Capítulo 25

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— Como foi com Austin? — Minha mãe lavava as cenouras, iria fazer sopa à Kate que estava pedindo.

— Ele me deu alguns conselhos. — Rodeei a taça com o indicador. — Mas ainda sim estou decidida.

— Não é só você que decide, sabe disso. Não sabe? — Me encarou. — Micael ama muito essa menina, vai ser difícil ele aceitar uma separação. — Suspirou.

— Não sei se ama tanto assim. — Dei de ombros.

— Sério? Cale a boca, Sophia. Pare de beber! — Se irritou. — Ele deu tudo à ela, tudo mesmo. Micael é um pai maravilhoso. Você não pode dizer nada!

— Só a presença dele... Você sabe. — Observei minha mãe. — Não vou discutir isso com você, sabe disso. Não sabe?

Um tiro certeiro. Com certeza!

— Você já é dona do seu nariz. — Voltou a dar atenção na panela. — Enquanto Lua, já decidiu?

— Irei viajar, já reservei um hotel. — Sorri animada. — Espero que ela me aceite de volta.

— Você precisa arrumar uma boa desculpa. — Piscou rápido. Kate apareceu, segurava algumas Barbie's. — E você, boneca. O que está fazendo?

— Eu cortei o cabelo dessa. — Mostrou à minha mãe que chocou-se, dei risada. — Minha sopa ficou pronta, vovó?

— Ainda não. E por que você cortou o cabelo da Barbie? — Estava brincando com Kate.

— Porque... Porque... — Colocou as mãozinhas atrás, fez uma careta fofa, típico cachorrinho que caiu da mudança. — Eu queria que ela tivesse cabelo curto.

— Kate, não pode fazer isso. — Falei com a mesma. — Por que não brinca com uma coisa menos radical?

— Tipo o que? — Me encarou.

— Você pode brincar de casinha. — Optei.

— Mas eu não tenho ninguém pra brincar de casinha. — Entristeceu. — Você quer brincar comigo, mamãe?

— Amor, a mamãe precisa ajudar a vovó.

— É mentira.

— Kate!

— Você nunca brinca comigo, só o papai brinca comigo. — Cruzou os braços, ficou brava automaticamente. — Eu queria morar com o papai. Você é chata!

— KATE! — Me levantei, segurei em seus braços lhe apertando. — Você precisa me respeitar, eu sou a sua mãe.

— Sophia, solta ela. — Minha mãe interviu. — Não fica assim, a vovó vai brincar um pouco com você. — Minha mãe mimou Kate, lhe pegando no colo. Fiquei responsável pela sopa agora.

Kate me tirava do sério as vezes, eu sabia que era pra chamar a minha atenção mas ela conseguia. E sabia também que Micael faria muita falta, era necessário!

Rayana voltou do hospital, tomou um banho e ligou a sua mãe, contando sobre o ultrassom. Estava feliz com a novidade e queria espalhar pra todos que estivessem por perto. Micael tinha chegado mais cedo aquele dia, então, teria que aguentar Rayana.

Como sempre.

— Sem plantão hoje? — Perguntou ao mesmo que passou pela porta, tirou o sapato branco.

— Se eu estou aqui é porque não teve. — Disse óbvio. — E o bebê?

— Estamos bem.

— Eu perguntei do bebê. Eu sei que você já está bem. — Andou até à cozinha. — Você fez o jantar?

— Eu não quis jantar nada. Você quer alguma coisa?

— Eu gostaria de tanta coisa. — Bufou. — Mas você não pode me ajudar, afinal, ninguém pode me ajudar.

O IPhone de Micael vibrou, ele tirou do bolso da calça encarando meu nome no visor. Alegrou-se imediatamente.

— Eu vou tomar um banho. — Avisou Rayana e subiu, como um tiro. Trancou-se em seu escritório que havia lá em cima. — Oi amor! — Sorriu. — Aconteceu alguma coisa?

— Na verdade eu gostaria que você viesse amanhã, na minha casa, pode ser à noite.

— Você quer conversar? Eu posso ir agora.

Eu estou cansada de conversar, já conversei demais hoje. — Fui grossa. — Posso contar com a sua presença amanhã?

— Claro que pode. Eu estarei aí. — Pausou. — Kate está bem?

— Ela está sim. Está muito bem!

Perfeito, então... Você está bem?

— Tchau, Micael. — Desliguei a ligação.

Minha mãe me encarava com desprezo, ela não estava gostando do modo em como eu tratava Micael, mas tinha que ser assim. Ele não iria aprender se fosse de outro jeito.

— O que pretende fazer? — Ela me perguntou. Estávamos observando Kate tomar sua sopa.

— Em relação a quê?

— Em relação à sua vida. Você sabe... Quando tudo isso acabar entre você e o outro. — Não referiu ao nome de Micael por conta de Kate, eu até entendia.

— Pretendo estudar em alguma universidade, quem sabe, fazer outras coisas. Quero ser independente, eu não preciso de nada dele.

— Entendo. — Assentiu. — Espero que você faça a coisa certa.

— Por que diz isso?

— Porque eu conheço você, é a minha filha! — Levantou os ombros. — Eu gostaria que você tivesse aquele pensamento de antes, eu gostaria mesmo. — Entendi perfeitamente. — As coisas mudam, só espero que você não repita novamente.

— Isso não vai acontecer, posso te garantir.

— Espero!

Young and the Restless - Jovens e Inquietos 2ª Temporada Where stories live. Discover now