Micael estava confuso quando sentou-se no refeitório do hospital, franzia o cenho achando um jeito e elaborando uma forma de ficar com Kate. Estava atolado no trabalho, tinha cinco cirurgias, na mesma semana. Seria impossível!— Atrapalho? — Ken sentou-se na mesa, em sua frente.
— Um pouco. — Estava em transe. — Preciso que me ajude.
— Problemas no Brasil?
— Kate quer ficar comigo. — Encarou o amigo. — Parece que ela e a mãe brigaram.
— Tinha que ser sua filha. — Ken riu leve. — Como eu posso te ajudar?
— Eu preciso ficar com ela mas não tem como. Tenho cinco cirurgias, marcadas no meu nome, já conversei com os pacientes. — Passou a mão nos cabelos. — Eu vou matar a Sophia.
— Ela não tem culpa, Kate está sentindo a ausência do pai, só isso!
— Mas precisava ser agora?
— Você não pensou quando concebeu ela, não é? A menina não tem culpa, isso se chama saudade. — Ken sorriu. — Mas infelizmente não posso te ajudar, você cumpriu, deu sua honra.
— Eu faço tudo o que a minha bonequinha quer. — Bufou.
— Outro porém, você precisa parar com isso, Micael! Está mimando a garota, a gente percebe. — Cerrou os olhos. — Eu não sou ninguém pra opinar na sua educação mas o jeito que você fala... Você precisa maneirar.
— Eu não consigo.
— Mas precisa! Daqui a pouco seu outro filho estará aí, essa eu quero ver.
— Não vai ser a mesma coisa, vai ser totalmente diferente. — Deu de ombros. — Com a Kate é tudo lindo, especial, ela é a minha garotinha, entende? — Micael se derreteu todo. — Ela é esperta, inteligente, linda, sapeca, parece muito com a mãe dela... E um pouco comigo. — Sorriu. — Você precisa ver quando ela brinca com todas as bonecas, tipo uma tarde do chá. — Estava bobo falando de Kate. — Eu me empolguei, né?
— Total! — Ken riu. — Sabemos que você ama ela mas tente ver isso. Não pode dar o mundo à Kate.
— Você sabe que eu posso.
E podia mesmo.
— Enquanto ao problema, você pensa em que?
— Ainda não sei. Eu poderia colocar Mel no lugar. Acha que gostariam dela? — Micael fez uma careta, Ken lhe copiou.
— Ela não é uma má cirurgiã mas eles querem você. Esse é o problema!
— Merda.
— Traga Kate pra cá.
— Ficou maluco? Rayana pode aparecer, fora que Kate vai achar um tédio.
— Tem razão. — Ken pensou. — Eu realmente não tenho como te ajudar.
Micael bufou, estava totalmente perdido no que iria fazer. Por isso, foi atrás da mulher que ele mais se desfazia naquele hospital.
— NEM MORTA! — Mel berrou. — Você acha que eu sou o que? O seu brinquedo?
— Não é pra tanto!
— Eu não vou ficar no seu lugar, você arcou com as consequências. Eu não quero saber!
— Te pago o triplo. Hoje mesmo estará na sua conta. — Micael sorriu, rezando mentalmente pra que ela aceitasse.
Melanie ficou em silêncio, ainda encarava o patrão.
— Sabe o número da minha conta, não sabe? — Micael sorriu à beça. Check-point!
Lua me levou ao aeroporto naquela noite, não consegui me despedir de Luke mas mandei uma mensagem explicando o que havia acontecido.
— Tem certeza mesmo que quer ir? — Segurou minhas mãos.
— Eu preciso ir!
— Maldita camisinha estourada. — Lua grunhiu.
— Pare com isso. — Dei um belisco em seu braço. — Me dê um abraço! — Abracei Lua que sorriu, depois, despediu-se de Kate.
— Vou aparecer em breve, preciso resolver algumas coisas.
— Admita, seu lugar é em Seattle. — Brinquei, andando até o portão de embarque, junto com Kate.
— Tchau, tia Lua. — A pequena acenou.
— Até mais, pequena chata Borges! Até mais, Soph! Quando chegar me ligue. — Lua avisou. Assenti saindo de suas vistas.
Kate ficou quietinha enquanto voltávamos para casa. Ficou entretida no desenho que passava na tela, embutida na poltrona, estava ansiosa para chegar e ficar com seu pai. Revirei meus olhos só na possibilidade de pensar, esperava que Rayana pegasse no flagra mas ficaria difícil pra mim também.
— Mamãe, já é dia! — Kate agarrou na ponta da minha blusa, puxando, ansiosa. Animou-se ao saber que entramos à noite no avião e saímos de dia. — OLHA LÁ MAMÃE, OLHA LÁ! O PAPAI! — Ficou surpresa, assim como eu.
Micael estava nos esperando, como era tão lindo. Usava um Ray-Ban Wayfarer, bermuda jeans, uma camisa e seu sapatinho que o deixava bem mais elegante. Kate correu até o mesmo que estava lhe esperando, de braços abertos.
— OI, MINHA PRINCESA! — Rodopiou com Kate em seus braços, beijando diversas vezes a sua bochecha. — Você está bem? Como foi de viagem? O papai sentiu a sua falta!
Caminhei até os dois, escutei Kate contar um pouco da viagem flash que fizemos.
— Oi. — Sorriu pra mim. — Você está bem?
— Agora não. — Fui caminhando, ele me seguiu com Kate sentada em seus ombros. — Você já vai levar Kate?
— Vou te dar uma carona.
— Não precisa, eu vou de táxi.
— Não seja tão ridícula.
— Você quer discutir na frente da sua filha? Tudo bem. — Dei de ombros. — Então vamos discutir na frente da sua filha.
— Vamos pro carro. Sim? — Me encarou, um olhar de pânico. Odiávamos brigar na frente de Kate, isso era um trato nosso: nunca brigaríamos na frente dela.
Avistei a Range Rover no estacionamento do aeroporto, Micael abriu o porta-malas colocando a minha mala lá dentro, acompanhada com a mala de Kate.
— Curtiram muito a praia? — Ele abriu a porta do passageiro à mim, bufei.
Eu gostaria de ter sentado lá trás.
— Papai, foi muito divertido. — Kate deu ênfase enquanto tinha o pai arrumando a mesma na cadeirinha. Micael fechou a porta, entrando agora no lugar do motorista. — A tia Lua foi muito legal. O Acsa tá bem pequenininho ainda, papai. — Micael observava Kate pelo retrovisor, sorrindo. Concentrou-se no volante.
— E você? Se divertiu? — Micael quis puxar assunto.
— Eu estava me divertindo mas sua filha encarnou você, por alguns minutos. — Cruzei meus braços. — Agora eu não estou mais feliz.
— Queria ter ficado? O Rio de Janeiro te prendeu tanto? — Micael riu leve.
Lancei um olhar de fúria ao mesmo, logo após, um sorriso maléfico. Espero que ele tenha entendido.
— Você não faz ideia de como me prendeu. — Ainda o encarava, maléfica. Eu tinha que espalhar o pouco de felicidade que estava vivendo, antes de tudo acontecer.
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Young and the Restless - Jovens e Inquietos 2ª Temporada
RomanceGrandes surpresas abalam a vida de Sophia e Micael. Principalmente a de Sophia: Uma notícia que mudaria tudo, praticamente tudo.