Young and the Restless - Jovens e Inquietos 2ª Temporada

Capítulo 29

Rayana estava em casa, como sempre, procurava lojas de bebês para montar o quarto do herdeiro ou herdeira. Nenhuma cor lhe agradava, precisava da ajuda de Micael para tudo. Chegava ser agonizante!

Seu interfone tocou fazendo ela se assustar um pouco, não esperava visitas aquela hora da manhã.

— Quem é? — Soou grossa. — Só um minuto! — Caminhou até a porta de entrada.

Mel apareceu. Ainda tinha o jaleco no corpo, tirou os sapatos brancos e amarrou os cabelos enquanto entrava na casa dos Borges. Tudo era tão limpo e luxuoso, qualquer móvel custaria um rim. Afinal, estava na casa do seu patrão.

— Quanto tempo! Como você está? — Mel sorriu, agradável. Sentou-se no sofá ao lado de Rayana.

— Eu estou ótima. — Pareceu ficar amigável. — Pensei que estivesse trabalhando.

— Oh, não! Parece que Micael estava encrencado demais. — Cerrou os dentes enquanto brincava. — Parto humanizado, você sabe. — Cerrou os olhos.

— Parto humanizado? — Rayana franziu o cenho. — Ele me disse que iria pra Chicago hoje, em uma convenção.

Melanie engoliu seco.

— Sabe, o Borges anda muito esquecido! — Deu ênfase na palavra muito. — As vezes a gente tem que controlar ele com alguma coisa, você sabe. — Levantou os ombros. — É normal de médico.

— E eu sou idiota. — Revirou os olhos. — Ele não gosta daqui, ele não gosta da minha presença. — Disse baixo mas Mel conseguiu entender perfeitamente, por dois segundos conseguiu ter dó de Rayana.

— O Micael é assim mesmo, ele também não gosta de mim. Por isso estou aqui. — Sorriu. — Anda cuidando desse bebê? — Quis ser simpática.

— Estamos nos resolvendo, é difícil criar um filho... Sozinha. — Encarou Mel. — Acredito que você não gostaria de cuidar do seu filho sozinha.

— Eu não quero ter filhos!

— Nunca se sabe o dia de amanhã.

— Bom. — Mel levantou-se. — Você poderia me dar um copo d'água? Minha garganta está seca! — Alisou a garganta fazendo com que Rayana levanta-se do sofá. — Pensei que tivesse empregada.

— Elas me irritam. — Abriu a geladeira. — Empregadas são para armadores. Eu consigo cuidar do meu império como ninguém. — Mel assentiu.

— Vejo que está muito bem então.

— Por que veio até aqui? Você quer me dar alguma notícia? — Rayana escorou-se no balcão de mármore da cozinha, Mel ficou intrigada.

— Na verdade eu gostaria de saber das notícias, parece que está tudo bem com você. E claro, com o bebê também. — Sorriram.

— Vou contar à Micael que você esteve aqui, ele vai adorar.

— Sempre imprevisível, Rayana! Eu gostaria de te ajudar. — Bebeu sua água. — Tem tantas coisas que você deveria saber.

— Vai ver eu saiba, lá na frente. Você só atormenta a minha vida desde a faculdade. Nunca deu sossego pro Micael.

— Somos muitos amigos.

— Não pareceu ser. — Rodeou a ponta dos dedos, desviando o olhar de Mel. — Quero você fora daqui, e quando eu precisar, eu irei te chamar. Ou não! — Foi grossa ao dizer, viu Mel largar o copo em cima do balcão e sair.

Andou até a porta da sala, virou-se para ver Rayana.

— Você vai precisar muito de mim ainda. — Deu o seu recado antes de sair.

Enquanto Mel queria desmascarar Micael, eu estava me divertindo muito na casa de Lua. Ela optou por um passeio rápido de carro até à praia de Copacabana. Levamos Kate para molhar os pés pela primeira vez e a mesma gostou do resultado, só reclamou da água que estava um pouco gelada mas aceitou o fato da praia ser um lugar divertido.

— Mamãe, mamãe! — Kate puxou minha blusa, chamando minha atenção. — Eu quero! — Apontou ao homem com um carrinho de sorvete, sorrimos.

Parei o rapaz enquanto Kate escolhia na tabela de opções, recebeu o sorvete logo após que paguei. Saímos caminhando pela areia.

— Sabe. — Lua arrumou os óculos escuros. — Você parece bem depois do divórcio. — Lembrou-se. Era a décima vez que ela se lembrava do acontecido.

— Você gosta de me irritar.

— Eu amo irritar você. Confesso que senti saudade! — Sorri.

— Você está gostando da vida brasileira?

— A minha mãe me ajudou muito, você sabe. — Remexeu as mãos. — Arthur nunca mais apareceu mas a quantia da pensão de Acsa aparece certinho no banco, não tenho o que reclamar.

— Pelo menos isso.

— Teve notícias dele? — Senti a voz de Lua embargar, ela ainda gostava dele.

— Faz anos que não vejo Arthur, deve estar ocupado. — Dei de ombros. — Por que sua mãe é daquele jeito?

— Você não gostou da minha mãe?

— Eu adorei a sua mãe mas ela é bizarra! Isso é divertido pra mim. — Ri leve enquanto Lua fechava a cara.

— Eu estou aprendendo a ler os chácaras. Super divertido!

— Você pode ler o meu?

— Eu até leria mas cobraria um preço caro. — Brincou. — Mas eu vejo nos seus olhos que você está feliz, e, terá uma surpresa daqui alguns meses.

— O que? — Não havia entendido.

Paramos de frente uma com a outra.

— Minha mãe me disse que os chácaras aparece na sequência da pessoa. A sua sequência é de melhora! Mas você vai ter uma surpresa em breve, pode abalar a sua vida.

— Cruzes, Lua! — Me assustei. — E você consegue ver essa surpresa?

— Não, só a minha mãe. — Entristeceu. — Ainda falta muito pra aprender isso, mas por enquanto, eu consegui ver uma parte do seu chácara.

— Eu devo confiar em você? — Arqueei uma sobrancelha.

— Você transou com o Borges, é claro que você deveria confiar em mim. — Lua riu.

— Como você quer que eu esqueça ele sendo que você não deixa eu esquecer ele?

— Sophia, aprende uma coisa. — Gesticulou. — Você nunca vai esquecer o Micael. Você faz parte dele, você tem uma parte dele com seis anos de idade, entende? — Assenti, no fundo era verdade.

— Kate está entendendo o que está acontecendo, pelo menos isso. Foi difícil da primeira vez.

— Ela está feliz tomando o picolé brasileiro. — Rimos.

— Ouviu o que sua tia disse, Kate? — Viramos ao lado mas não vimos Kate.

Pelos próximos cinco segundos o meu coração pareceu saltar pela boca, a boca do meu estômago me deu murros e meu corpo se gelou por inteiro, como um iceberg. Minhas pupilas estavam dilatadas e a praia cheia. Eu havia perdido Kate naquela multidão.