Young and the Restless - Jovens e Inquietos 2ª Temporada

Capítulo 83

— O que aconteceu com ele? — Mel estava em uma sala, em sua frente conseguia ver Arthur, deitado, com respiradores e tubos apropriados. Micael estava com ela, observando o amigo.

— Ele tem sopro no coração. Você não sabia? — Mentiu. Continuava tranquilo.

Mas era óbvio que Mel desconfiava de algo.

— Ele é seu amigo e não meu. — Soou grossa. Tinha as mãos no jaleco. — Avisou a ex-mulher dele?

— Acho que ela não gostaria de ver o ex-marido nessas condições. Seria trágico! — Remexeu os ombros. — Podemos ir?

— Claro! — Sorriu falsa após passar a porta com Micael.

Deixaram Arthur sozinho.

— Você acha que ele pode acordar?

— Ele vai acordar! — Decretou. — Só está um pouco abatido com o que aconteceu, os melhores aparelhos estão aqui. — Gabou-se, mudando de assunto. — Não tem com o que se preocupar.

— Você acha que eu estou preocupada? — Fingiu. E estava mesmo! Micael conseguia notar de longe.

— Sabe. — Pausou. — Parece que você conhece ele durante muito tempo. — Rodeou a morena. — Talvez, possam ter se conhecido em outro lugar.

— Você acha isso? — Arqueou uma sobrancelha. — Só estou preocupada com o estado de saúde dele, afinal, não é todo dia que temos uma UTI ocupada. — Retorceu. — Não pensa o mesmo, doutor Borges?

— Claro que eu penso! Por que eu não pensaria? É a vida dos meus pacientes. — Sorriu falso.

Escutaram o barulho de algum sapato ecoar no chão frio do hospital. Sua auxiliar corria, parecia bem cansada.

— Doutor Borges? O doutor Collin está chamando! — Respirou fundo.

— Aconteceu alguma coisa? — Ficou sério rapidamente.

— É a senhora Borges. — Soltou.

Os três saíram da ala onde Arthur estava, entraram no elevador e voltaram para o terceiro andar, onde encontraram Rayana ao lado do doutor Collin. Seu rosto estava inchado, tinha olheiras e estava muito mal! O descobrimento de sua doença fatal lhe afetou mais ainda.

— Doutor Collin, algum problema? — Perguntou ao homem.

— Leve Rayana pra casa, ela está em transe, não está muito bem. — Disse calmo. — Amanhã voltaremos as sessões, tranquilamente.

Micael encarou a esposa, estava em transe.

— Vamos? — Colocou as mãos em suas costas, ajudando Rayana a se mexer.

Mel os encarava, com os braços cruzados. Tinha tanta coisa em mente quando Micael saísse.

— E você! — Apontou à morena. — Nada de pisar na UTI, eu vou saber se você tiver ido lá. Ok?

— Sim senhor. — Se fosse possível, ela reviraria os olhos.

Micael acompanhou Rayana até a Range Rover, entrou no veículo e dirigiu até sua casa, deixando a esposa no local. Estava quieta quando sentou-se no sofá da sala, observando o seu lugar favorito.

Estava doente! Não iria ver nada do crescimento de Marcel, não iria curtir o marido que tanto sonhou. Não iria fazer absolutamente nada!

— Eu não sei o que te dizer. — Micael soltou, estava encostado na parede, no canto da sala. — Eu estou muito triste, Rayana. De verdade! — Era notável.

— Será mesmo? — Sua lágrima caiu.

— É! Pode não parecer pra você mas pra mim é. — Engoliu seco. — Eu não desejo isso nem ao meu pior inimigo.

— De todo o jeito você iria desejar pra mim. — Deu um riso sem vida. — A minha mãe vai ficar louca quando souber. — Cerrou os olhos.

Rayana levantou-se, ficando frente à frente com Micael.

— Quero te pedir um favor. Sei que vai ser um pouco estranho mas é só isso que eu quero te pedir. — Preparou-se para dizer.

— Pode falar.

— Quero que cuide de Marcel quando eu partir. — Segurou nas mãos do marido. — Você promete que vai cuidar dele?

— Prometo.

— De verdade? Ele é tudo que eu tenho, eu não quero deixá-lo. — Voltou a chorar.

Micael a abraçou, lhe confortando. Era difícil ter uma conversa daquela, naquele momento. Era difícil não ficar triste.

— Eu vou cuidar dele, com muito carinho. — Tocou seu rosto. — Mas você não vai partir agora, tem muita água pra rolar ainda. — Tirou uma risada de Rayana.

— Espero que tenha mesmo. — Saiu de perto do marido, subindo as escadas. — Obrigada pela carona!

— Você sabe que precisando, é só pedir. — Assentiu, Rayana agradeceu novamente.

O caos em Seattle acontecia, enquanto eu estava prestes a causar outro caos.

Tinha chegado da universidade, ajudei Kate com o dever de casa e depois, tive que ligar à Lua. Sabia que era errado mas ela precisava saber.

Espero que ela entenda!

— Lua? — Me tranquei no quarto. Andava de um lado para o outro, estava nervosa para anunciar o que havia acontecido com Arthur.

— Oi! Tudo bem? Aconteceu alguma coisa?

— Está tudo bem sim, não precisa se preocupar. — Sorri falsa. — Na verdade, não está tudo bem! Eu preciso te contar uma coisa que aconteceu.

— Aí meu Deus, o que foi?

— Arthur veio até mim, me chantageou. — Contei. — Fez um jantar ridículo pra chantagear Micael também, ele quase me... Ele quase me estuprou. — Senti sócia no estômago só de lembrar. — Ele tirou minha roupa e... Foi terrível, Lua! Depois disso, Micael acabou com ele na porrada. — Terminei de contar. — E o enforcou, até Arthur perder a consciência.

A ligação ficou muda mas conseguia escutar a respiração de Lua.

— O MICAEL MATOU O ARTHUR? — Ficou desesperada. — ELE MATOU O ARTHUR, SOPHIA? ME RESPONDA!

— Lua... — Comecei a chorar, me agachei no chão.

— SOPHIA, ELE ESTÁ MORTO! ELE ESTÁ MORTO! SOPHIA, O ARTHUR ESTÁ MORTO! — Lua começou a dizer, repetidamente, ainda eufórica e desesperada.

Não sabia o que dizer, só sabia chorar. Sei que depois de tudo isso que havia acontecido, eu tinha lembrado dos momentos bons com Arthur, quando andávamos em quádruplo no colegial. Era uma época boa! Ele nunca havia me desrespeitado. Sempre gostou do certo, tudo em seu devido lugar.

Talvez a história minha e de Micael tenha lhe atormentado um pouco. E os segredos da família Borges também.

— Lua, eu sinto muito! — Neguei com a cabeça, ainda chorando. — Eu sinto muito.

Lua desligou a ligação, me deixando mais nervosa ainda.

— LUA? LUA? LUA? — Tateei meu celular, vendo que a mesma havia desligado. — LUA, POR FAVOR!

Tentei ligar novamente: caixa postal. Será que ela estava com raiva de mim? Foi uma boa ideia eu ter contado?

A verdade eu não sabia mas acho que talvez, eu tenha feito algo errado.