Capítulo 12

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Eu adorava fazer sexo, não podia negar! Meu desejo sexual só aumentava a cada vez que via Micael, ou demorava a vê-lo.

Estávamos transando de novo, pela quinta vez aquela noite. Eu estava o cansando e ele não sabia como me deter. Não sei como!

Cessamos o beijo com selinhos demorados, me desencaixei do seu membro, colocando os pés no chão.

— Gostosa! — Bateu em minha bunda, sorri.

— Para com isso. — Caminhei até a suíte. Entrei no box, ligando a ducha.

— Eu te amo por isso não consigo parar. — Entrou junto comigo, me beijando. — Como vamos fazer?

— Em relação à que? — Franzi meu cenho enquanto tinha minhas mãos em seu ombro.

— Sobre o hotel fazenda. — Pausou. — Afinal, vamos estar com Kate. — Cerrou os olhos, já tinha entendido o x da questão.

— Podemos tirar um dia só nosso, depois. Bem depois! — O beijei. — Kate está falando nisso a semana toda. — Peguei meu shampoo, colocando em minhas mãos. — Ela está bem animada! — Micael enxaguou pra mim, senti seus dedos fortes massagearem minha cabeça.

— Eu sei que está. — Terminou de fazer o seu trabalho. — Eu não quero voltar pra casa segunda feira. Eu me recuso!

— Mas você tem que voltar. — Passava o condicionador agora. — É difícil pra mim também.

Ficamos em silêncio.

— O que está pensando? — Ele me conhecia muito bem! Eu estava realmente pensando.

Algumas semanas atrás eu estava pensando em entrar na Universidade de Seattle, onde de lá saíam excelentes profissionais pra qualquer ramo escolhido. Eu estava ficando sem graça de ter que precisar de Micael o tempo todo, eu gostaria de ter o meu próprio dinheiro e minha própria responsabilidade. Talvez, montar algo próprio à mim, igual ele fez.

— Eu gostaria de fazer uma matrícula na Universidade de Seattle. — Encarei ele que estava debaixo da ducha, os pingos caindo levemente em seu corpo.

Micael não tinha a face muito boa. Foi como uma estava no peito, deu pra perceber.

— Agora? — Arqueou uma sobrancelha.

— Sim. — Ainda estava sorrindo.

— E Kate?

— Uma babá?

— Nem pensar. — Saiu do chuveiro, enrolou a toalha na cintura. — Você tem tudo o que quer, por que quer fazer uma faculdade? — Secou os cabelos.

— Por que eu não posso fazer uma faculdade? — Desliguei o chuveiro, saindo em seguida. — Você pôde, por que eu não? — Vesti meu roupão felpudo.

— Isso foi há anos atrás, você mesmo disse que não queria fazer nada. E eu insisti, diversas vezes!

— Como você queria que eu fizesse uma faculdade? Nós tínhamos a Kate, eu estava tecnicamente escondida. — Remexi os ombros. — Aliás, eu ainda estou tecnicamente escondida. — Fomos até o closet.

— Você sabe porque está tecnicamente escondida. Conhecemos essa história muito bem. — Estava ficando bravo. — E não, eu não quero que você entre na Universidade de Seattle. Não mesmo! — Negou com a cabeça. — Você vai cuidar de Kate e receber tudo o que precisa, como sempre foi.

— Você tem medo? — Me escorei.

— Do que?

— De mim. Entrando na Universidade, conhecendo gente nova... — Dei hipóteses. — É disso que você tem medo? Você sabe que sim.

Ele ficou em silêncio.

— Porra, não era isso que eu estava falando!

— Estava sim! — E lá estávamos nós, discutindo mais uma vez. — Eu cansada disso, sempre a mesma coisa, sempre a mesma história! — Gesticulei. — Eu fico presa aqui, não consigo sair, eu tenho que dar meia-volta na sua filha quando te vê na rua ou em alguma matéria do hospital. É isso que você queria? — Encarei seu semblante derrotado. — Responde, Micael! Era isso que você queria? — Estava esperando uma resposta, qualquer que fosse.

Mas ele preferiu o silêncio, de novo.

— Você sabe que eu não casei por opção. — Colocou as mãos na cintura. — Você sabe que tudo isso é parte da mentira que criamos. Você sabe que eu faço de tudo pra te ver feliz! — Pausou. — Eu gostaria de me dividir em oitocentos pedaços e conseguir resolver tudo mas infelizmente eu não posso.

— Coloque-se no meu lugar. — Respirei fundo. — Imagine que você tem uma filha, eu sou casada com um homem possessivo e doentio, por obrigação. Tenho uma vida excelente, sou formada na Universidade que eu escolhi e tenho a profissão que eu escolhi por mérito dos meus pais. — Encarei o chão. — Imagine agora que você tem um caso comigo mas não pode sair por aí porque tem um segredo, a sete chaves. — Umedeci os lábios. — Imagine agora que você tem que ver a vida passar diante dos seus olhos e não pode fazer nada. — Silabei. — Imagine agora que você não pode fazer o que quer porque eu não deixo, porque eu sempre te dou... Tudo. — Dei ênfase na palavra. — Agora imagine tudo isso e como a sua cabeça não ficaria. Você pensou? Espero que sim!

Micael respirou fundo, passou a mão no rosto e virou-se de costas à mim, procurando uma boxer na gaveta.

— Eu vou ser machista e hipócrita mas não vou deixar você entrar em uma Universidade. Não vou!

Estava me remoendo por dentro, ele não tinha esse direito.

— Eu quero manter você segura, por favor! Pode fazer o que quiser mas eu não irei deixar você ir pra Universidade. Me desculpe! — Vestiu-se e saiu do closet, segurei meu choro.

Eu nunca pensei que um homem me ditaria regras e eu iria obedecer.

Young and the Restless - Jovens e Inquietos 2ª Temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora