Young and the Restless - Jovens e Inquietos 2ª Temporada

Capítulo 43

— Oi Luke. — Atendi, sem a mínima paciência. Mas antes coloquei uma roupa, não atenderia ele daquele jeito.

— Me desculpa, eu equivoquei um pouco. — Coçou a nuca. — Posso entrar?

— Eu preciso descansar, hoje foi um dia cheio. — Torci o nariz, mentindo. — Que tal você voltar daqui à... Alguns meses?

— O que está querendo dizer com isso?

— Eu estou dizendo que... Não estamos prontos pra ter alguma coisa, entende? — Gesticulei. — Somos diferentes em algumas coisas.

— Você está dizendo isso por conta da sua faculdade? Nós podemos ficar juntos, é só dar um jeito. — Assentiu.

— Não adianta arrumar um jeito, Luke. Nunca vai ter um jeito. — Expliquei, quase em um sussurro. — Eu espero que você encontre alguém, uma pessoa bem legal!

— Você é a pessoa bem legal, eu estou gostando de você. De verdade!

Ah, que legal.

— Mas eu não. Desculpe! — Levantei os ombros. — Boa noite, Luke. — Ia fechando a porta quando sua mão me parou.

— Espera. — Pausou. — O seu ex-marido disse alguma coisa? Ele não quer que a gente fique junto, não é?

— Deixe ele fora disso, por favor?

— Então me fala. — Me encarou. — Me fala que eu vou embora.

— Luke, é sério! Meu dia foi cheio, eu preciso arrumar as coisas pra receber a minha filha. Você precisa ir... Descanse também. — Optei, eu não aguentava mais ele.

Luke assentiu, cabisbaixo. Caminhou até seu carro e entrou, dando partida, sumindo na enorme rua. Eu não queria magoá-lo mas não estava pronta pra trocar Micael por um Luke, ainda era muito novo. E eu, estava ansiosa com o resultado do vestibular, minha vida mudaria totalmente.

Dias depois.

— Alguém? — Micael entrou em sua casa, fechou a porta e deixou as duas malas de lado, procurando por Rayana.

— Oi amor. — Caminhou até o mesmo, dando-lhe um beijo demorado. — Como foi a viagem? Sua mãe está bem? — Juntou as mãos.

— Ela está melhor sim. — Andaram até à cozinha. — E você? O bebê está bem?

— Estamos ótimos! — Sorriram. — Eu estava ansiosa pra você chegar, senti saudade.

— Digo o mesmo. — Desviou o olhar. — Os homens da reforma vieram até aqui? — Abriu a geladeira, buscou um suco natural.

— Vão vir na semana que vem. Eu escolhi um berço mais sofisticado, como se fosse... — Tentou lembrar a palavra. — Algo planejado. — Micael assentiu.

— Foi ao obstetra na terça?

— Fui! — Rayana sorriu. — Na próxima consulta saberemos o sexo. Estou ansiosa! — Vibrou.

— Tentarei ir com você mas não prometo nada. — Terminou de beber o suco. — Tem algo que queira me contar? — Arqueou uma sobrancelha.

— Teremos visita hoje!

— Quem vai vir dessa vez?

— Sophia. — Micael gelou por alguns segundos. — Eu encontrei ela esses dias, conversamos bem pouco.  Convidei para jantar, devemos agradecer ela por tudo o que fez.

— Você não acha que já agradeceu ela demais? — Largou o copo na pia, saindo da cozinha. Rayana o seguiu enquanto subia as escadas.

— Micael, ela salvou a vida do meu pai!

— Graças a Deus. Salve Sophia! — Debochou. — Você não pode ser assim o tempo todo, já fez a sua parte agora deixe Sophia viver em paz.

— Você não é mais amigo dela? — Cruzou os braços.

— Eu sou mas... Nós já pagamos a parcela que tínhamos com ela. — Segurou nas mãos de Rayana. — Então, eu espero que seja o último jantar com Sophia aqui em casa! — Teve que ser drástico.

Rayana encarou Micael, no fundo dos seus olhos castanhos.

— Eu daria minha vida pra saber o por quê você fica desse jeito. — Silabou. — Parece estar com medo, Micael!

— Medo? Só porquê eu não quero ela aqui?

— Diga pra mim, olhando nos meus olhos, seja fiel como os cumprimentos do casamento. — Umedeceu os lábios, se preparando. — Você teve algo com ela no colegial?

— Não.

— Tem certeza?

— Absoluta. — Respirou fundo. — Acho que você quer encontrar coisa onde não tem.

— Será que não tem?

— É sério?

— Eu faço as perguntas!

— Eu não estou afim de responder as suas perguntas inúteis. — Cerrou os dentes. — Espero que seja a última vez de Sophia dentro dessa casa.

— Você sabe que não vai ser. — Pausou. — Ela é minha amiga, eu gosto muito dela.

— Agora você gosta? — Foi sarcástico. — Que engraçado! Antes não parecia. — Cruzou os braços. — Você tem muito que aprender, Rayana.

— Eu tenho? — Seguiu Micael até a suíte do casal. — Eu nunca entendi esse seu grupinho mais ou menos do colegial. Eu não sabia quem pegava quem.

— Ninguém pegava ninguém. Fim! — Abriu a torneira.

— Vocês andavam muitos juntos, me dava nojo. — Grunhiu. — Mas ainda bem que isso acabou.

— Você conseguiu o que queria, eu estou aqui, de corpo e alma! — Fechou a torneira, secando as mãos. Encarou Rayana mais uma vez. — Você transou comigo, ficou comigo, me manipulou e agora estamos casados nessa vidinha de merda. — Soltou. — E eu devo adicionar que vamos ter a porra de um bebê.

— Você não está feliz com a criança?

— Preciso responder? — Estavam sem paciência.

Discutindo dentro da suíte.

— Você é tão ridículo, Borges! — Rayana negou com a cabeça. — Eu deveria matar você quando estivesse dormindo.

— Ótimo, você acabaria com a metade dos meus problemas. — Riu falso saindo da suíte, Rayana lhe seguiu novamente. — Eu estou pagando todos os meus pecados, todos! Não restou um. Eu estou dentro do inferno.

— E por que você está dentro do inferno? Eu gostaria de saber.

— POR QUE VOCÊ QUER SABER DE TUDO? — Perdeu a linha. — É isso que me irrita em você, sempre querendo saber de tudo.

— Você é meu marido e eu preciso saber!

— Não precisa. Não somos um casal de verdade, tudo isso aqui. — Gesticulou as mãos ao redor. — É faixada. É mentira! E por um deslize meu eu acabei engravidando você, errei novamente.

Rayana ficou em silêncio.

— Por que novamente? — Esperou Micael dizer, que estava em transe. — Você já errou a primeira vez?

— Você entendeu!

— Eu entendi sim. — Pausou. — Eu espero que você não me esconda nada, Micael! Se eu descobrir... A coisa vai ficar feia, muito feia. Você não sabe do que eu sou capaz de fazer.

Uma ameaça bastante convincente! Micael sentiu sua garganta dar um nó. Engoliu seco e sumiu das vistas de Rayana, só de pensar que ela poderia saber de Kate e de mim, tudo ficaria pior. Estávamos com os dias contados!