Capítulo 57

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A raiva já tomava conta de meu ser, a dor não foi suficiente para me manter no controle a minha parte sombria tomou conta de mim.
Eu aplaudia ver aquela cena e quem é que fosse aquela me fez vulnerável a minha outra versão.
Dastan me olhava perplexo enquanto a garota ria.
Descia as escadas com uma graça e um elegância que nunca antes tivera e ainda enquanto descía minhas palmas continuavam parei de bater palmas no pé da escada.
- Mas olha o que temos aqui, nova amiga Dastan? Disse calmamente.
- Luna? Dastan indagou com a voz falha.
- É claro que sou eu, mas o que eu queria saber é quem é ela?
Apontei para a garota que ainda mantinha o sorriso nos lábios.
- Eu mostro quem sou. Aquela voz...
Então ela tirou a peruca e a jogou no chão, colocou o dedo no olho tirando lentes de contato.
- Da... Dalila? A voz de Dastan falhava.
Ela retirou a máscara e jogou no chão.
- Ataquem. Ordenou Dalila gritando estridente.
De todos os lados do salão as pessoas começaram a atacar os outros convidados, os seguidores de Sun invadiram o castelo se infiltrando como convidados mascarados e serviçais.
E agora atacavam todos ali.
- Qual dos dois você quer que eu mate primeiro Luna? Disse minha parte sombria.
Eu andava em direção a Dalila e um pouco distante estava Dastan ainda sem reação.
- Escolha qual deles quer que eu mate primeiro ou vou matar todos nesse castelo.
Jogava todos para as paredes do castelo conforme andava passando pelo caos que se instalava.
Dalila então empunhou uma espada.
Todos os convidados estava desarmados e tiveram que se render.
Por canto de olho pude ver todos ajoelhados no chão com facas ou espadas no pescoço.
Roland e Jeb eram os únicos de pé eles tentaram lutar, mas ao Cloe e Lili serem ameaçadas eles desistiram e se renderam.
Me aproximei de Dalila e ela colocou a espada em meu peito.
- Diga qual deles quer que eu mate primeiro. Gritei e vi o olhar de Dalila que empunhava com as duas mãos a espada a precionando sobre meu coração.
- Diga. Gritei ainda mais alto.
- Luna é você? Dastan indagou andando em minha direção.
- Você sabe que não é ela, Dastan. Falei ironicamente.
- Eu vou trazer ela de volta. Disse ele erguendo a mão.
- Nem se ela cruzasse o coração de Luna com essa espada, causaria dor suficiente para que ela voltasse. Passei o dedo sobre a lâmina da espada.
- Quem voltasse? Indagou Dalila com a voz trêmula e evidentemente assustada.
- Luna, você tem que decidir quem devo matar será o amor de sua vida e traidor pela segunda vez ou será a causadora da traição?
- Não os mate. Disse eu a minha versão maligna.
Me desviei da espada fazendo Dalila cortar o ar a segurei pelo pulso e seus olhos se arregalaram assustados, seus seguidores correram até nós deixando livre os convidados.
Roland junto com Sebastian fizeram uma parede de espinhos os deixando longe.
Os seguidores nos cercaram, Dastan empunhou sua espada e os manteve longe de mim.
Morte surgiu a minha frente e meus semblante se alegrou.
- Luna? O que está fazendo?
- Pode ir eu não preciso de ajuda sei o que estou fazendo. Falei docemente.
Morte ficou parado me encarando.
- Vá. Gritei enfurecida e logo em seguida ele desapareceu ainda me olhando.
Meu olhar então foi para Dalila minha mão apertou ainda mais, seu pulso estava quase quebrando.
Ela gritou o que fez que um de seus seguidores se aproximasse sua espada parecia vir em câmera lenta, ou será que meu movimento foi tão rápido que fez com que tudo que aconteceu ficasse devagar.
Minha mão apanhou a lâmina da espada e a outra ainda apertava o pulso de Dalila.
Senti uma forte dor, sangue escorreu por meu braço, num movimento forte chutei o homem na altura da cintura o fazendo cair no chão em seguida joguei a espada para longe.
Minha versão maligna era totalmente mais forte que eu, com uma pisada forte no chão que o fez tremer e todos inclusive Dastan caíram os prendi no chão com raízes com espinhos afiados que penetraram em suas peles os fazendo gritar.
Minha mão cortada profundamente se fechou ficando de pulsos cerrados e fazendo meus sangue pingar sobre o chão.
A dor foi forte, mas o comando não foi alterado, minha versão sombria se mantinha fria e sem nenhuma expressão.
Dalila estava com os olhos ainda mais arregalados.
- Aquele foi seu último beijo.
Dei uma joelhada em seu estômago a fazendo se abaixar, e cair de joelhsos no chão, mas ainda segurava seu pulso a mantendo em pé.
Olhei no fundo de seus olhos.
- Você é pior do que eu imaginava. Disse Dalila quase aos prantos.
- Você não viu nada. Disse eu gargalhando e apertando seu pulso ouvi um barulho e Dalila gritou, eu quebrei seu pulso.
Lágrimas escorreram por suas bochechas.
- Como entrou no castelo? Indaguei com leve curiosidade na voz.
- Com as pernas. Gritou Dalila com dificuldade.
- Me fale ou não será apenas seu pulso que quebrarei.
Ela hesitou por um monstro, mas a dor que ela sentia gritou mas alto e ela não viu outra alternativa a não ser responder às minhas perguntas.
- Responda. Gritei apertando seu pulso quebrado a fazendo gritar de dor.
- Eu... eu tive ajuda... de alguém do castelo. Disse Dalila com grande dificuldade o que me fez sentir pena dela.
- Interessante, mas também queria saber como bolou esse plano de invadir meu castelo e querer me matar no meu aniversário?
- Novamente... tive ajuda de alguém do castelo e esse alguém também me ajudou a usar a mesma fantasia que você.
- Vejo que planejaram a perfeição, mas vocês não contavam que outra parte de Luna agora floresceu e posso te dizer que essa parte não perdoa ninguém, não deixa ser passado para trás. As palavras era cuspidas de minha boca e cada uma delas possuía veneno suficiente para matar o mais forte ser do mundo.
Dalila gritava estremecida no chão.
Seus seguidores tentavam sair, mas a qualquer mexida de seus corpos os espinhos penetravam ainda mais em sua carne.
- Diga quem foi que te ajudou e eu posso pensar na hipótese de não te matar nos próximos dez segundos.
Dalila abaixou a cabeça.
- 10.
- 9.
- 8.
- É melhor contar! Gritei
- 7.
- 6.
- 5.
- 4.
- Tudo bem se é assim que prefere.
- 3
- 2.
- E...
- Tudo bem, eu conto, não foi só um foram duas pessoas do castelo, pessoas que te odeiam tanto quanto eu, pessoas próximas a você.
- Já estou sem paciência, diga me logo quem são eles.
- São... Seus anciões Geneviéve e Gregório.
Eu achava que eles apenas me odiassem, mas nunca que fariam uma coisa assim.
- Mais duas pessoas para sua lista, então decida qual deles quer que eu mate.
A parede de espinhos que Roland e Sebastian fizeram para manter todos a salvo virou cinzas e com uma rajada de vento Gregório e Geneviéve estavam de joelhos sobre as raízes que prendiam os outros ao chão.
Minha versão também libertou Dastan parecia atordoado, ela deixou os quatro ao meu alcance.
Dentro da minha mente algo aconteceu, meu outro eu se abalou e eu tomei o controle de meu corpo.
" - Mate ela você mesma" ecoou a voz dela em minha cabeça.
- Olá querida. A voz de Lua me deixou surpresa.
Me virei em direção às portas do salão e a encontrei em um vestido longo e solto na cor bege.
- O que faz aqui? Indaguei soltando Dalila no chão e caminhando para mais perto de Lua.
- Eu te avisei que seriam reveladas algumas coisas em seu aniversário, querida, o meu presente pra você será lhe mostrar quem está ao seu redor.
- Não invente mentiras Lua. Adverti
- Apenas te contarei a verdade, por onde devo começar? Indagou ela andando de um lado ao outro colocando e batendo seu dedo em seu queixo fino.
- Fale logo. Gritei impaciente.
- Vocês enganaram Luna, todos aqui sabiam da verdade, todos sabiam quem esses dois são. Lua apontou para Gregório e Geneviéve.
- Não escute.... Gritou Jeny e Lua prendeu todos contra a parede.
- Eles esconderam de você, esconderam que Geneviéve e Gregório são seus avós.
Meu mundo cedeu, meu pés perderam o chão e eu fui amparada pelos braços de Dastan.
Como eles fizeram aquilo comigo? Eu era neta deles porque fariam isso comigo?
Uma mistura de fúria e dor invadiu o interior de mim na alma.
Meu olhar então foi para Geneviéve.
- Como puderam? Vocês são meus avós, a única família que eu tenho. Lágrimas quentes escorreram por meu rosto.
- A culpa da morte de nossa Lisandra foi sua. Gritou Geneviéve amargurada.
- Ela tinha muito pra viver e por sua culpa ela está morta. Gregório gritou enfurecido.
- Eu nunca fui a favor de ela casar com seu pai e ela casou mesmo assim é depois veio você e arruinou a vida de nossa filha. Geneviéve gritou chorando.
Dastan me puxou para perto, mas então veio a tona, ele esconderá isso de mim, segundo Lua todos me esconderam isso.
Empurrei suas mãos de mim o afastando.
- Dastan, você escondeu isso de mim?indaguei me aproximando e ele apenas encarou o chão.
- Me responda. Gritei.
- Luna... A sua voz o entregou ela estava trêmula.
- Não chegue perto de mim. Gritei o empurrando, ele deu dois passos para trás e me olhou.
- Todos aqui me traíram, me esconderam a verdade, eu não esperava isso de vocês, até mesmo você Cam? Você que se dizia meu irmão, me fez isso? Encarei todos aqueles rostos conhecidos.
Cam passou a mão pelo cabelo visivelmente abalado.
- Luna. Se aproximou Dastan.
- Não chegue perto de mim.
- Todos eles sabiam inclusive Morte.
- Eu não posso confiar em nenhum de vocês, eu fui tola em acreditar que vocês eram minha família.
Arranquei o colar de Jeny de meu pescoço e o atirei em seus pés, fiz o mesmo com a pulseira de Cam.
- Luna, nós não...
- Não falem mais nada. Interrompi Cam.
Olhei então para Geneviéve ainda ajoelhada.
- Eu não pedi para fazer parte dessa maldição, eu amava ela, amava meu pai nunca quis que se machucassem por mim, eu me sinto culpada pela morte deles.
- Do que adianta sentir culpa? A amargura das palavras de Geneviéve me deixou zonza.
- E do que adianta quererem minha morte? Isso só se trata de vingança? Se for isso quero que tirem a minha vida se isso for fazer a dor da perda dela amenizar, podem tirar minha vida.
Olhei para os rostos dos dois e me lembrei da foto no meio do livro, eram eles na foto.
Os traços de Geneviéve e de Gregório me faziam lembrar da fisionomia da minha mãe.
Lágrimas escorreram ainda mais por meu rosto e em meio a soluços que me vieram ao chorar a voz do meu outro eu ecoou em minha mente.
Ela ordenava que eu matasse todos eles, todos aqueles traidores.
- Todos aqui estão te usando Luna, seus próprios avós planejaram sua morte junto com Dalila.
A raiva tomou meu peito.
- Ninguém nunca se importou com você, todos eles só te usaram Luna, eles não te amam, ninguém aqui te ama, os planos deles eram de essa noite tirarem sua imortalidade e matar você.
Eu me sentia tola, ingênua, usada, humilhada e principalmente traída.
Me afastei de todos, meu sangue borbulhando e meu poder queimando por dentro, meu corpo não conseguia mais aguentar esse poder, lá estava eu à beira de perder o controle.
- Luna. Gritaram todos eles.
Um brilho forte foi emitido de meu corpo e ele se espalhou a meu redor com grande velocidade.
Lua abriu as mãos contendo todo esse poder e me olhando orgulhosa.
- Se eu não fizesse isso mataria a todos e o castelo cairia sobre você, eu não quero que eles morram tão facilmente, quero que eles paguem e sofram pelo que fizeram pra você, quero que sintam dor.
- Luna, você não é assim. Gritou Dastan.
- Ela não era assim, mas depois do que fizeram com ela será que ele a continuará a mesma.
- Lua, tem algo mais para me dizer? Perguntei controlando o choro.
- Não querida, acho que já contei tudo que precisava saber, feliz aniversário minha menina.
Lua se aproximou e afagou meus cabelos e em seguida desapareceu libertando todos que ela prendia contra a parede.
Dastan correu até mim e junto com ele vieram os outros.
- Luna, o que ela disse....
- Saíam de perto de mim, eu não quero que se aproximem de mim. Empurrei todos abrindo passagem até Dalila.
- Você queria me matar, mas tudo que conseguiu foi dor e quase sua morte, na próxima vez não serei misericordiosa, se te encontrar novamente transformarei seu corpo em cinzas. Olhei em seus olhos castanhos e a deixei sair porta fora correndo seus seguidores seriam levados pelo exército.
Ninguém tentou se aproximar de mim meu olhar era tão ameaçador que fez com que todos se mantivessem afastados.
Todos em silêncio me olhavam, passei por eles, caminhando em silêncio até a torre.
Eu sentia meus pensamentos e os da outra versão se misturarem e me confundirem sobre o que eu realmente pensava eu estava confusa, furiosa e angustiada.
Ao chegar à porta da torre e a abri me deparando com sua feição.
Ele já me esperava lá...

A Maldição da Lua Vol: 2 Entre a Lua e o SolWhere stories live. Discover now