Capítulo 52

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— PAPAAAAAAI. — Kate saiu correndo quando encontrou-se com Micael, na porta da escola. Os dois iniciaram um abraço de urso.

A professora veio atrás.

— Pois não? — Sorriu doce à Micael. Queria saber quem era.

— Boa tarde! Meu nome é Micael Borges. — Deu as mãos. — Pai da Kate.

— Boa tarde, senhor Borges! — Sorriu. — Eu estranhei já que, nunca vimos o senhor aqui.

— É que... Eu e a mãe dela, somos separados. — Explicou.

— Entendi! — Juntou as mãos. — Bom, Kate. — Encarou a pequena. — Te vejo amanhã, tudo bem? Não esqueça de trazer o seu brinquedo.

— OBA! — Kate vibrou, amava o dia do brinquedo. — Tchau professora, até amanhã. — Acenou a mesma que assentiu, viu Kate ir embora com Micael.

A escola não ficava tão longe de casa, seria uma ótima pedida Micael caminhar com Kate até o condomínio, vendo as ruas de Portland.

— Como foi na escola? — Puxou assunto com a mesma, estavam andando de mãos dadas.

— Foi legal! — Sorriu. — Eu fiz bastante coisa, papai. Foi bem legal. — Micael sorriu. — Você de férias?

— O papai decidiu tirar uns dias, vamos chamar de: mini férias. — Kate riu leve. — Você gostou da surpresa?

— Gostei. — Assentiu. — Papai, onde a mamãe está?

— Ela foi pra faculdade. — Explicou. — Deve voltar mais tarde.

— Você vai ficar comigo? — Brincou com seus dedinhos, que continha um anel de borboleta. — A gente pode fazer pipoca? — Optou.

— Com bastante chocolate, que tal? — Kate assentiu. Os dois se davam super bem!

Em Seattle as coisas iam de mal a pior, foi quando Melanie sentou-se na mesa de reunião do hospital. Precisavam de Micael mas ele estava ausente.

— O que vamos fazer? — Ken encarou a mesma. — A mãe da menina entrou na justiça, ela quer processar o hospital.

— Ela deveria processar você. — Pausou. — Você colocou merda na cabeça do Micael, e olha só. — Debochou. — Você é o culpado, Ken!

— O Micael precisa parar de achar que todo mundo é imortal. Pessoas morrem o tempo todo, isso é um hospital, caramba!

— Certo mas o nosso lema é salvar vidas. E não foder com a vida de um paciente. — Respirou fundo. — Você conseguiu o que queria, agora, vamos aguardar todos os processos contra nós.

Ken ficou em silêncio. A porta da sala se abriu, revelando o presidente do hospital.

— Boa tarde! — Deixou alguns papéis na enorme mesa. — Como vão as coisas?

— Processos à caminho. Mais alguma coisa? — Mel cruzou os braços, estava farta daquela situação.

— Onde está o Borges? — O presidente franziu o cenho, o procurava com o olhar.

— Ele está no retiro espiritual. — Ken soltou. — Enquanto nós ficamos com a bomba.

— Não seja ridículo, Ken! Ele iria adoecer se ficasse aqui. — Mel interviu. — Você é chato quando quer, pensei que o Borges era o nosso amigo.

— Ele é seu amigo, e outra, você que é doida pra dar à ele, por isso fica o irritando como pode. Essa é a verdade!

— JÁ CHEGA! Isso aqui é um hospital e não um ringue. — Chamou a atenção dos dois. — Enquanto a situação, vamos esperar.

— Esperar? A gente precisa de um advogado! — Mel arregalou os olhos, perplexa.

— A gente precisa do Borges, ele deveria estar segurando toda essa barra. — Ken bufou. — Quer saber? Eu não deveria estar me preocupando com um filhinho de mamãe que some das responsabilidades.

— Experimente contar isso à Micael quando ele chegar, Ken. — O presidente soltou, chateado. — Entendemos o lado dele, é feio isso que você está fazendo.

Ken ficou em silêncio novamente, empurrou a cadeira e saiu da sala. Bateu a porta fazendo Mel revirar os olhos.

— Foi ele! — Disse. — Ele quem fez Micael operar a menina de novo.

— Ninguém teve culpa, Melanie. — Pausou. — Essa garota iria morrer de qualquer jeito. Encontram o parasita focado em um órgão, já era tarde demais. — Explicou.

— Conseguiram achar na autópsia?

— Sim. — Assentiu. — Levamos o corpo, agora, vamos esperar o que os pais vão decidir.

— A mãe dela já decidiu. Processar o hospital! — Umedeceu os lábios. — Você como o diretor precisa fazer alguma coisa.

— Devemos comunicar o Borges?

— NÃO! Ele precisa descansar a cabeça dele, depois... Ele vai saber o que está acontecendo. — Pensou rápida. — Vamos resolver isso por aqui, vou entrar em contato com um ótimo advogado.

Mel saiu da sala, estava correndo atrás de todos os problemas.

Horas depois.

Era um pouco tarde quando passei pela porta, estava com minha mochila nas costas. Avistei Micael sentado no sofá, assistia um game show. Me lembrei automaticamente do tempo em que morávamos em Nova Iorque, quando eu estava grávida de Kate.

— Oi. — Sorri. — Você está bem?

— Sim. — Ficou em silêncio. — Você demorou!

— Tive aulas extras, nada com que se preocupe. — Larguei a mochila em meu quarto, voltando rapidamente. — E você? Como foi com Kate?

— Eu busquei ela na escola, fizemos pipoca. — Sorrimos. — Depois... Assistimos Barbie e, finalizamos com casa de férias da Polly.

— Típico. — Sentei ao seu lado, o encarando. Micael riu leve. — Ela dormiu cedo?

— Estava dormindo aqui no sofá, comigo. Levei ela pra cama, achei melhor. — Assenti. — Com fome?

— Ah, eu comi na faculdade. — Dei de ombros.

Avistei um travesseiro no canto do sofá, acompanhado de um edredom.

— O que é aquilo? — Apontei.

— Meu acampamento. — Deu um riso fraco. — Eu vou dormir aqui, não precisa se preocupar.

— Claro que não! — Me levantei. — Você vai dormir no quarto.

— Não sabia que tinha um quarto extra.

— Não seja idiota, você vai dormir comigo. — Senti um nó na garganta mas não deixaria Micael dormir no sofá, seria descaso demais.

— Você tem certeza? — Me encarou, aflito. Assento diversas vezes, eu estava com toda a certeza do mundo.

— Sim. — Sorri. — Eu vou tomar um banho, fique à vontade. — Caminhei até o banheiro, tomando um banho quente e relaxante.

Enquanto tomava banho senti o cheiro da colônia que Micael usava, avistei seu shampoo e condicionador, abrindo de leve e sentindo o famoso cheiro, o cheiro que me deixava encantada. Fechei meus olhos desejando aquele homem, mas eu não podia, eu tinha prometido à mim mesma que não podia.

Me enrolei na toalha, sequei-me e voltei ao quarto. Micael já estava deitado, afofava os travesseiros. Me encarou quando sentei, buscando meu creme e passando em minhas pernas. O baby doll de cetim queimou em seus olhos, consegui perceber isso mas não queria nada de provocações.

Apesar daquilo ser um pouco... Curto.

— Boa noite! — Enfiou-se no meio do edredom, virando seu corpo.

— Boa noite. — Disse calma, terminei de passar meu creme e apaguei o abajur.

Tudo estava calmo mas sabia que Micael não estava bem.

Young and the Restless - Jovens e Inquietos 2ª Temporada Where stories live. Discover now