Capítulo 56

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Mel estava no hospital, na sala de Micael. Ela sonhava tanto em ter aquele lugar à si, mas sabia que as responsabilidades aumentariam com o tempo. Como estava sendo agora.

Tinha várias ligações de números estranhos, a imprensa na porta e uma mãe desesperada colocando todos ali em ameaça.

— Fugindo? — Ken entrou na sala, tinha um telefone nas mãos.

— Um pouco. Preciso respirar! — Colocou as mãos na cabeça, relaxando.

O que não era possível.

— A coisa está ficando feia! — Sentou-se na cadeira da frente. — Você olhou o noticiário?

— Ainda não. E nem quero ver. — Fechou os olhos. — Aquela mulher vai acabar com a nossa vida.

— Já era pro Borges ter voltado. — Suspirou. — Enquanto isso... Vamos morrer?

— Sim, essa é a única opção que temos. — Encarou Ken. — Alguém importante? — Apontou ao telefone.

— A mãe da menina ligou. — Sorriu falso. — Quer falar com o Micael, se não...

— Se não?

— A coisa vai ficar pior ainda.

— Eu vou falar com ela. — Levantou-se, Ken a seguiu. — Imprevisível! — Negou com a cabeça.

— Ela quer falar com o Borges, não com você. — Foram até a recepção. — Mel, pare de se precipitar assim. Está acabando com você. — Segurou nos braços de Mel.

— Será que você pode me... Soltar? — Esquivou-se de Ken. — Você deveria falar com ela já que fez Micael ter uma síncope. — Soltou. — Você foi o culpado, Ken. Não venha dizer mentiras!

— Mentiras? Eu abri a mente do Borges, ok? — Encarou Mel com raiva. — Fui eu quem disse o que era pra ser dito, e outra, ela iria morrer de todo o jeito. Não tem como cuidar de vários parasitas ao mesmo tempo! — Cerrou os dentes.

— Você acha que ainda tem razão? — Cruzou os braços. — Espero que o Borges tire o seu cargo, de verdade.

— Ele não vai tirar o meu cargo. Ele me adora! E eu não preciso seduzir ele. — Sorriu falso.

Mel revirou os olhos.

— Eu não seduzo ninguém.

— Ah não? Pensei que seduzisse. — Assentiu, encarando o chão. — Vá em frente então, fale com a mãe da menina. Já que você quer tomar posse de tudo!

— Vá se foder, Ken. Sério! — Saiu andando, deixando Ken sozinho e com sua arrogância terrível.

Estava indo em direção ao elevador quando um homem lhe parou. Era moreno, um pouco alto, bem apresentável. Mel franziu o cenho.

— Pois não?

— Você pode me ajudar, eu acho! — Pausou. — Eu quero falar com Micael Borges.

— Ele não está. — Foi grossa. — E quem é você? O que quer com Micael?

— Sou Luke, padrinho de Sophie. — Deu as mãos, Mel assentiu. — Eu gostaria de falar, dar a palavra que a mãe dela quer... Você sabe. — Colocou as mãos no bolso da calça. — Estamos arrasados!

— Eu sei que é difícil mas você precisa saber que Sophie não teria resultados bons. Ela estava doente! E não tinha uma cura apresentável.

— Ela estava com parasitas, não é?

— Exatamente! Parasitas que se alojaram em seu corpo, dando problemas. Ela não iria sobreviver. — Pausou. — Sentimos muito por isso, e Micael tentou ao máximo, ele não teve culpa.

— Eu só queria falar com ele, de verdade!

— Ele não está! Os dias fora vão ajudá-lo a encarar a imprensa, já que sua comadre ou sei lá o que fez questão de jogar o hospital contra eles. — Debochou. Luke assentiu, cabisbaixo. — Eu sinto muito mas peço que ela pare, está acabando com a gente.

— Eu não tenho nada a ver com isso.

— Você pode conversar com ela, já que, quando ela quer conversar é apenas pra xingar a gente e dizer que os advogados vão tomar as providências.

— Eu realmente não sei o que dizer, mas vou conversar com ela. — Pausou. — Obrigado por tomar um pouco do seu tempo.

— De nada, Luke! E espero que você entregue o recado, estamos sendo compreensíveis com ela, e queremos que ela seja conosco.

Mel não gostou da visita de Luke mas cedeu, já que foi o único com quem pôde falar.

Eu tinha saído da faculdade mais cedo e... Tiramos o resto do dia pra andar de bicicleta no parque de Portland, que ficava perto do apartamento. Estava um clima adorável! Kate, Micael e eu, juntos como uma família, nem parecia que tínhamos problemas à serem resolvidos. Tudo seria mais fácil se fosse desse jeito.

— Maravilha! — Micael desceu da bicicleta, deixamos no lugar onde alugamos.

Apenas Kate estava com a sua.

— Mamãe! — Me chamou. — Eu quero tomar sorvete.

— Sorvete? Agora? Daqui a pouco a senhora vai jantar. — A peguei no colo que deitou em meu ombro, estava cansada.

— Mas eu não quero jantar, mamãe. — Fez manha. — Papai! — O chamou. — Eu quero tomar sorvete.

— Sua mãe já disse que você vai jantar, princesa. — Ia levando sua bicicleta nas mãos. — Amanhã quando você sair da escola, a gente passa na sorveteria. Pode ser? — Ela assentiu mesmo não querendo.

Fomos o caminho inteiro conversando, menos Kate que estava cochilando em meus braços. Micael a levou quando chegamos no prédio e pegamos o elevador, ela ainda dormia tranquila. Sempre tirava seu soninho da tarde.

— Você coloca ela lá? — Perguntei à Micael que assentiu, colocou Kate em sua cama, fazendo ela prolongar seu sono.

Tirei meus sapatos e me joguei no sofá, esperando por Micael que veio em seguida, ficando em cima de mim. Nos beijamos!

— Eu senti saudade, sabia? — Sorrimos.

— Que mentira! — Brinquei consigo. — Aposto que você queria que eu ficasse por lá.

— Claro que não! Eu senti saudade sim, tá? — O beijei. — Eu fui na farmácia, comprei o seu remédio... Está vendo como eu sou um ótimo marido emprestado?

— Marido emprestado? — Ri leve. — Então você foi denominado à isso agora?

— Digamos que sim. — Fez uma careta, não contive em rir. — Eu só não fiz o jantar...

— Porque você não quis. Eu já sabia disso! — Segurei meu riso. — Você está se saindo um péssimo marido emprestado, sério!

— Amor, não faz assim. — Me beijou.

— Eu vou parar, já que eu te amo muito. — Nosso beijo ia esquentando, tinha que parar. — Noticiário primeiro!

— Desde quando você assiste jornal?

— Desde que precisamos saber as notícias, não é isso? — Debochei, ligando a TV.

A chamada do noticiário fez Micael sentar-se rapidamente. Ficamos em transe após as imagens do hospital passarem.

"O hospital ainda permanece sem respostas! O juiz concluiu que se não tiver um desfecho do lado oposto, o responsável será obrigado a fechar às portas. Estamos aguardando mais notícias desse incidente".

Micael estava acabado, destruído! Me encarou sem entender, com medo. O abracei.

— Eu preciso voltar! Eu preciso! — Os olhos castanhos cheio de medo.

Foi a pior coisa que ele já escutou. Não podiam fechar o que ele tanto quis na vida. Seria cruel!

Young and the Restless - Jovens e Inquietos 2ª Temporada Where stories live. Discover now