Capítulo 38

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Micael me encarava, atento, queria saber quem era o tal amigo que estava comigo no Rio de Janeiro. Ora Kate, obrigada!

— Posso saber quem é o seu amigo?

— Um amigo. — Queria colocar Micael pra fora. — Obrigada pela carona, você quer buscar Kate mais tarde? Posso dar um banho nela e depois... Você volta! — Tive ela em meus braços.

— Não precisa. — Pegou ela novamente.

— Ela precisa tomar um banho e dormir, a viagem lhe cansou. — A pequena voltou ao meus braços.

— Ela aguenta! — Micael a pegou de volta.

— Será que... Você pode largar a minha filha? — Peguei Kate novamente que soltou um grito.

Nos assustamos.

— Mamãe, para com isso. — Agarrou no ombro do pai. — Vamos papai, eu quero viajar de novo. — Teve manha na voz. Revirei meus olhos.

— Nós já vamos, querida. — Beijou sua cabeça. — Tem certeza que não quer ir com a gente?

— Eu tenho super certeza! Talvez eu volte ao Rio. — Dei de ombros, eu não iria fazer uma loucura daquelas.

Micael ficou surpreso mas aceitou, ele tinha que aceitar. Me despedi de Kate que estava mais interessada em viajar novamente com o pai, os levei até a porta e vi quando Micael entrou na Range Rover, arrancando o veículo dali.

Rayana estava elegante quando passou pela porta automática do hospital, usava um cardigã bege e uma sapatilha confortável, já que seus pés agora inchavam bastante. Retirou o óculos de sol caríssimo e cumprimentou as recepcionistas com um aceno. A dona estava passando, merecia o respeito.

Encontrou-se com Melanie, acabava de sair de alguma cirurgia. Estava cansada.

— Rayana! — Sorriu, um pouco surpresa. — Que bom ver você.

— Digo o mesmo. — Soou falsa. — Onde está Micael?

— Ele... Ele... — Olhou ao redor. — Eu não faço a mínima ideia. — Mentiu.

Rayana arqueou uma sobrancelha.

— Escuta aqui. — Chegou mais perto. — Eu não sou idiota, eu quero saber onde está o Micael.

— Ele não está aqui.

— E onde ele está?

Melanie engoliu seco, tinha que achar uma saída.

— Faz tempo que eu não o vejo, fiquei em casa. — Ia saindo mas Rayana lhe parou.

— Como você ficou em casa sendo que você estava comigo, no dia em que passei mal? — Melanie gelou-se por inteiro, engoliu seco e arregalou os olhos. Rayana pôde sentir a tensão que passava por seu corpo.

Tinha lhe pegado, um deslize ridículo e idiota!

— Eu não sou idiota, Mel! — Negou com a cabeça. — Eu quero saber onde está o meu marido, e quero saber agora. — Decretou.

— Tudo bem. — Ergueu a cabeça. — Você quer saber? Você vai saber. — Cruzou os braços. — O Borges foi à Nova Iorque, e não, não existe conferência nenhuma de equipamentos novos para o hospital. Os equipamentos chegaram anteontem, e quem os assinou foi Ken. — Soltou, como se estivesse cumprimentando alguém. — Ele não está na cidade, ele saiu.

— Com quem? — Apertou o braço de Melanie que chiou, forçou os olhos antes de falar.

— Eu não sei mais de nada. Isso você vai ter que descobrir.

— Vagabunda de quinta! — Cerrou os dentes. — Eu vou acabar com a sua vida se você não me falar.

— Então vai, acabe com ela! — Sorriu, maléfica. — Eu não tenho medo de você. Sei que no final disso tudo, você vai cair. E eu vou assistir tudo de perto, Rayana Carvalho.

Rayana respirou fundo, soltou o braço da mesma que chiou novamente pela dor. Ela deu meia volta e saiu, caminhando com um pouco de rapidez pelos corredores do hospital, até passar pela porta automática novamente.

Entrou em seu carro discando alguns números no IPhone. Estava nervosa e precisava de informações.

— Guichê Enpoint Internacional, boa noite!

— Eu gostaria de saber uma informação. — Mordeu a ponta dos dedos, impaciente.

Nome completo, por favor.

— Rayana Carvalho Borges. — Apertou o volante com força. — Eu gostaria de saber se algum Micael Borges pegou voo?

— Você é o que dele?

— Esposa.

A linha ficou muda por alguns segundos.

— O voo do seu marido sai amanhã de manhã. Duas passagens com destino à Nova Iorque. A senhora gostaria de fazer o check-in?

Inferno! Rayana desligou a ligação e tacou o celular longe, que caiu em algum lugar do carro. Estava espumando em ódio quando apertou o volante, pensando que seria a cabeça de Micael ali. Tinha que ir pra casa, tinha que pensar em algo. Mas só conseguia pensar em encurralar Micael e saber onde ele estaria indo.

— Papai, você nunca me trouxe na sua casa. — Kate encarou o apartamento alugado que Micael tinha em Seattle. Era bem decorado mas nunca havia levado Kate lá, até mesmo eu. Ele sorriu com a surpresa da pequena, que andava pelo local, conhecendo.

— Você gostou, filha? — Trancou a porta. — O que você quer comer? Podíamos pedir pizza!

— Oba, eu adoro pizza com ketchup. — Vibrou.

— Eu sei, bonequinha do papai. — Agachou-se na frente de Kate, beijando sua bochecha. — Olhe pra mim e diga uma coisa que o papai quer saber. — Segurou os braços da pequena, que tinha o olhar ao pai. — Sua mãe conheceu alguém?

— O amigo dela.

— E que amigo é esse?

— O Luke.

— Luke? — Franziu o cenho. — E como ele era?

— Ele é da sua cor, papai. Ele parece um pouco com você, mas você é mais bonito.

Puxa saco!

— E ela... Beijou esse Luke? Tipo, como eu beijo a sua mãe, entende? — Gesticulou.

— Eu não sei papai. Por que você não pergunta pra tia Lua? — Tombou a cabeça um pouco para o lado, fazendo seu charme que todos conheciam.

Micael estava atordoado, ele queria e ao mesmo tempo não queria saber a verdade. Não iria ligar à Lua, deixaria que o tempo lhe trouxesse a verdade.

Mas... E se ele demorasse muito? Tinha que saber quem era Luke, tinha que saber!

— Eu vou ligar pra tia Lua. — Avisou Kate antes de ficar de pé novamente.

Buscou seu IPhone no bolso e viu algumas chamadas perdidas de Rayana. Foi até o banheiro, retornando.

— Oi, aconteceu alguma coisa?

— Eu vou matar você, seu filho de uma puta!

— Rayana, o que aconteceu?

— O que aconteceu? Eu quero saber onde você está e não adianta você mentir pra mim. Melanie me contou tudo!

Micael iria matar Mel, se alguém não matasse ele antes.

Young and the Restless - Jovens e Inquietos 2ª Temporada Where stories live. Discover now