Young and the Restless - Jovens e Inquietos 2ª Temporada

Capítulo 64

Micael entrou na sala de reuniões do hospital, todos os auxiliares e médicos terceiros o esperavam. Mel estava na ponta da mesa, tinha os braços cruzados esperando pelo menos, que não tinha a face muito boa.

— Borges, algum problema? — Um médico disse calmo, Micael respirou fundo, indo até à frente da mesa.

— Temos um grande problema. — Remexeu os lábios. — Eu quero saber o por quê de vocês não terem deixado a Sophia entrar. — Cruzou os braços. — Anda! Vamos! Me diga o primeiro em cinco minutos, se não, rua. — Soltou, bravo.

Todos começaram a falar, embolando tudo.

— Não sabíamos realmente. — Um auxiliar se defendeu. — Mel disse que éramos para te esperar.

— Sophia é a mãe da Kate! Ela deveria ter entrado desde o começo. Ficou lá, sem respostas, nervosa. ISSO É COISA DE PROFISSIONAL? — Bateu na mesa. — ISSO É COISA DE UM MÉDICO TERCEIRO FAZER? SENDO QUE, KATE ESTAVA NO QUARTO RECEBENDO HISTÓRIAS COM FANTOCHES. — Estava muito nervoso.

Todos abaixaram a cabeça, escutando o sermão.

— Eu espero que isso nunca mais aconteça, estão entendendo? — Apontou à todos. — E quero que TODOS vão até o quarto de Kate e peçam desculpas à Sophia. Ela merece mais do que tudo. ELA É MÃE! ELA ESTAVA PREOCUPADA COM A FILHA DELA E VOCÊS CAGARAM PRA ISSO! — Gritou mais uma vez, exaltando.

— A gente sente muito, Borges. — Mel disse cabisbaixa. Não queria arrumar mais confusão.

— Espero que sintam mesmo! — Deu a volta, saindo da sala.

— Oh, meu bebê! — Rayana tinha Marcel nos braços, que resmungava um pouco irritado. — O que há? Por que você está reclamando? — Achou graça quando o filho resmungou mais ainda. Tão pequeno! — O seu pai vai chegar logo, não precisa chorar.

O telefone vibrou, Rayana foi até o aparelho colocando no viva-voz.

— Alô?

— Oi, meu bem! Como você está?

— Oi, mãe! Estamos bem. Micael está de plantão, foi correndo ao hospital. — Trocou Marcel que tinha ficado quieto.

— Ah sim. E como está o bebê da vovó? Eu estou com saudade!

— Ele está ótimo, mãe! Muito arteiro. — Brincou. — Quando vem pra cá de novo?

— Eu não sei, querida. Quem sabe no final de semana que vem. Estava resolvendo umas coisas por aqui, nada com que se preocupe.

— Tudo bem. — Pausou. — Eu estava pensando fazer uma reunião com as minhas amigas do colégio, para conhecerem Marcel. O que acha?

— Uma ótima ideia! Você vai chamar a Sophia?

— Óbvio! Eu mandei fotos de Marcel pra ela, por e-mail. Não sei se ela respondeu.

— Rayana! Hoje em dia ninguém mais responde e-mails.

— O Micael responde. Todos respondem! Até Sophia deve responder, ainda mais agora que está fazendo faculdade. — Teve Marcel novamente no colo. — Eu preciso desligar, mãe! Vou amamentar o Marcel.

— Tudo bem. Dê um cheiro nele por mim. Qualquer coisa você me liga. Um beijo, filha! — A mãe de Rayana desligou, logo após ela, que bloqueou o aparelho, dando atenção à Marcel.

No hospital tudo estava calmo, a não ser o batalhão de médicos e auxiliares que encontrei quando sai do quarto de Kate. Todos me rodearam, com rosas nas mãos, me entregando.

Eu não sabia o que estava acontecendo, eu não fazia a mínima idéia.

— Sophia? Queríamos te desculpar por não conseguir ver Kate. Foi um erro nosso à parte!

— E como bons profissionais, estamos dando nosso gesto de gratidão. — Entrou mais uma rosa à mim. Sorri um pouco surpresa.

Aquilo tinha dedo do Micael, eu sabia!

— Obrigada, muito... Obrigada! — Segurei as rosas. — Eu sei que vocês são corridos por aqui, hospital sempre é corrido. Não se preocupem, ela está bem! Está tudo bem com ela! — Sorri acolhedora.

Todos assentiram antes de Micael aparecer.

— Ora, já chegaram? — Ficou ao meu lado enquanto encarava todos.

— E já estamos indo embora. — Mel interviu, todos saíram desfazendo o grande círculo em minha volta. — Kate está melhor, Sophia? Você precisa de alguma coisa?

— Está tudo bem sim! Não precisa se preocupar. — Assenti.

— Ótimo! Eu vou indo nessa. — Mel levantou os ombros. — Ainda precisa de mim, chefe?

— Está dispensada. Bom descanso!

— Obrigada! Pra vocês também. — Colocou as mãos no bolso do jaleco e saiu.

Encarei Micael que segurava o riso.

— Por que está rindo? Não entendi!

— Porque eu mando nesse lugar. — Beijou minha testa.

— Você é ridículo. — Entramos no quarto novamente, Kate dormia tranquila. — Coitado deles, precisava disso tudo? — Deixei as rosas em cima da mesa.

— Você não gostou? Um pedido de desculpas nítido!

— Eu adorei mas... Eu entendo Micael, eles não tiveram culpa. — Pausei. — Hospital é assim mesmo, vai ver eles nem se deram conta do sobrenome.

— Ah, não sei. Eu treino muito bem essa galera! — Cruzou os braços.

Achei graça do mesmo, andei até ele dando um beijo em seus lábios.

— Você não vai ir embora?

— Você quer que eu vá?

— Não sei. Você precisa cuidar do seu filho. — Pousei minhas mãos em seu ombro. — Rayana deve estar louca atrás de você.

— Você tem notícias de Lua? — Mudou de assunto.

— Você sabe que eu tenho. — Encarei ele. — E não precisa mudar de assunto, Micael. Eu não estou brava, o garoto não tem nada a ver com isso.

Ele ficou em silêncio.

— Eu não gosto. Eu acho errado... Eu fico incomodado de ficar compartilhando coisas sobre ele com você.

— Você não quer que eu saiba de nada? É isso?

— Eu não quero que você se magoe. Entendeu? Querendo ou não, ele é o meu filho, e sei o quanto te magoou.

— Eu já relevei, assim como relevei muita coisa entre a gente. Lembra?

— Eu sei, eu sei. — Bufou. — Mas eu fico... É estranho ainda.

— Não sabia que você disse pra sua mãe, que queria ter filhos comigo. Mais filhos! — Sorri. Micael ficou com... Vergonha?

Sim, vergonha! Foi fofo ao meu ver.

— Minha mãe é fofoqueira, né? — Torceu o nariz.

— E eu muito curiosa. — Toquei seu cabelo. — Então vamos ter mais filhos?

— Vamos. Vamos ter vários! E se dependesse de mim, você teria outro daqui à. — Encarou o relógio de parede enquanto eu ria. — Dois segundos.

— Não sabia que você tinha esperma de super-herói. — Brinquei.

— Tire o DIU, vamos ter outro. — Sussurrou em meu ouvido, cerrei meus olhos.

— Micael, tudo no seu tempo! Tudo no seu tempo! — O beijei antes que falasse mais alguma coisa.