Capítulo 65

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Micael chegou cansado, mal dormiu na noite anterior já que ficou observando Kate, e me supervisionando enquanto eu descansava. Passou pela porta escutando o choro fino de Marcel, em cima. Rayana o chamou, vendo que tinha chegado.

— Poxa, não sabia que você tinha plantão. — Desceu com o menino nos braços, o choro vinha aumentando. — Eu não sei o que fazer.

— Cólica! — Passou a mão no rosto, subindo as escadas.

— Você não vai me ajudar então? — Esbraveceu. — Você passou a noite toda fora e não vai me ajudar?

— Eu estava trabalhando, Rayana! Você sabe disso, todo mundo sabe disso! — Não queria discutir.

Mas ela estava querendo. Tirou o dia!

— Que engraçado! Você sempre diz isso mas nunca me avisa nada. Impressionante!

— Você queria que eu falasse o que sendo que você já sabe? Conta outra, Rayana. — Deu de ombros.

— Eu não tive filho sozinha, Micael. Eu espero que você dê atenção ao Marcel, antes que ele te estranhe.

— Cacete, eu já falei! Eu estava trabalhando, você sabe muito bem disso.

— Por que você saiu daqui daquele jeito? Como um tiro? Quem era no telefone?

— Do hospital, você pensou que era quem? — Debochou. — Eu estou de jaleco, cansado, não dormi, tive um batalhão de pacientes. E agora você quer me cobrar por algo que você já sabe. — Apertou os olhos, estava muito cansado! Rayana não dava o mínimo de sossego.

Ela assentiu, brava. Mal se tocou que Marcel tinha parado de chorar.

— Eu não sei mais o que eu faço com você, Micael! Literalmente. — Ficou em silêncio. — Você está se saindo um péssimo marido, um péssimo pai! — Cerrou os dentes.

— Quem quis ter um filho foi você. Não eu. — Levantou os ombros. — E eu não vou ficar aqui discutindo com você, eu tenho mais o que fazer. Me poupe! — Deu às costas a Rayana que se revirou em raiva. Não iria comprar mais briga com Micael, sabia que perderia feio.

Ele nunca ligava, nunca ligou!

Dois dias depois.

Kate ainda estava no hospital, de observação, não pude voltar à Portland já que a mesma estava impossibilitada de ir. Voltei a minha antiga casa, revendo alguns móveis que ainda estavam por lá. Tomei um banho quente, me relaxando, logo após, escutei a campainha tocar atendendo em seguida. Eu sabia quem era, não precisava de rodeios.

— Pensei que estivesse no hospital. — Abri a porta para Micael que fechou quando passou, estava penteando meu cabelo.

— Vou entrar à tarde. Rayana está me deixando louco. — Bufou, sentou-se no sofá.

— Novidade. — O encarei. — Ela precisa de ajuda com o bebê?

— Todo o dia. Ela só quer a minha ajuda, parece até que ela sabe de alguma coisa. — Bufou novamente, parecia cansado. — E você? Descansou bem?

— É, na medida do possível! Não gosto de deixar Kate lá, sozinha. — Me sentei em uma poltrona antiga, na frente de Micael.

— Ela está com os melhores profissionais. Fique tranquila! — Cerrou os olhos. — Eu estou com saudade de você.

— Ainda? A gente se vê todo o dia, quase. — Achei graça.

— Nossa, como você é engraçada! — Debochou.

— E não era pra ser? — Terminei de rir.

— Vamos viajar, só eu e você. — Lançou a proposta.

Do nada.

— Ficou maluco, Micael?

— Sempre fui. — Sorriu. — A gente faz uma pequena lua de mel, o que você acha?

— Lua de mel? — Eu estava rindo de nervoso. — Micael, acho que você não está bem de saúde. — Brinquei.

— Eu estou ótimo! Vou ficar mais ainda quando você aceitar a minha proposta.

— Isso é loucura.

— Por que? — Perguntou, indignado.

— Porque você acabou de ter um filho, Micael! A nossa filha está internada e você quer viajar? — Gesticulei.

— Quando a Kate sair de observação, a gente viaja. O que me diz?

— Não sei. — Encarei o chão. — É arriscado demais, a gente está dando prioridade pra Rayana descobrir.

— Ela não vai descobrir nada. — Disse, tranquilo. — Vem cá!

Sai da poltrona me sentando no colo de Micael, passei minhas mãos por seu pescoço, o encarando. Ele adentrou uma mão pelo o meu roupão, se decepcionando ao ver o sutiã de bojo. Ri com a cena.

— Você não costumava ser assim. — Eu ainda ria. — Não estou gostando.

— Sua cara foi hilária. — Mordi os lábios. — Desculpa! — Joguei minha cabeça pra trás. Micael cheirou o meu pescoço.

— Fique nua pra mim, eu quero te ver nua. — Meu corpo se arrepiou após Micael sussurrar em meu ouvido, as mãos ágeis e fortes alisavam minhas pernas, desfazendo o laço do meu roupão. — Vamos, querida. Por favor! — O beijei, lentamente. Eu adorava beijar Micael quando estava ficando excitada, nossas línguas se conectavam de tal forma, era inexplicável.

Fiquei de pé automaticamente tendo suas mãos retirando o meu roupão, logo após, abrindo o fecho do sutiã, meus mamilos se enrijeceram com o toque de Micael.

— Eu odeio você. — Semicerrei os olhos quando senti seu maxilar em meu pescoço, roçando diversas vezes.

— Não odeia nada. — Sorriu com malícia antes de pegar em minha cintura.

Quando me dei conta, estava em minha antiga cama fazendo amor com Micael. Sim, fazendo amor! Não foi agressivo como da última vez e sim um gesto de lembrar a saudade que estávamos tendo. Eu o amava, como o amava.

Enquanto Micael traía Rayana comigo, a mesma estava em casa sob as observações de sua mãe, que foi passar alguns dias na casa dos Borges. O pequeno Marcel estava quieto por sinal.

— Micael está no hospital? — A mãe de Rayana buscou mais fraldas, deixando perto do trocador.

— Ele só fica lá agora. — Pausou. — Eu perdi o meu marido.

— Não seja assim. — Negou com a cabeça.

— Não seja assim, não seja assim. — Imitou a mãe. — Você fala como se fosse fácil, mãe! O Marcel tecnicamente não tem pai.

— É claro que ele tem.

— Ah, lógico que tem. — Debochou. — O Micael está cagando pra essa casa.

— Então por que você não larga dele?

As duas ficaram em silêncio.

— Porque eu amo ele, eu não vou deixar o Micael dando sopa.

— Eu acho que... Eu não acho nada. — Mudou de assunto.

— É melhor. — Rayana deu impulso, levantando da poltrona de amamentação, mas automaticamente sua visão embaçou, desequilibrando.

— Filha! — A mãe lhe segurou. — Você está bem?

— Foi só uma tontura. — Não quis lhe preocupar. — Acho que eu levantei rápido demais.

— Tem certeza? Você não parece bem.

— Eu vou ficar bem. Eu vou ficar!

Young and the Restless - Jovens e Inquietos 2ª Temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora