capítulo 67

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Meu braço estava dormente e ao focalizar no criado mudo ao lado da cama percebi um pequeno bilhete.
Estiquei o braço e puxei o bilhete, meus olhos tiveram que se acostumar com a luz para que eu entendesse o que nele estava escrito.
" - Desculpa a briga de ontem, passei dos limites, estou buscando seu café e volto logo"
Coloquei o bilhete novamente sobre o criado mudo e quando me virei e olhei para porta lá estava Morte com um leve sorriso nos lábios e um pedaço de torta de limão.
- A quanto tempo está aí? Perguntei sonolenta esfregando os olhos.
- Cheguei a pouco tempo, tempo suficiente para te ver acordar. Disse ele se aproximando e me entregando a torta.
- Obrigado.
Morte tirou minha máscara, me alcançou uma colher e eu a enterrei na torta e enchi a boca.
- Haha você quer que eu te traga mais uma.
Parei de comer no mesmo momento e me virei pra ele.
- Nunca te vi sorrir desse jeito. Disse limpando os cantos da boca.
Ele me olhou surpreso e sorriu novamente.
- Vamos termine de comer, vou te levar para ver Dastan.
Assenti enfiando outra colherada de torta na boca.
- Vou tomar um banho antes de ir. Disse limpando a boca com um guardanapo.
- Tudo bem.
Peguei a máscara, ainda era difícil respirar sem ela.
Morte pegou o suporte e levou até o banheiro fechando a porta ao sair.
Liguei o chuveiro e tirei a camisola que usava e a máscara de oxigênio, entrei em baixo do chuveiro e a água caiu quente sobre o meu corpo...
Desliguei o chuveiro, mas então percebi que não tinha pegado uma toalha.
Peguei a camisola e coloquei cobrindo meu corpo fui até a porta e abri uma pequena fresta, nela pude ver Morte sentado na poltrona ao lado da cama.
- Morte.
Ele me olhou no mesmo segundo.
- O que foi?
- Você pode, espere. Senti dificuldade para respirar, meu peito doeu.
- Luna, você está bem?
Fechei a porta e corri até o suporte de oxigênio e coloquei a máscara e puxei o ar com força.
A porta abriu e eu puxei a camisola sobre meu corpo.
Morte me olhou assustado.
- Luna, desculpa, você está bem?
- Eu estou. Disse ofegante.
- Eu vou sair daqui. Disse ele já saindo.
- Você pode pegar uma toalha pra mim e roupas limpas?
- Posso sim, já volto.
Puxei o ar mais algumas vezes até que a respiração tomou seu ritmo natural.
Ouvi batidas na porta, Morte colocou só o braço para dentro do banheiro e me estendeu as roupas e a toalha, as  peguei.
- Obrigado.
- Por nada.
Me sequei e vesti as roupas, enfim roupas normais, uma camiseta azul sem estampa e uma calça jeans escura.
Sequei os cabelos com a toalha e me olhei no espelho, meus cabelos pareciam sem vida assim como o meu rosto.
Prendi o cabelo em um rabo de cavalo baixo e escovei os dentes.
Depois da situação nada constrangedora que havia passado com Morte e por ele quase me ver nua, saí com a cabeça baixa do banheiro ele me ajudou com o suporte o levando pra fora.
- Está linda e vermelha. Disse Morte.
Coloquei a mão sobre as bochechas que queimavam.
- Você já tem que ir? Indaguei mudando de assunto.
- Logo, mas antes vou te levar até o quarto de Dastan.
Assenti.
Ele abriu a porta e juntos fomos até o quarto de Dastan, sentados em frente ao quarto estavam Roland e Cloe, olhei pelo vidro e Sebastian e Jeny estavam no quarto junto com Dastan.
Roland se levantou e se aproximou.
- Ainda bem que chegou ele não para de falar que quer te ver.
Sorri e Morte segurou minha mão.
- Eu estou indo tudo bem? Indagou Morte.
- Pode ir, até mais tarde.
Morte beijou minha testa e desapareceu.
Olhei pelo vidro e Dastan me viu, ele sorriu e fez sinal para que eu entrasse.
Jeny se virou e me encarou, ela se levantou e Sebastian fez o mesmo eles caminharam até a porta e saíram.
Os dois nem olharam no meu rosto, mas pouco me importava eles agora.
Roland falou algo para Jeny e veio me ajudar com o suporte.
- Você tem que esterilizar suas mãos. Roland disse me entregando álcool em gel.
Passei ele por minhas mãos e Roland abriu a porta carregou meu suporte para dentro do quarto.
O sorriso de Dastan fez meu mundo girar, quando vi já estava correndo para seus braços, me joguei em seu peito e ele fez um barulho.
- Desculpa. Arregalei os olhos e ele sorriu.
Ele estava ainda ligado à todas as máquinas, eu com toda certeza tinha o machucado, mas ele continuou sorrindo.
- Oi. Eu disse e beijei sua bochecha.
Roland já tinha saído do quarto.
- Eu senti a sua falta. Ele disse baixinho.
- Eu também senti. O abracei dessa vez com menos força.
- Como você está? Indaguei vendo cada detalhe do seu rosto.
- Estou bem e quanto a essa máscara?
- Acho que a uso pela mesma razão que a sua. Sorri e encostei o dedo em sua máscara.
Ele passou a mão pelo meu cabelo e desceu até o meu pescoço, com a outra mão ele desceu a máscara que eu usava e fez o mesmo com a dele.
Ele me puxou para si e enterrou nossos lábios, suas mãos me puxaram ainda mais sua língua contra a minha, o beijo ficou mais intenso, suas mãos seguraram meu rosto, meu corpo todo relaxou, o hálito mentolado e um cheiro de perfume, o melhor beijo que ele já me dera na vida, o envolvi em meus braços e me aproximei ainda mais, mas o ar de meus pulmões começou a sumir e acho que ele sentiu o mesmo, me afastei e fui até a máscara colocando em meu rosto e puxando o ar com força, Dastan fez o mesmo.
Me senti observada e quando olhei para o vidro vi Cloe, Roland e Cam estavam de boca aberta, eles saíram depressa e eu fui até a cama de Dastan.
- Acho que vou precisar de mais alguns beijos desses.
Sorri e fiquei ao seu lado.
- Você quer deitar ao meu lado?
- Acho que não tem espaço suficiente para nós dois.
- Eu posso dar um jeito nisso. Ele sorriu e foi mais para o lado.
Relutei um pouco, mas me deitei ao lado dele.
Me virei de lado para que pudesse ver seu rosto.
- Você está linda. Ele disse.
- Mesmo com essa máscara?
- Mesmo com ela.
Ele puxou a coberta sobre nós e acariciou meu rosto.
Entrelaçamos nossas mãos, assim como muitas vezes os nossos lábios.

[...]

- Quando você disse aquilo de fugir você falava sério?
Aquela pergunta me pegou de surpresa.
- Você podia escutar?
- Tudo o que você disse.
Fiquei em silêncio por um tempo me lembrando o quanto tinha sido patética.
- É claro que eu falei sério, depois que nós sairmos daqui, você, eu e Gadriel vamos para um lugar longe daqui e nunca mais vamos voltar.
- Eu amo você. Disse ele.
- Eu também amo você.
Puxei a minha máscara e ele tirou a dele.
Nosso lábios se tocaram levemente e depois a intensidade do nosso beijo aumentou, eletricidade tomou meu corpo e o dele.
Em meio ao beijo nossos olhos se encontraram pude ver o amor que ele sentia por mim, pude ver que ele me colocaria acima de qualquer um, acima de qualquer coisa.
Suas mãos seguraram meu rosto me puxando para mais perto e mais perto foi como se a única coisa que existia no mundo fosse ele, eu e aquele beijo.

A Maldição da Lua Vol: 2 Entre a Lua e o SolWhere stories live. Discover now