capítulo 77

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Estava parada em frente a porta observando Morte acompanhando por Cam, eles estavam do lado de fora da cabana.
O que tanto eles falavam? Por que precisariam ficar sussurrando?
- Se vocês estão me escondendo algo é melhor que me digam? Indaguei próxima a eles.
- Lu...Luna, porque acordou tão cedo? Indagou Morte preocupado olhando para Cam e depois para mim.
- Vamos me respondam, não ousem mudar de assunto.
- Cam e eu estávamos conversando sobre você e... e o seu treino com Sol. A voz de Morte me deixou em dúvida, mas não tinha tempo para aquilo.
Já estava vestida e pronta para o treino.
Encarei os dois e percebi que eles não olhavam em meus olhos.
- Estou indo. Anunciei.
- Mas tão cedo?
- Tive alguns problemas ontem e eu preciso conseguir isso.
- Eu vou com você...
- Não é necessário. Disse tão friamente que pude ver o descontentamento no rosto de Morte.
- Tudo bem.
Abri um portal e o atravessei, o local do treino me lembrava a uma cidade de Paris que tinha visto em uma revista, mas aquele lugar foi escolhido por Sol, era um lugar muito bonito, grama verde e um lago pequeno, ali ainda havia uma pequena floresta com exuberantes árvores.
- Atrasada mais uma vez.
- Eu vim então é melhor não reclamar.
- Não terminou seu treino ontem e hoje chegou atrasada, tem que aprender muito e já vi que sendo um cara legal eu não consigo isso.
Sol então veio em minha direção, atirou minha garrafa de água para longe, puxou meu pulso quase o partindo.
- Me solte. Gritei.
- Me ataque ou eu quebro seu pulso.
Fechei meus olhos, mas a dor impedia que eu me concentrasse e cada segundo que eu no conseguia ataca-lo, Sol apertava ainda mais meu pulso.
Abri meus olhos e o encontrei com extremo brilho nos olhos, ele sentia algo em me machucar era muito aparente em seu olhar.
Estremeci quando sua mão apertou ainda mais meu pulso e um estralo me fez gritar.
Aquilo era mais do que suficiente, surgindo atrás de Sol, Morte o jogou para longe e me pegou em seus braços.
O osso de meu pulso tinha sido destroçado a dor era tanta que me fazia tremer.
- Você está bem?
- Sim. Disse em meio a um gemido.
- Eu ainda não terminei. Gritou Sol jogando Morte comigo em seus braços contra o chão.
Eu comecei a suar frio, a dor era tão intensa que me contorcia no chão, uma forte tontura me tomou e consegui ver Morte atacando Sol que se esquivou uma, duas, três vezes até que ele atingiu Morte para o outro lado, não podia deixar aquilo acontecer, com extrema dor me levantei do chão e ainda meio zonza caminhei até Morte.
- Vá para casa, eu vou acabar com ele. Disse Morte.
- Ele quer que eu sinta dor para destravar o poder que possuo.
O braço de Sol me puxou para longe e me jogou contra o chão com uma força exorbitante, sua mão segurava meu pescoço me deixando se ar, me debati, mas a força que ele tinha era mais forte do que qualquer um que eu já tinha visto, meu corpo afundava na grama.
Ele então agarrou Morte da mesma forma e o deixou ao meu lado, meus dedos tocavam na mão de Morte eu segurei sua mão e olhei em seus olhos, algo queimou dentro de mim como se um vidro fosse quebrado e vida parecia correr por minha veias.
- Feche seus olhos. Ordenei a Morte ele fez o que pedi.
Lava quente parecia passar por minhas veias e sair do meu corpo, uma forte luz parecia se irradiar de meu corpo e como tentáculos de polvo elas iam de encontro a Sol iluminando tudo em volta, aquela tentáculos de luz e calor atingiram Sol com tanta força que ele foi jogado para longe, respirei fundo e ainda segurando a mão de Morte vislumbrei seu rosto.
Sol parecia atordoado me levantei junto com Morte e vi Sol se levantando devagar.
- Isso foi bom, seu poder se ativou pelo medo de alguém se ferir, acho que vou usar Morte nos treinamentos.
- Seu maluco, você é doente? Se tocar nela se quer mais uma vez eu mato você com minhas próprias mãos. Gritou Morte.
Enquanto aquilo tudo acontecia eu nem havia lembrado de meu pulso olhei para ele já lembrando de como estava, mas não havia osso quebrado ou dor alguma, os raios que atingiram Sol haviam curado meu pulso, aquele poder podia ser usado para o mal, mas além disso ele podia ser usado para o bem.
- Você está bem? Indagou Morte assustado olhando para meu pulso, ele pareceu surpreso, mas no segundo seguinte teve a mesma constatação que eu.
- Pode voltar ao que estava fazendo, vou ficar bem, se eu precisar você saberá.
- Não ouse tocar nela. Disse Morte desaparecendo do mesmo jeito que tinha surgido.
Me vi novamente sozinha com Sol ele sorria dessa vez um pouco menos, na verdade ele parecia de alguma forma orgulhoso com o que tinha visto.
- Agora que sabe isso, os outros poderes serão fáceis de serem realizados, mas agora quero que aprenda algo que Sun não quis aprender ou ao menos tentar, você aprenderá a
Aquilo tinha exigido algo de mim, usar aquele poder causou algum efeito em mim, mas esse seria bom ou ruim.
O desgaste foi muito aparente, senti que meu coração ia explodir, ele batia tão forte e tão rápido que o chão parecia se mover em baixo dos meus pés.
- O que está acontecendo com você?
- Eu não sei.
Sol mostrando pela primeira vez alguma compaixão me amparou com seus braços quando o meu corpo estremeceu e foi de encontro ao chão.
Uma enorme onda de calor correu por meu corpo e parecia queimar minha pele.
- Isso não está certo. Gritou Sol.
- Minha pele está queimando.
Sol colocou a mão sobre minha testa.
- Você está muito quente, chame o seu amigo.
- Morte.
Surgindo ao meu lado Morte colocou a mão em minha testa.
- O que aconteceu, você está muito quente? Indagou Morte.
Aquele calor agora parecia estar saindo do meu corpo ele fez com que Sol e Morte fossem jogados para longe, a temperatura do meu corpo voltou ao normal e quando eu me levantei a grama estava toda queimada.
Avistei a 20 metros de distância os corpos de Morte e Sol eles se levantaram e vieram até mim.
- Se sente melhor? Morte indagou se aproximando.
- Estou.
- Por hoje acho que o treino acabou, ainda não entendi o que aconteceu.
Morte me levou daquele campo direto ao meu quarto eu me sentia exausta me deitei e adormeci tentando ignorar que aquilo que tinha acontecido, aquilo tinha despertado algo muito forte dentro de mim.

[...]

- Dastan. Acordei com o som da minha própria voz.
Os vidros do quarto haviam se estilhaçado, uma fria rajada de vento invadiu o quarto.
O som dos passos aumentavam até que Morte seguido por Cam e Gadriel entraram no quarto, eles correram até mim, lágrimas escorriam por meu rosto.
- Ouvimos seu grito o que aconteceu? Indagou Cam.
Eu olhava para eles sem conseguir dizer nada, o que eu tinha visto não parecia um sonho.
Coloquei as mãos no rosto e deitei minha cabeça no travesseiro.
Gadriel se deitou ao meu lado na cama e eu o abracei.
Morte e Cam conversaram sentados em frente a cama enquanto eu fiquei em silêncio tentando esquecer aquela lembrança que havia presenciado em meu sonho e tentar esquecer algo naquele sonho que havia me deixado assustada, havia um espelho naquela lembrança e quando olhei para ele eu vi um reflexo que não parecia o meu um reflexo a figura a minha frente sorria friamente, o rosto era o mesmo que o meu, assim como o corpo, mas seus olhos eram do tom laranja assim como de Sol e assim como os de Sun, aquilo ficou na minha cabeça como um lembrete do que eu estava me tornando...

A Maldição da Lua Vol: 2 Entre a Lua e o SolWhere stories live. Discover now