Capítulo 82

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— Josh? É o Micael, me escute. — Estava no telefone, tinha uma mão no quadril, sem perder sua masculinidade, andava de um lado para o outro. — Eu preciso de uma ambulância em Portland, mandarei o endereço via SMS. Preciso urgente! Agora!

Estava sentada no sofá, com um roupão de seda, mordia meus dedos em tom de nervosismo. Micael havia colocado um lençol no corpo de Arthur, imaginando que tudo ficaria bem.

Eu estava com um cadáver em casa, não estava nada bem!

— Pare de olhar, não precisa ter medo. — Guardou o IPhone no bolso. — Você está bem? — Aproximou-se de mim.

— Tem um morto na sala da minha casa, você acha que eu estou bem? — Soltei.

— Ele pediu, eu matei. Não tinha o que fazer! — Disse simples. — Você lembra o que ele ia fazer... Céus! Meu corpo treme só de pensar. — Voltou a andar. — Eu mataria ele de todo o jeito, ele mexeu com você!

— Precisava matar ele assim?

— Está achando ruim, Sophia?

— NÃO! — Arregalei meus olhos. — Eu só estou nervosa com a situação. Se souberem que foi você, está acabado! Você vai preso, eu vou presa! — Estava imaginando loucuras. — Meu Deus do céu. — Coloquei minhas mãos na cabeça, estava muito cansada. — O que você vai fazer?

— Você quer mesmo saber? — Levantou uma sobrancelha.

— Preciso te responder ou estamos em um game quiz? — Debochei.

— Não estou gostando desse seu comportamento não, tá? — Apontou à mim. — É o seguinte. — Preparou-se para dizer. — Vamos levar o Arthur até Seattle, clandestinamente. Vou dizer ao Josh que ele teve uma... Parada cardíaca e está muito mal. Vou entuba-lo na UTI. — Gênio! — Ele passará dias lá, sem vida, todos pensando que ele terá melhoras. — Explicou, estava sendo um gênio! — E então: DONE. — Silabou, com seus lábios carnudos. — Arthur Aguiar partirá dessa pra uma melhor.

Eu estava com a boca entreaberta, nunca pensei que Micael teria sangue frio de fazer algo desse tipo. Parecia que estávamos gravando uma série americana, só que, o buraco estava bem mais embaixo.

— Temos um problema. — Encarei o mesmo.

— O que há dessa vez?

— E Lua. — Levantei meus ombros. — Você pensou nela?

— Eles estão separados! Lua odeia Arthur.

— Mas o Acsa é filho dele, Micael!

— E ele liga pro Acsa? — Me pegou com sua pergunta, Arthur nunca fez questão. — E outra, Arthur vai ficar alguns dias na UTI. Se ela quiser, pode visita-lo.

— Você está sendo muito rude, Micael. — Soltei, me levantando.

— Eu? Rude? Cacete, o cara quase te estuprou. Na minha frente! Você queria que eu batesse palma e risse? Como em um show de comédia?

— Ele é o seu melhor amigo, Micael. Independente de tudo. Eu sei que ele é escroto e tudo mais...

— Sophia, ele já está morto! — Estava perdendo a paciência. — Não tem o que fazer, eu matei Arthur Aguiar com as minhas próprias mãos. — Bufou. — Eu não consigo entender você, pare com esse pensamento inocente, Sophia!

— Inocente? — Ri incrédula. — Eu só estava dizendo que os seus pensamentos são rudes.

— Em questão à você, sim, todos os meus pensamentos são rudes! Não coloque um dedo em você e nenhum dedo na minha filha. Se colocarem, estarão mortos! — Senti medo em sua voz. — Melhor se vestir, vamos para Seattle.

— Eu não posso ir pra Seattle. — Soltei, indignada.

— Mas você vai!

— Eu não vou!

— Vai sim! — Cerrou os dentes. — Não me desafie, Sophia.

— Por que? Você vai me matar com suas próprias mãos? — Debochei. — Depois, vai me jogar em alguma construção abandonada? Ou melhor, vai me juntar com Arthur na UTI e ver meu corpo entrar em decomposição? — Fiquei mais perto de seu corpo, era notável o estresse e irritação em Micael.

Ele revirou os olhos, tinha perdido a luta!

Chegou perto do meu ouvido, silabando calmamente. Sua voz rouca me arrepiou, não era o momento mas ele provocava.

— Dá próxima vez eu vou jogar você naquela mesa e bater tão forte na sua bunda, que você nunca vai esquecer. E espero que você não grite, se não, irá apanhar mais. Do meu jeito! — Sorriu falso após me olhar, meu corpo estremeceu.

— Eu te odeio. — Disse baixinho mas ele escutou.

— Diga isso aos seus orgasmos. — Segurou meu queixo, me beijando. — Não fique assim! Eu te amo.

— Eu também te amo. — Mexi em seus cabelos. — Se cuida, tá? Depois me dê notícia de alguma coisa.

— Higienize o chão da cozinha assim que eu sair, tranque tudo e não receba ninguém até minhas ordens. Certo? — Assenti. — Fique bem, eu te amo!

Me despedi de Micael que entrou na ambulância, algum tempo depois. O mesmo colocou o corpo de Arthur na maca, levando até Seattle. O motorista não sabia que Arthur estava morto, e nem ousou se intrometer no que Micael estava fazendo.

Viajaram até Seattle, com um cadáver que ainda não estava fedendo.

Uma hora depois. — Seattle/01:24 AM.

— Afasta, afasta! — Micael pediu quando o motorista da ambulância abriu as portas, seus ajudantes vieram em peso. — Preciso da UTI, AGORA! — Ordenou.

— Ele está bem, doutor Borges? Precisa ver os batimentos?

— NÃO! Eu já verifiquei tudo no caminho. Só preciso da UTI, um leito somente à ele sem entrada de outros. — Ordenou mais uma vez, enquanto levavam Arthur na maca. Micael segurava uma máscara de oxigênio por enganação.

Passaram pela porta automática e colocaram Arthur no elevador, que foi junto de Micael. Os ajudantes informaram sobre a UTI e assim ele pôde ficar mais tranquilo. Era o dono daquele lugar, tudo tinha que caminhar perfeitamente bem.

Entrou na UTI levando Arthur, conectou os aparelhos que precisava e viu o amigo cair em um sono da morte, tranquilo e sereno. Nem parecia o Arthur arrogante e monstro que se transformou.

— Pare de teatro, eu sei que você não morreu. — Micael disse calmo, cruzou os braços. — Irá acordar daqui algumas horas, já que está entubado. Melhorará a sua situação. — Sorriu falso. — Mas eu voltarei para te dar todos os cuidados possíveis, Arthur Aguiar. — Aproximou-se de seu ouvido. — Você vai sofrer na minha mão, seu monte de merda!

Recado dado! Os próximos dias de Arthur ficariam difíceis com Micael, o recepcionando da pior forma possível.

Young and the Restless - Jovens e Inquietos 2ª Temporada Where stories live. Discover now