Capítulo 23

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Fui rápida ao largar o telefone e andar até a porta, abri com raiva relevando Micael, ainda de jaleco. Aparentemente, cansado.

— O que você quer aqui? — O olhei com desprezo.

— Eu vim ver você, me acertar com você. A gente...

— Não existe mais "a gente". — Fiz aspas com as mãos. — A gente já morreu há muito tempo, eu não quero mais você, Micael. Eu te libertei! Você vai ser feliz na sua nova vida, no seu novo lar, com a sua nova família e com o seu novo herdeiro. Ou herdeira! — Debochei. — A única, não é? Já que Kate é... Clandestina. — Arregalei meus olhos, ainda em deboche.

— Para de graça. — Entrou sem a minha permissão. Bati a porta. — Você sabe que não acabou, só é uma fase.

— Você que pensa. — Gargalhei, em deboche. — Você vai cair, Borges. Você vai sentir a dor que eu senti, o mal lhe espera. — Andei até à cozinha, busquei um vinho.

— Está fazendo aula com a Rayana?

— Vai ver eu estou! — Despejei o vinho na taça, logo após, me escorando no balcão. Olhando diretamente nos olhos de Micael. — Qual vai ser a sua próxima vítima? Você vai engravidar e ajudar ela a todo custo? — Balancei a taça.

— Eu odeio quando você fica assim!

— EU SOU ASSIM! — Bebi. — A vida me fez assim, você mudou completamente ela, agora aguente. — Cruzei meus braços.

— Você adora situar que eu praticamente caguei a sua vida. Você se arrepende da Kate então? — Me irritou.

— Você sabe que não.

— Eu consigo ver mágoa nos seus olhos, Sophia. Você se corrói por dentro quando citamos o acontecido, você não está feliz com ela, você não está! — Silabou.

— Eu amo a minha filha. — Minhas lágrimas saíram. — Eu amo tanto que chega a doer, e você não vai me tirar do sério.

— Ninguém aqui tá tirando ninguém do sério. — Esbraveceu. — Eu só acho engraçado como você cita sempre a Kate, você sempre cita que a sua vida seria melhor...

— A sua vida também não seria melhor? Você iria conquistar muito mais, iria conhecer quem você quisesse, iria ter todas as menininhas bonitinhas da Universidade de Seattle. — Imitei. — Iria gastar o dinheiro do seu pai, já que foi a única coisa útil que ele deixou.

— Chega! — Andou até mim, puxou a taça. Me irritei. — Você está me tirando do sério agora.

— Eu sempre te tirei mas você foi forte e aguentou. — Debochei. — Eu vejo como você olha a nossa filha. Você sente mais amor por ela do que por mim, Micael. Sempre foi assim!

— PARA COM ISSO! — Gritou.

Mas alguém nos parou. Olhamos Kate, parada, no portal da cozinha. Coçava os olhinhos se acostumando com o local, ainda estava sonolenta.

— Papai?

— Oi, meu amor. — Micael sorriu, teve a mesma no colo. — Desculpa minha vida, a gente acordou você? — Ela assentiu. — O papai e a mamãe acordou você, que judiação. — A levou no quarto. — Vem aqui...

A voz dele foi sumindo pelo corredor.

Micael colocou Kate na cama novamente, lhe cobriu com a mantinha.

— A mamãe disse que você vai deixar a gente.

— Sua mãe está ficando louca. — Sorriu falso. — Eu não vou deixar ninguém, você acha mesmo que eu vou te deixar? Eu amo você!

— Ela disse que você não ama mais ela.

— Eu já disse, sua mãe está louca! — Tentou rir mas Kate ainda estava triste.

— A gente vai viajar. Pra tia Lua.

— Sua mãe e você? — Kate assentiu. — Ela não tinha me contado!

— Mas ela vai. Eu não quero ir. — Emburrou-se.

— Eu vou conversar com a sua mãe. — Beijou o topo da cabeça de Kate. — Durma bem, meu anjinho! Eu te amo. — Saiu do quarto.

Eu estava na sala quando Micael voltou, já tinha passado da hora dele ir.

— Então você vai viajar?

— Tchau, Micael. — Me levantei, indo até a porta. — Você precisa cuidar da sua mulher, que está grávida. — Sorri falsa.

— Vai ser assim? Isso ainda não acabou.

— Veremos.

Young and the Restless - Jovens e Inquietos 2ª Temporada Where stories live. Discover now