capítulo 41

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- Sentiu minha falta? Ele disse.
- Não tinha ninguém pra poder chamar se tivesse pode ter certeza que não o chamaria. Disse friamente e com uma dureza nas palavras que por um segundo o abalou.
- Vai me ajudar ou ficará me olhando assim?
- Ainda não decidi isso.
Senti uma leveza em meu pulso e as algema caiu ao chão fazendo um barulho contra o piso de madeira claro, quando olhei para onde morte estava ele surgiu de repente.
Me levantei e coloquei a mão sobre o pulso girando a outra mão sobre algumas marcas e arranhões que haviam sido causados pelos puxões.
- Está bem? Disse se aproximando.
- Isso não te interessa Morte.
Seus olhos me encaravam surpresos e suas grossas sobrancelhas se ergueram.
- É assim que agradece por ter te libertado?
- Obrigado. Disse friamente.
Estava indo em direção a uma câmara ergui minha perna e chutei o vidro que se despedaçou coloquei minha mão sobre o que restava e puxei uma espada.
Olhei para trás e vi morte com o dedo indicador pousado sobre seus lábios ele analisava cada passo.
Fui até um armário no canto da sala e nele encontrei algumas roupas.
Vesti um colete similar ao que Dastan usava.
Ele era de couro escuro e tinha aberturas para colocar adagas e pequenas facas.
Coloquei um par de botas pretas que ia até meu joelho e nelas coloquei outras adagas.
- Você está linda. Ouvi a voz de Morte.
Fiquei em silêncio e encarei outra espada.
A puxei e fui com ela em minhas mãos até a porta.
Morte surgiu em frente à ela impedido minha passagem.
Olhei frustrada para ele que sorria cinicamente.
- Me deixe sair. Ordenei e vendo que ele não faria o empurrei fazendo suas costas se chocarem com a porta.
Ele segurou minhas mãos em seu peito rapidamente sem que nada pudesse ser feito.
Puxei com força de suas mãos o que o fez sorrir.
- Eu vou com você. Disse ele indo um pouco para o lado abrindo a passagem.
- Não pedi que viesse comigo, vá saia daqui.
- Não haja como se eu fosse seu cachorrinho Luna.
- E você não haja como se eu fosse uma criança, sei me cuidar sozinha.
- Faça o que quiser por mais que eu lute pra fazer o que pediu, não consigo quando ouvi sua voz já estava aqui pronto pra agir como seu cachorro e te proteger. Ele disse olhando para longe chão.
- Não se preocupe eu não vou mais te chamar.
- Eu quero estar ao seu lado.
- Mas eu não quero você perto de mim.
- E se eu implorar por seu perdão?
- Não adiantará em nada.
- Ahhhh. Ele gritou.
- Você me fez acreditar em você, me fez confiar em você e esmagou o meu...
- Coração? Ele olhou esperançoso abaixando a cabeça para olhar em meus olhos.
- Não seja tolo. Gritei me afastando.
- Você é tudo que eu tenho Luna.
- Você não me tem e nunca vai ter, esse troféu não vai parar em sua estante. Gritei.
Aquela discussão já havia durado muito eu precisava sair dali e ver o que acontecia no castelo.
- Eu te amo Luna.
- Não ouse dizer coisas que não sente.
- Luna. Ele disse passando a mão por meu cabelo me fazendo recuar.
- Quem ama não esconde tudo o que você escondeu, não tem pensamentos como os que você teve, você não sabe o que é amor.
Ele abaixou a cabeça.
- Amor é quando além do sentimentos você entrega sua vida a outra pessoa, você mostra seus demônios e aceita o dos outro, o amor é quando você pensa no outro, faz de tudo pra ver esse alguém feliz coloca a o amor acha de tudo.
- Mas Luna...
- O que você sente é doentio não é e nunca vai ser amor, eu sou como um troféu pra você, eu sou seu plano de vingança, eu sou sua arma, uma marionete que depois de servir pra você vai ser jogada, sou a carta na manga, sou a peça do seu jogo. Estou completamente farta disso, todos querem me usar eu não sou de vocês!
Lágrimas de raiva escorriam por meu rosto.
- Eu achei que você era diferente, mas então você me destruiu.
Ele foi para o lado deixando a passagem livre ele não olhou para mim seu olhar estava muito longe e então ele desapareceu.
Limpei as lágrimas do rosto e saí correndo sem olhar para a trás, o caminho pelos corredores foi fácil não me perdi naqueles labirintos de corredores e sim em meus pensamentos, só pensava em morte e então em Dastan e tudo se embaralhava.
O barulho de espadas se chocando se aproximava e vozes se misturavam.
Corri ainda mais.
O andar estava completamente cheio me encolhi atrás da parede que dava a esse andar estava na frente de uma mesinha com um vaso de porcelana pintado a mão.
Notei que todos estavam em um círculo no centro do andar rodeados pelos clãs inimigos que estavam em um grande número os anciões, Gadriel com postura de imponente, soldados e os membros das família estavam sentados no chão encolhidos e ameaçados por espadas.
Dastan estava de pé e zombava do homem que era muito maior que ele.
Suas espadas se encontraram Dastan a empunhava como os heróis de filmes valente, corajoso e inabalável.
- Se continuar treinando daqui uma década consegue me fazer um arranhão. Ele era irônico e muito debochado ao pronunciar as palavras.
- Diga onde está Luna e posso pensar em te deixar vivo.
- Pode tentar me matar, mas por enquanto vou sentar porque me cansei em ver o quanto inútil você é.
Dastan então foi até uma cadeira e se sentou.
O homem já chegava perto e ele nem se importou.
- Será que a chuva vai passar logo?Dastan perguntou olhando para o alto e forte homem ele usava uma roupa que parecia pesada de cor preta e seu rosto meio desfigurado, redondo e cheio de cicatrizes, era de uma fúria imensa sua pele era parda.
Em sua mão um espada que parecia ser do meu tamanho e com largura do meu antebraço, ele a segurava com firmeza.
Com um golpe violento ele apenas cortou o ar, Dastan que a pouco estava sentado agora já estava perto da janela olhando para a chuva.
- Lento demais.
- Procurem a garota por todo o castelo, tire tudo do lugar se for necessário.
- Dalila sente sua falta. O homem disse sorrindo.
- Mande lembranças a ela e diga que marcaremos em breve um encontro.
Aquele...
Respirei fundo o sangue esquentou e a vontade de dar outro soco em Dastan cresceu, vi alguns grupos se formarem e se espalharem então notei que eles iam em direção a Roland e os outros.
Meu coração disparou e eu recuei esbarrando na mesinha fazendo ela cair e o vaso se tornar em pequenos cacos ao se chocar com o chão.
O barulho foi alto.
Não adiantava mais me esconder havia entregado aonde estava e não ia fugir dessa vez.
Ergui a espada e saí de trás da parede.
- Peguem a garota. O olhar de Dastan encontrou o meu e toda a confiança de seu olhar sumiu.
Um dos homens se aproximou girando e o chutando fiz com que ele fosse contra o chão gritando por uma possível fratura nas costelas que eu poderia ter causado.
Puxei uma adaga do bolso e atirei na rótula de um outro homem que gritou e caiu ao chão girando de um lado ao outro agonizando.
Eu não iria mais matar, já estava cansada de mortes e os únicos que morreriam por minhas mãos seriam Lua e Sol.
Atingi o nariz de um dos homens com a palma da mão impulsionando com força seu nariz que se quebrou.
Haviam muitos ali eu estava cercada e não podia deixar aquilo acontecer.
Me abaixei no chão colocando os joelhos e em seguidas as mãos no chão.
Fechei meus olhos e pude ouvir as raízes erguendo a madeira e se espalhando pelo andar.
Me levantei e junto comigo as raízes também se levantaram se prendendo em todos e em alguns móveis espalhados pela sala.
- Vieram ao lugar errado.
- Agora. O homem que lutará com Dastan gritou e uma pancada forte contra minha cabeça me fez sentir uma tontura imensa e algo quente escorrer por minha cabeça meus passos contra o chão falhavam e cada passo se tornava mais difícil.
- Luna? Era a voz de Cam.
- Eu vou pegar ela. Dastan gritou.
Enquanto eu girava tentando manter as raízes ainda envolvendo cada um deles e o mesmo tempo me manter em pé tudo piorava.
Minha visão estava turva fiz as raízes se envolverem em meu corpo formando um enorme casulo que cobriu todo meu corpo.
Senti cheiro de queimado e me sentei quase que me jogando no chão.
Com toda força que tive fiz as raízes ficarem mais apertadas e ainda maiores.
Senti o cheiro mais forte de queimado minha visão já voltava lentamente.
E então as raízes se transformaram em cinzas e o olhar de Dastan me encontrou.
- Você é uma garota muito teimosa. Ele disse devagar sem toda aquela arrogância que ele começará a usar toda vez que falava comigo.
E por um momento parecia que tudo havia sido esquecido e que eu voltava para meu porto seguro os braços de Dastan.
- Esse é um dos meus encantos. Falei devagar.
Ele me ergueu em seus braços e pude ver a tentativa de fugir
Eu lembrei então do beijo de Dastan e senti vontade de me atirar no chão, mas meu corpo agia por vontade própria querendo permanecer em seus braços.
- Abra o portal. Ordenei e Dastan fez rapidamente.
Abaixei a mão devagar e as raízes desapareceram fazendo os corpos dos clãs colidirem contra o chão em seguida ergui a mão e uma rajada de vento fez com que os todos aqueles que estavam presos rolasse e fossem para dentro do portal.
- Diga a Dalila que ela que venha pessoalmente tirar a coroa de mim, eu a espero aqui.
Senti a mão de Dastan passar pelo ferimento e soltei um grunhido baixo.
- Vou te levar para a torre.
Eu queria rasgar seu pescoço com minhas unhas, mas me contive.
- Ela está bem? Cam indagou preocupado.
- Só um pouco zonza, ela vai ficar bem.
Então Dastan me carregou até porta em um relance de olhar avistei o corpo do homem que lutou com Dastan no chão em uma piscina de sangue rubi e com a espada que Dastan empunhava atravessada por seu peito.
Dastan puxou levemente meu queixo forçando meu olhar para frente.
Ele me deitou na cama limpou o ferimento e se sentou em uma poltrona azul celeste a uma distância da cama.
Nada estava bem, mas o olhar dele me trouxe uma sensação boa.
Ele me observou até que meus olhos cansados cederam a o crescente cansaço e se fecharam tendo como última imagem os olhos azuis de Dastan.



A Maldição da Lua Vol: 2 Entre a Lua e o SolWhere stories live. Discover now