Capítulo 61

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Sophia? Eu não sei o que você está fazendo mas... Sua mãe ligou! — Escutamos a voz de Lua do lado de fora. Estava em cima de Micael, nua, enquanto tinha sua boca sugando meus seios. Sempre intercalando.

— Pera aí, pera aí. — Rimos cúmplices quando endireitei meu corpo, mexi em meus cabelos. — Eu já vou, Lua! Fale pra ela ligar depois. — Cerrei meus olhos, Micael alisou meu corpo.

— Tá bom. — Esperei que Lua saísse, Micael me puxou pra si.

Tive que parar.

— Precisamos voltar. — Pousei minhas mãos em seu peito definido, ele bufou.

— Você sabe que isso é chantagem emocional da Lua, não sabe?

— Como? — Achei graça.

— Eu não escutei o telefone tocar. — Disse calmo.

— Nós não escutamos o telefone tocar. — Assenti várias vezes fazendo Micael bufar mais ainda. — Seus cinco minutos acabaram. — Sai de cima de Micael que ficou triste, busquei meu robe de seda enquanto ia ao banheiro, tomando um banho quente e um pouco longo.

Ficamos alguns minutos enrolando no banheiro até que fôssemos à sala. Lua estava jogada no sofá, assistia um filme repetido nos canais trash de dramaturgia. Ela nos encarou, com nojo.

— Vocês transaram, não é?

— Ainda tem porra no meu pau, Lua! Você quer ver? — Micael recebeu uma almofada no rosto.

— Vocês são nojentos. Sabia que eu sou sua visita, Sophia? — Me encarou indignada. Apenas ri.

— Lua. — Gesticulei com as mãos. — O Micael já está indo, não precisa brigar com ele. — Coloquei minhas mãos em seu ombro, o empurrando.

— Amor, você está me expulsando?

— Tecnicamente sim. Você precisa resolver a sua vida. — Saímos do apartamento. Levei Micael até a Range Rover estacionada na frente do condomínio.

Ele entrou no veículo arrumando o câmbio, passou o cinto de segurança antes de me encarar, estava lindo! Ele era lindo! Ele era... Tudo!

— Eu te amo. — Segurou minha mão, beijando em seguida.

— Eu também te amo. — Suspirei. — Quando você vai voltar?

— Logo. Eu preciso resolver essas coisas do hospital. — Trincou o maxilar, ele não gostava de pensar muito.

— Vai dar tudo certo, você vai ver. — Sorri esperançosa. — Quando chegar me liga, tá? — Ele assentiu.

Beijei seus lábios antes que partisse. Micael ligou o veículo que arrancou, antes dele buzinar.

Seattle. — Horas depois.

Era tarde quando Micael estacionou a Range Rover em sua vaga no estacionamento do hospital, desceu do veículo apertando o alarme. Chovia fraco, conseguiu ver alguns funcionários passeando por dentro do prédio. Passou pela porta automática sentindo o confortável aquecedor sob o corpo. O choque térmico era incrível naquelas épocas.

— Doutor Borges? — Uma auxiliar lhe parou, tinha o jaleco um pouco sujo. — A mãe da menina está aí.

Micael arregalou os olhos, foi surpreendente à ele.

— Faz tempo que ela está aí? — Andaram até o local onde a mesma estava.

— Um pouco! Estava esperando você chegar. — Engoliu seco. Micael andou até a sala de espera, bem aconchegante. Agradeceu a auxiliar que o levou até lá.

Observou a mãe da menina, sentada em uma poltrona confortável. Encarava as próprias unhas esperando por algo. Micael aproximou-se fazendo ela se assustar um pouco.

— Me desculpe pela demora, eu não sabia que...

— Venho te pedir desculpas, de algum modo. — Olhou Micael. — Você não foi o culpado de nada.

— Como?

— Eu sei que você não matou a minha filha, muito pelo contrário. — Arrumou os cabelos. — Você quis salvar a minha filha, mas, um dos seus auxiliares fez as coordenadas erradas! — Ela assentiu. — Por isso eu quero que esqueça tudo, o tribunal, as ameaças, tudo! Não vamos adiante com esse assunto. Eu sei que irei perder, você não pode fechar o seu hospital.

Micael estava surpreso, de algum modo. Colocou as mãos no bolso da calça enquanto pensava, remexeu os lábios e encarou a mãe da menina novamente, sem ter o que dizer.

— Eu sinto muito pelo o que aconteceu, somos profissionais o bastante à isso. — Explicou. — Mas fique tranquila, eu já demiti o auxiliar que me deu as coordenadas erradas. Sou muito claro e franco nisso!

A mãe da menina assentiu.

— Eu queria lhe ajudar. — Disse calmo. — Como posso... Te ajudar? Eu quero me desculpar pelo erro, fazer algo que possa lhe ajudar no momento. Uma ajuda sempre é bem-vinda.

— Uma ajuda? — Sorriu. — Eu e meu marido vamos sair da cidade, estamos vendo alguns terrenos perto de Phoenix. — Soltou. — Ainda sem previsão de compra, só... Olhando!

— Ótimo, ótimo! Então... Eu entrarei em contato com você na semana que vem, escolha o terreno e eu enviarei o cheque. Qualquer terreno com qualquer tamanho, não importa o preço. — Os dois sorriram.

— Muito obrigada! Muito obrigada! — O abraçou, deixou as lágrimas caírem.

— Eu te devo desculpas, o máximo que posso fazer para me acertar com você. Sei que nada trará sua filha de volta, mas espero que você reconstrua daqui em diante. Com seu marido! — Encarou a mulher que ainda chorava, secou suas lágrimas.

Em casa tudo estava indo perfeitamente bem, a não ser Lua que comprava uma certa implicância com Kate, deixando ela irritada, me arrancando risos enquanto terminava de tirar a mesa do jantar.

— Mamãe, a tia Lua está me enchendo o saco! — Emburrou-se. Lua ainda ria, histérica.

— Deixe sua tia, ela vai ver o que é bom. — Lavei os pratos. — Quem quer sobremesa?

— EU! — Kate deu pulinhos, agarrou minhas pernas. — É pudim, mamãe?

— Você é chata igual ao seu pai. — Lua alfinetou, caminhando até à cozinha. — Pudim é ruim! Eu prefiro um bom sorvete de passas ao rum com cobertura de caramelo.

Kate fez uma careta.

— Isso é ruim! Eu prefiro pudim. — As duas iniciaram novamente. — Tia Lua, você já pode ir embora.

— Kate! Modos por favor. — Sequei minhas mãos quando terminei de lavar o último prato. — E você, Lua? Por que não mora aqui comigo? — Optei.

— Eu? Morar com você? É a mesma coisa que assinar meu atestado de óbito. — Riu sarcástica. — Nunca vamos dar certo morando juntas.

— Por que não?

— Preciso falar mesmo? — Fez uma careta, sabia que ela iria falar baboseiras.

— Melhor você ficar quieta na sua, é bem melhor. — Lua ainda ria enquanto fazia cachinhos nos cabelos de Kate, que ainda estava irritada com a presença da mesma.

Estava tudo em paz.

Young and the Restless - Jovens e Inquietos 2ª Temporada Where stories live. Discover now