— Micael, o que é isso? — Rayana jogou o jornal em cima da mesa, assim que Micael havia chegado. Ela cruzou os braços em cima da barriga, esperando uma resposta.A manchete dizia: Anjo ou Demônio? As duas faces de Micael Borges.
— Que piada! — Teve o jornal nas mãos, lendo as letras miúdas rapidamente. — A imprensa quer me matar.
— E você acha isso legal? Você não vai fazer nada? — Levantou os ombros, indignada. — É o teu hospital que tá precisando de cuidados, não você. — Pausou.
— Eu sei o que eu vou fazer, tá? — Franziu o cenho. — Não enche o meu saco!
Abriu a geladeira.
— Eu quero saber onde você estava.
— Em um lugar muito lindo, bem longe de você, bem longe dessa bagunça toda. — Debochou, tinha uma garrafa d'água nas mãos. — O que mais você quer saber?
— Eu passei mal durante dois dias, minha mãe ficou cuidando de mim. — Encarava Micael com raiva. — E a sua mãe ainda me bateu.
— Que? — Franziu o cenho.
— Ela me bateu! Veio aqui em casa e me bateu.
— Que ótimo! Ela deveria ter batido mais. — Bebeu a água. — Mais alguma coisa que você queira saber?
— Você está muito estranho, Micael. — Chegou mais perto. — E não quer me contar. Você acha que eu sou idiota?
Sim?
— Eu não acho nada. Eu só quero distância de você!
— Distância? E o Marcel? — Pegou em um ponto fraco dele. — Vamos receber o nosso herdeiro assim? Desse jeito?
— Você queria que a recepção dele fosse como? — Abriu as mãos. — Geramos isso, agora, arcamos com a consequência.
— Você não está nada feliz. — Negou com a cabeça. — Caramba! Ele é o seu filho! — Bateu as mãos na perna, indignada. — Você age como se não tivesse nada aqui, nada! — Apontou à barriga perfeitamente redonda.
Micael jogou o restante de água na pia, largou o copo de canto e passou a mão nos cabelos, tentando relaxar. Ele realmente não tinha um pingo de paz!
— O Marcel vai ser amado, como meu filho, independente de tudo. — Respirou fundo. — Agora você. — Apontou à ela. — Nunca vai ser a minha mulher.
Rayana ficou em silêncio.
— Você me esnoba, me chantageia. Me faz de gato e sapato, eu literalmente como na sua mão. — Olhou fundo em seus olhos. — Ninguém gosta de você, Rayana! Ninguém! Você não tem amigos, sua família prefere ficar longe de você. Seu pai? Ah. — Riu sarcástico. — O que dizer do seu pai... Eu vou parando por aqui porque a lista é grande. — Arqueou uma sobrancelha. — No fundo, eu tenho dó de você. É isso que eu tenho!
As lágrimas de Rayana caíram, ela secou, como se nada tivesse acontecido. Assentiu e deu as costas à Micael, que agradeceu.
— Me dê o divórcio e estaremos quites, Rayana.
O silêncio tomou conta, ela virou-se rápida, encarando Micael.
— Você nunca vai conseguir se livrar de mim. — Silabou alto e em bom som, voltando em direção as escadas.
Era tarde quando fui buscar Lua no aeroporto, sem Acsa. A mesma tinha dito que ele preferiu ficar com a avó. Pegamos um táxi indo até o meu apartamento, Lua aproveitou para contar as últimas novidades e acontecimentos do Brasil.
— E as novidades por aqui? — Descemos do táxi, Lua tinha duas malas consigo.
— Micael estava aqui. — Ela sorriu. — Nada disso! Quer dizer... — Revirei meus olhos.
— Você sempre acaba sentando no toco de madeira dele. — Bati em seu ombro. — Doeu!
— Era pra doer mais. — Entramos no elevador.
— Pensei que você estava tendo romances com o Luke. — Brincou.
— Eu despachei ele, muito chato!
— Sophia!
— Eu não era a mulher que ele estava procurando. — Disse óbvia. — Vai ver... Ele quer outra pessoa.
— Vai ver ele quer você! — A porta do elevador se abriu. — Você deixou Kate sozinha?
— Não! Ela está na casa de uma amiguinha, a mãe dela é dona do Restreat Open. — Lua ficou boquiaberta.
— O lado bom de estudar em uma escola particular e ter amigos... Particulares. — Entramos em casa.
— Agradeça Micael por isso. — Larguei a chave em cima da mesa. — Quer comer alguma coisa? Ainda tem um resto de pizza de pepperoni e... Castanhas?
— Cruzes, Sophia! Essa pizza deve estar com cheiro de chulé. Você não compra comida pra sua casa?
Essa era a Lua que eu conhecia.
— Nós comemos a comida. — Cerrei meus dentes.
— Exatamente! Você não precisa estocar tudo que nem um esquilo. — Me remedou. Revirei meus olhos. — Arthur me procurou semana passada.
Abri minha boca, incrédula.
— E?
— E que... Nada demais! Ele precisa pagar a pensão do Acsa. — Assentiu. — Se não, cadeia nele.
— Ele não pensa em voltar com você?
— Deus me livre! Se ele voltar comigo você pode mandar trezentos agiotas me matarem. — Lua riu. — O que foi? — Observou meu rosto em transe.
— Lembrei da Rayana.
— É normal, você salvou a vida do Peixotto. — Suspirou. — Notícias dela?
— Não mais, Micael evita de falar sobre ela. — Relaxei meus ombros. — É até bom, eu não preciso ficar lembrando que ela dorme com o... Pai da minha filha.
— Você já se perguntou?
— Em que?
— Como vai ser quando a Rayana descobrir tudo isso. — Lua gesticulou. — Sabe... Você tem que estar pronta.
— Eu já pensei mas... Preciso pensar mais. — Remexi meus lábios em dúvida. — Não sei como ela agiria.
— Também não sei. — Negou, em transe. — Será que ela te mataria? Ou mataria a Kate?
— Não sei. Você acha? — Mordi a ponta dos dedos.
— Não sei.
Estávamos em dúvida, em plena 01:34 da manhã.
— Acho melhor você comprar uma passagem de ida ao Afeganistão. — Lua gargalhou.
— Eu morreria dos dois jeitos. Não tem como fugir. — Fui até o telefone, discando alguns números.
— Está ligando pro namoradinho? Olha que eu vou contar pro Micael! — Terminou de rir.
— Eu vou pedir comida pra você, sua tonta! — Mostrei a língua antes de Lua começar a gargalhar de novo.
— Agora? E tem fast food essa hora?
— Tem fast food à todo o minuto! Você que é desatualizada.
— Tem certeza? Melhor não discutir comigo, você vai perder feio nessa briga. — Foi minha vez de rir. — Peça algo gostoso e pague! Vou tomar um banho e desfazer a minha mala.
Eu adorava a companhia de Lua, não podia negar.
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Young and the Restless - Jovens e Inquietos 2ª Temporada
RomanceGrandes surpresas abalam a vida de Sophia e Micael. Principalmente a de Sophia: Uma notícia que mudaria tudo, praticamente tudo.