Chegamos na casa de Lua que era mais considerável como uma bolha bem longe da cidade. Árvores ao redor, flores, uma colheita no enorme quintal e sua mãe que usava roupas brancas como símbolo de paz. A família de Lua sempre foi exótica e sabíamos muito bem disso quando ela nos contou, ainda no colegial.— Mãe, lembra da Sophia? — A mãe de Lua assentiu, nós abraçamos.
— Eu me lembro de você, no aniversário de dezoito da Lua. — Assentimos. — Você está bem?
— Eu estou, na medida do possível! — Levantei os ombros fazendo ela rir. — A senhora está bem?
— Estamos bem, estamos ótimos! — Sorrimos. — Então você teve uma benção? — Ela olhou Kate que estava com vergonha, se escondeu atrás da minha perna. Achamos engraçado!
— Eu tive! Dê oi à ela, Kate. — Incentivei a mesma que assentiu, ainda com vergonha.
— Ela é filha do Borges, mãe. Você se lembra? — Lua relembrou mais uma vez enquanto descarregava as malas do Jeep.
— Você é casada com o Micael?
— Não. Nós só temos Kate em comum. — A mãe de Lua entendeu. — Adorei o lugar, tudo tão grande por aqui. — Mudei de assunto, eu tinha que excluir Micael de todos os lugares possíveis.
Até da minha mente.
— Eu preferi essa casa porque me traz paz. A natureza é a melhor paz do mundo, eu gosto tanto. — Sorriu. — Lua melhorou bastante depois que voltou de Nova Iorque e largou aquele traste. — Ri leve.
— Tenho que concordar. — Encaramos a mesma que negou com a cabeça.
— Não sabia que eu tinha virado assunto. — Lua deixou as mala na sala. — Acsa demorou à dormir, mãe? — Andou até à cozinha, segui a mesma com Kate em meus braços.
— Ele queria você mas eu dei um jeito. — A voz dela ecoou já que estávamos longe.
— Ótimo! — Lua me deu um copo d'água. — Fique à vontade, nós vamos nos divertir muito. Duas solteiras no Rio de Janeiro. — Brincou.
— Você deixa o Acsa sozinho? Assim, desse jeito? — Me choquei.
Por que eu estava chocada? Talvez porquê eu não desgrudei de Kate quando ela nasceu.
— Ele não está sozinho, ele está com a minha mãe.
— Ela não reclama? — Deixei Kate descer, a mesma correu até o quintal.
— Minha mãe é muito tranquila. Ela não reclama de nada! — Lua sorriu. — Quando eu tenho que sair, ela dá de mama pro Acsa.
Arregalei meus olhos.
— O QUE? — Lua gargalhou.
— Por que está chocada?
— Sua mãe... No seio dela? Como assim, quanto anos ela tem? Com todo o respeito! — Lua ainda ria.
— Ela tem idade o suficiente pra poder amamentar de novo. Minha mãe é natureba, relaxa! — Cerrou os olhos. — Não se assuste se você ver ela nua de manhã, são os chácaras agindo. — Lua andou até o quarto, eu ainda seguia sem entender.
— Aí meu Deus. — Coloquei a mão em meu peito, assustada.
Já em Nova Iorque tudo estava em tremendo estresse, como sempre. O hospital estava uma loucura e Micael teria algum infarto se fosse possível, ele só estava caindo. Mais e mais.
— Eu não aguento mais isso. Eu deveria ter feito teatro. — Will soltou um riso.
— Isso é só o começo. — Caminharam pelo hospital antes de pegarem o elevador. — Sabe, tem alguém que deveria ter voltado há muito tempo.
— Não! — Já sabia de quem estava falando. — Eu já estou com problemas demais por aqui.
— Não tem como você se irritar, ela já está em territórios hospitalares. — Will riu quando a porta do elevador se abriu, revelando Melanie com dois balões. Um azul e o outro rosa.
Era o fim para Micael.
— Quanto tempo meu querido chefinho. — Abraçou Micael que se irritou.
— Eu deveria demitir você.
— Demitir? Por que? — Mel riu. — Eu sei que você sentiu a minha falta.
— Pro inferno você e esses balões. — Ela o seguia enquanto Will ria descaradamente. — Afinal, por que está segurando esses balões?
— Porque eu soube que a família vai aumentar. Você soube, Will? Borges será pai de novo, ou de primeira viagem? Fiquei confusa. — Mel fez uma careta.
— Eu odeio você. — Irritou-se antes de entrar em uma sala. — Bom dia! Como estão por aqui? — Micael mudou totalmente o seu humor, começaria a trabalhar.
— Estamos bem. Eu ainda não tive contrações. — A paciente que aparentava ter trinta e dois anos concluiu o seu desespero de parto, teria gêmeos e estava preocupada com as sensações.
— Seu marido está por aqui? — Estava com uma prancheta em mãos.
— Ele acabou de sair. — Ela sorriu. Micael encarou Mel e Will.
— Acudam ela, eu vou procurar ele. — Sussurrou antes de deixar a sala, pegou o elevador indo até o refeitório do hospital. Encontrou o mesmo, bebia um café e parecia mais nervoso ainda.
Micael correu até o mesmo.
— Você é o papai premiado? — Brincou.
— É, sou eu sim. Ela está bem? Aconteceu alguma coisa?
— Ela está ótima! Mas precisamos conversar. — Pausou. — Temos um problema, por conta da sua mulher ter um pouco a mais da idade e com todos os problemas de pressão... Não vamos conseguir que ela tenha o parto humanizado, eu sinto muito! — O homem ficou triste, parecia querer tanto o parto humanizado. — Vamos optar pela cesária, o risco é menor e será bem mais seguro.
— Doutor, o senhor acha que ela não vai conseguir ir até o final?
— Eu não sei, tudo depende dela. Mas... Eu vou optar pela cesária. — Ele assentiu. — Você quer que eu avise ela ou você...
— Eu vou avisar, assim ela irá surtar menos. — Micael riu leve. — Obrigado, doutor!
— As ordens. — Micael saiu do local, encontrou Mel no caminho. Não podia ser, ela o seguia toda a hora?
— O que foi fazer, House?
— Não podemos fazer o humanizado nela, ela não vai aguentar.
— Tá brincando, Borges! Ela pagou horrores em fotógrafos.
— Dane-se. Olha a idade dela, eu não quero ninguém morrendo no meu plantão. — Voltaram pro quarto da paciente.
— Ela só tem trinta e dois anos, o único problema dela é pressão.
— Qual parte do parto humanizado você não entendeu? E outra, ela tem problema de pressão que é um perigo!
— Será que não conseguimos fazer um normal pelo menos? — Mel optou novamente.
— Está dispensada. Vá pra casa. — Disse sem paciência.
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Young and the Restless - Jovens e Inquietos 2ª Temporada
RomanceGrandes surpresas abalam a vida de Sophia e Micael. Principalmente a de Sophia: Uma notícia que mudaria tudo, praticamente tudo.