Capítulo 34

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Micael chegou ao quarto onde Rayana estava, sua mãe lhe acompanhava e certificava que ficaria tudo bem.

— O que aconteceu? — Estava preocupado.

— Tontura, minha boca secou. — Explicou. — Foi horrível! — Colocou as mãos na cabeça.

— Alguém veio te ver? — Sentou-se na ponta da cama.

— Um médico baixinho. Ele mediu minha pressão, estava baixa. — Ainda tinha as mãos no rosto, não passava muito bem. — Eu queria ver se ele está bem.

— Mel, chame o obstetra. — Pediu. A morena assentiu saindo do quarto, junto com a mãe de Rayana. Tinha deixado os dois à sós.

Ele segurou a mão da esposa, pela primeira vez em alguns anos.

— Vai ficar tudo bem. Não precisa se preocupar. — Sorriu.

— Pensei que perderia ele mas ainda sinto que ele está aqui. — Disse calma.

— Ele está ai, não precisa se preocupar. — Passou a mão nos cabelos de Rayana. — Você sente mais alguma coisa? Dor atrás dos olhos? No corpo? Mais tonturas?

— Só senti daquela vez, depois disso, nada mais. — Fechou os olhos. — Eu vou ser liberada ainda hoje?

— Acredito que sim, te deixaram de observação. — Encarou o soro que caia diretamente na veia de Rayana. — Não anda comendo direito! Você precisa se alimentar.

— Eu comi algumas frutas hoje, não estava com fome.

— Você precisa saber que está comendo por dois agora, precisa se alimentar direito. — Explicou. — Avisaram o seu pai?

— Ele está viajando, minha mãe disse. — Encarou as mãos de Micael, em transe. — Ela vai embora amanhã, parece.

— Por que não fica mais?

— Tem assuntos à resolver, não me diga quais. — Micael riu leve. — Obrigada por largar o trabalho e vir até aqui, não queria te atrapalhar.

— Minha prioridade é estar aqui. — Sorriram.

Mel voltou com o obstetra, tinha o ultrassom-móvel consigo, empurrou até a cama onde Rayana estava, conectando aos cabos precisos.

Micael acompanhou o processo, ficando ao lado de Melanie.

— Ela bateu a cabeça em algum lugar? — Disse baixo, Micael quis matar a companheira de trabalho.

— Graças a Deus, não. — Ela assentiu. — Por que não volta ao seu trabalho? Não preciso mais de você aqui.

— Eu sou amiga da Rayana.

— E eu marido dela, agora vaza. — Estava sem paciência.

— Você sempre me esculachando, Borges. Impressionante! — Assentiu, em tom de deboche.

— Você pede. — Observou o obstetra fazer o seu trabalho, Rayana ficou mais aliviada quando escutou os batimentos cardíacos do bebê pela máquina. Alívio! — Tudo certo, doutor?

— Certíssimo. Não houve sequelas, nada. — Sorriu. — Precisa tomar os cuidados precisos, não fazer muito esforço, comer corretamente... Esse tipo de coisa. — Disse à Rayana que assentiu. — Acredito que você irá ser liberada hoje à noite.

— Deus lhe ouça. — Micael riu leve. — Obrigada, doutor!

— Até mais. Felicidades aos Borges! — Sorriu antes de sair com o ultrassom-móvel. Rayana encarou Mel e Micael, ambos olhavam a mesma na cama.

— Você está melhor, Rayana? Precisa de alguma coisa? — A voz de Melanie ecoou no quarto.

— Não preciso. Obrigada! — Ela assentiu, saindo do quarto.

Micael chegou mais perto da esposa, mexeu em seus cabelos.

— Preciso ir, sua mãe já deve estar voltando.

— Café de hospital, acertei? — Ele sorriu.

— Exatamente! Não é fácil ficar em um quarto de hospital.

— Não diga isso, você adora.

— É o meu trabalho. — Sorriram. — Fique bem, qualquer coisa pode me chamar, estarei na minha sala.

— Obrigada!

— Não precisa agradecer. — Beijou a mão de Rayana. — Descanse, não quero meu filho passando outro susto. — Disse antes de passar pela porta, Rayana se surpreendeu, Micael estava diferente e ela estava se ajeitando aos poucos, tudo dando certo na família Borges.

Já para o meu lado, eu queria que tudo desse certo, quando o carro de Luke parou na frente da casa de Lua. Ele saiu, bem arrumado e despojado. Ligou o alarme do veículo antes de nos encontrar.

— Luke, que bom que veio! — Lua foi primeiro, enxerida. — Você está bem? Pegou muito trânsito?

— Trânsito? — Franziu a sobrancelha. — A ponte está livre, não temos muitos turistas. — Sorriram. — Olá! Você está bem? — Me abraçou, senti o cheiro másculo do seu perfume. Não era igual o de Micael mas me acendia um pouco.

Droga, eu precisava parar de comparar Luke com Micael.

— Sim. — Senti os lábios de Luke selarem com os meus, sorri em tom de surpresa, eu não esperava aquilo em público. — Você está bem?

— Como uma folha! — Caminhamos pelo gramado. — Sua amiga é engraçada.

— Você ainda não viu nada. — Andamos até a casa de mãos dadas, tive que soltar quando escutei os passos de Kate, queria saber quem tinha chego. — Oi, meu bebê! Esse é Luke, amigo da mamãe. — O apresentei.

Luke agachou-se na frente de Kate, deu as mãos à pequena, beijando como um cavalheiro. Ela sorriu, ainda com vergonha.

— Prazer, Kate! Você é uma menina linda. — Ele sorriu. — Parece com a sua mãe. — Fiquei corada.

— Oi. — Finalmente havia falado. — Você é amigo da minha mãe?

— Sou sim, um grande amigo da sua mãe. — Ainda sorria. — E você? Está gostando de passear?

— Sim. — Escondeu as mãozinhas nas costas. — Você é da cor do meu papai. — Revirei meus olhos.

Eu não conseguia esquecer, parecia até piada.

— Vamos entrar? A comida deve estar esfriando! — Optei. Lua segurava o riso enquanto tinha Acsa no colo agora, todos nós entramos indo diretamente à cozinha.

A mãe de Lua terminava de dar o acabamento na mesa, decorando de todas as formas possíveis. Lasanha de berinjela com molho branco, especialidades do Brasil que eu estava amando!

— Então Luke, pretende ficar até quando no Brasil? — Lua e suas perguntas ridículas.

— Não sei, talvez, eu possa viajar com Sophia. Não quero que ela volte sozinha. — Ele era tão cavalheiro. — Ainda mais com uma criança, os aeroportos estão perigosos. — Me encarou, sorrindo. Trocamos sorrisos em frente à todos.

— Uma ótima ideia! — Lua também sorriu. — Você mora perto de Seattle, sim?

— Exatamente! Eu pretendo ir para Seattle no próximo ano, não preciso ficar fazendo via de mão dupla, entende? — Lua assentiu. — Os trabalhos me deixam maluco. — E você? — Me olhou. — Quando irá fazer sua inscrição na universidade?

Eu não me lembro de ter contado essa parte, mas eu estava bêbada, então...

— Eu ainda não sei, preciso resolver algumas coisas. — Fuji meu olhar à Lua que entendeu. As minhas coisas seriam: Conversar com Micael sobre esse assunto, mesmo ele não aceitando nada do que eu estava vivendo.

Young and the Restless - Jovens e Inquietos 2ª Temporada Where stories live. Discover now