo até que minhas forças retornaram, caminhamos um pouco mais e nos encontramos em um abismo.
Aquele incrível cenário era de uma beleza tão encantadora que não parecia real, eu queria caminhar até mais perto, mas temia que algo pudesse acontecer.
O lugar onde nós estávamos ficava longe do perigo da queda, Morte estava a minha frente.
Arregalei os olhos e Morte se alarmou, escutei um barulho quase ensurdecedor que me fez gritar a dor era tão agonizante que Morte teve que me segurar.
- O que está sentindo? Indagou Morte.
- A minha cabeça. Gritei.
Algo então começou a agitar meu corpo como uma onda de eletricidade se espalhando com velocidade. Morte me colocou sentada.
Fechei meus olhos, com uma forte tontura, mas pude ver um brilho mesmo com os olhos fechados.
Quando abri meus olhos Morte não estava mais lá, olhei para todos os lados e não o encontrei.
- Eu estou aqui, não se preocupe.
Morte estava atrás dela haviam marcas de queimado em suas roupas, podia ver um pouco de seu abdômen e de sua pele amostra.
- Morte, você ficaria ao meu lado mesmo se eu fizesse uma escolha errada.
- Com toda certeza, Luna.
- Eu vou escolher a proposta do Sol, vou me aliar a ele.

Muito obrigado pelos votos, comentários ou por simplesmente estarem lendo.
Desculpem a demora, estava cheia de trabalhos.

A Maldição da Lua Vol: 2 Entre a Lua e o SolWhere stories live. Discover now