Micael chegou ao quarto onde Rayana estava, sua mãe lhe acompanhava e certificava que ficaria tudo bem.— O que aconteceu? — Estava preocupado.
— Tontura, minha boca secou. — Explicou. — Foi horrível! — Colocou as mãos na cabeça.
— Alguém veio te ver? — Sentou-se na ponta da cama.
— Um médico baixinho. Ele mediu minha pressão, estava baixa. — Ainda tinha as mãos no rosto, não passava muito bem. — Eu queria ver se ele está bem.
— Mel, chame o obstetra. — Pediu. A morena assentiu saindo do quarto, junto com a mãe de Rayana. Tinha deixado os dois à sós.
Ele segurou a mão da esposa, pela primeira vez em alguns anos.
— Vai ficar tudo bem. Não precisa se preocupar. — Sorriu.
— Pensei que perderia ele mas ainda sinto que ele está aqui. — Disse calma.
— Ele está ai, não precisa se preocupar. — Passou a mão nos cabelos de Rayana. — Você sente mais alguma coisa? Dor atrás dos olhos? No corpo? Mais tonturas?
— Só senti daquela vez, depois disso, nada mais. — Fechou os olhos. — Eu vou ser liberada ainda hoje?
— Acredito que sim, te deixaram de observação. — Encarou o soro que caia diretamente na veia de Rayana. — Não anda comendo direito! Você precisa se alimentar.
— Eu comi algumas frutas hoje, não estava com fome.
— Você precisa saber que está comendo por dois agora, precisa se alimentar direito. — Explicou. — Avisaram o seu pai?
— Ele está viajando, minha mãe disse. — Encarou as mãos de Micael, em transe. — Ela vai embora amanhã, parece.
— Por que não fica mais?
— Tem assuntos à resolver, não me diga quais. — Micael riu leve. — Obrigada por largar o trabalho e vir até aqui, não queria te atrapalhar.
— Minha prioridade é estar aqui. — Sorriram.
Mel voltou com o obstetra, tinha o ultrassom-móvel consigo, empurrou até a cama onde Rayana estava, conectando aos cabos precisos.
Micael acompanhou o processo, ficando ao lado de Melanie.
— Ela bateu a cabeça em algum lugar? — Disse baixo, Micael quis matar a companheira de trabalho.
— Graças a Deus, não. — Ela assentiu. — Por que não volta ao seu trabalho? Não preciso mais de você aqui.
— Eu sou amiga da Rayana.
— E eu marido dela, agora vaza. — Estava sem paciência.
— Você sempre me esculachando, Borges. Impressionante! — Assentiu, em tom de deboche.
— Você pede. — Observou o obstetra fazer o seu trabalho, Rayana ficou mais aliviada quando escutou os batimentos cardíacos do bebê pela máquina. Alívio! — Tudo certo, doutor?
— Certíssimo. Não houve sequelas, nada. — Sorriu. — Precisa tomar os cuidados precisos, não fazer muito esforço, comer corretamente... Esse tipo de coisa. — Disse à Rayana que assentiu. — Acredito que você irá ser liberada hoje à noite.
— Deus lhe ouça. — Micael riu leve. — Obrigada, doutor!
— Até mais. Felicidades aos Borges! — Sorriu antes de sair com o ultrassom-móvel. Rayana encarou Mel e Micael, ambos olhavam a mesma na cama.
— Você está melhor, Rayana? Precisa de alguma coisa? — A voz de Melanie ecoou no quarto.
— Não preciso. Obrigada! — Ela assentiu, saindo do quarto.
Micael chegou mais perto da esposa, mexeu em seus cabelos.
— Preciso ir, sua mãe já deve estar voltando.
— Café de hospital, acertei? — Ele sorriu.
— Exatamente! Não é fácil ficar em um quarto de hospital.
— Não diga isso, você adora.
— É o meu trabalho. — Sorriram. — Fique bem, qualquer coisa pode me chamar, estarei na minha sala.
— Obrigada!
— Não precisa agradecer. — Beijou a mão de Rayana. — Descanse, não quero meu filho passando outro susto. — Disse antes de passar pela porta, Rayana se surpreendeu, Micael estava diferente e ela estava se ajeitando aos poucos, tudo dando certo na família Borges.
Já para o meu lado, eu queria que tudo desse certo, quando o carro de Luke parou na frente da casa de Lua. Ele saiu, bem arrumado e despojado. Ligou o alarme do veículo antes de nos encontrar.
— Luke, que bom que veio! — Lua foi primeiro, enxerida. — Você está bem? Pegou muito trânsito?
— Trânsito? — Franziu a sobrancelha. — A ponte está livre, não temos muitos turistas. — Sorriram. — Olá! Você está bem? — Me abraçou, senti o cheiro másculo do seu perfume. Não era igual o de Micael mas me acendia um pouco.
Droga, eu precisava parar de comparar Luke com Micael.
— Sim. — Senti os lábios de Luke selarem com os meus, sorri em tom de surpresa, eu não esperava aquilo em público. — Você está bem?
— Como uma folha! — Caminhamos pelo gramado. — Sua amiga é engraçada.
— Você ainda não viu nada. — Andamos até a casa de mãos dadas, tive que soltar quando escutei os passos de Kate, queria saber quem tinha chego. — Oi, meu bebê! Esse é Luke, amigo da mamãe. — O apresentei.
Luke agachou-se na frente de Kate, deu as mãos à pequena, beijando como um cavalheiro. Ela sorriu, ainda com vergonha.
— Prazer, Kate! Você é uma menina linda. — Ele sorriu. — Parece com a sua mãe. — Fiquei corada.
— Oi. — Finalmente havia falado. — Você é amigo da minha mãe?
— Sou sim, um grande amigo da sua mãe. — Ainda sorria. — E você? Está gostando de passear?
— Sim. — Escondeu as mãozinhas nas costas. — Você é da cor do meu papai. — Revirei meus olhos.
Eu não conseguia esquecer, parecia até piada.
— Vamos entrar? A comida deve estar esfriando! — Optei. Lua segurava o riso enquanto tinha Acsa no colo agora, todos nós entramos indo diretamente à cozinha.
A mãe de Lua terminava de dar o acabamento na mesa, decorando de todas as formas possíveis. Lasanha de berinjela com molho branco, especialidades do Brasil que eu estava amando!
— Então Luke, pretende ficar até quando no Brasil? — Lua e suas perguntas ridículas.
— Não sei, talvez, eu possa viajar com Sophia. Não quero que ela volte sozinha. — Ele era tão cavalheiro. — Ainda mais com uma criança, os aeroportos estão perigosos. — Me encarou, sorrindo. Trocamos sorrisos em frente à todos.
— Uma ótima ideia! — Lua também sorriu. — Você mora perto de Seattle, sim?
— Exatamente! Eu pretendo ir para Seattle no próximo ano, não preciso ficar fazendo via de mão dupla, entende? — Lua assentiu. — Os trabalhos me deixam maluco. — E você? — Me olhou. — Quando irá fazer sua inscrição na universidade?
Eu não me lembro de ter contado essa parte, mas eu estava bêbada, então...
— Eu ainda não sei, preciso resolver algumas coisas. — Fuji meu olhar à Lua que entendeu. As minhas coisas seriam: Conversar com Micael sobre esse assunto, mesmo ele não aceitando nada do que eu estava vivendo.

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Young and the Restless - Jovens e Inquietos 2ª Temporada
Storie d'amoreGrandes surpresas abalam a vida de Sophia e Micael. Principalmente a de Sophia: Uma notícia que mudaria tudo, praticamente tudo.