Capítulo 81

106 8 4
                                    


19:44 PM — Portland.

Me encarava no espelho, autêntica. Arthur havia chegado e estava me dando as coordenadas para o seu teatro ridículo, querendo capturar Micael com suas chantagens.

Estava atrás de mim, em meu quarto. Havia trago um vestido de grife, extremamente decotado, onde meus seios eram massacrados pelo tecido um pouco mais justo. Meu quadril pareceu estar envolto à vácuo, estava perfeita porém para uma péssima ocasião.

— Coloque isto! — Entregou o batom na cor vermelho escarlate. — Não demore muito, princesa! Seu príncipe deve estar chegando. — Debochou após me deixar sozinha.

Eu sempre achei que veria armadilhas em filmes e séries, estava sendo ridículo ao ponto de Arthur planejar tudo isso.

Depois que me arrumei, caminhei até à cozinha, onde a mesa estava exposta. Me sentei na ponta esperando por Micael, o apartamento estava a luz de velas onde o mesmo estaria impossibilitado de ver Arthur, escondido. Duas cordas esperavam por Micael, atrás de uma cadeira, onde também bloquearia sua visão. Eu gostaria de me matar mentalmente ao invés de ver aquilo.

20:10 PM — Seattle.

Micael já estava dentro da Range Rover, na estrada com sentido à Portland. Não falou com Rayana e nenhum de seus funcionários, passou o dia fora do hospital pensando no que faria em relação aos problemas descobertos.

Algumas horas depois e havia chegado em Portland, dirigiu até o condomínio. Estacionou a Range Rover na garagem e subiu, já tinha a chave do apartamento, não precisava passar pelo porteiro, muito menos interfonar.

Escutei o barulho de chave e logo após Micael entrar, fechou a porta e caminhou até à cozinha, estranhando.

— Amor, o que aconteceu? — Tinha meio sorriso no rosto. — Está tudo bem? — Me viu sentada, em transe. Tinha que transparecer calma.

Mas era impossível!

— Por que está tudo escuro? — Foi ao lugar indicado, cheque-mate!

— Porque eu mandei. — Tomou um susto quando escutou a voz de Arthur, que deu uma chave de braço em seu pescoço. O revólver prata na cabeça de Micael me faz ter arrepios. — Senta aí e cala a boca.

— É você então, seu veadinho. — Disse com um pouco de dificuldade.

— SENTA AÍ! — Jogou Micael na cadeira, que sentou. Amarrou as mãos do mesmo.

— Isso é brincadeira, não é? — Debochou. — Você criou tudo isso pra... Me sequestrar? Isso então é um sequestro? — Riu em deboche.

— Isso é a máscara de vocês caindo. — Arthur respondeu, logo após de amarrar Micael. — Que lindo! Todos expostos ao meu ver. — Tinha maldade em seu sorriso, ordinário!

— Você vai fazer o que? Me matar? — Perguntou à Arthur que ficou irritado.

— Não sei, seria muito fácil te matar, sem ver você sofrer. — Caminhou até mim, sentou-se ao meu lado, puxando uma cadeira. — Olha só pra ela, tão quietinha e com a consciência pesada. — Alisou o revólver em meu rosto, senti o aço gelado. Me esquivei. — Se tirar o rosto vai ser pior.

— Se o problema é comigo, resolva comigo então.

— Eu já mandei você calar a boca! — Apontou o revólver para Micael, que agora, havia ficado quieto. — Analisa aqui comigo, ela ficou bonitinha, não? — Me encarou, sorrindo maléfico.

Engoli seco.

— Será que o Micael te ensinou todas as coisas mesmo? Você ainda parece tão inocente. — Desceu o revólver até meu decote, alisando o meio dos meus seios.

Senti nojo quando Arthur encostou sua boca em meu pescoço, me beijando.

— SOLTA ELA, ARTHUR! EU VOU MATAR VOCÊ SEU FILHO DA PUTA. — Micael gritou.

— CALA A BOCA! — Apontou o revólver novamente.

— O que você quer, hein? Você quer dinheiro? Eu te dou o quanto você quiser! EU NÃO TENHO MEDO DE VOCÊ.

— Sabe mesmo o que eu quero? — Foi pra perto de Micael agora. — Eu quero que você conte toda essa palhaçada à Rayana, ou melhor, eu vou contar toda essa palhaçada.

— Por que você quer tanto que a gente conte? Você está gostando dela? — Micael arqueou uma sobrancelha.

— Eu acho uma puta sacanagem isso! Você mentiu pra mim, mentiu pra ela. — Estava com sangue nos olhos. — E agora os dois estão aqui, juntinhos, como um casal nunca visto na terra.

— Vá se foder, Arthur! Fale logo o que você quer e podemos conversar sem esse monte de baboseira.

Arthur me encarou, caminhando até mim.

— Vem cá. Levanta! — Ordenou. — EU MANDEI VOCÊ LEVANTAR!

Assim fiz, me levantei sem pressa, andei até onde o mesmo estava, perto de Micael. Respirei fundo. Estava sendo humilhante estar ali, daquele jeito.

— Você gosta de pegar o marido dos outros, não é? — Arthur levou o revólver até sua pélvis, ainda vestida, apontando para mim. — Me chupa, sua vadia! Eu quero ver se você chupar um homem de verdade.

Micael iria intervir mas Arthur deu um tiro ao seu lado, nos assustando.

— EU MANDEI FICAR QUIETO! — Gritou, mais uma vez. — Se você abrir a boca mais uma vez, eu atiro na boca dela. — Avisou.

Rendi minhas mãos, me ajoelhando. Fiquei frente à frente com o revólver prata, pesado e de uma ótima qualidade. Arthur segurou por trás da minha cabeça, me fazendo chupar o objeto com o cano um pouco mais grosso. Senti o gosto metálico em minha boca, queria vomitar.

— Respira pelo nariz, respira. — Ia e voltava com a minha cabeça. — Está vendo, Micael? Ela já chupou outra pessoa, o pau de alguém já esteve aqui, nessa boquinha. — Debochou. — Olha como ela chupa gostoso, assim eu gozo! — Riu maléfico.

Micael se retorceu na cadeira, grunhindo. Arthur o encarou.

— Já sabe, não é? Se você falar, eu atiro na boca dela. — Avisou mais uma vez, Micael ficou quieto.

Soltei o revólver enquanto cuspia, Arthur ria, babaca de merda!

Ele me encarou, observando cada parte do meu corpo. Senti nojo!

— Eu quero fazer um filho em você também. Já que Micael pôde, por que eu não posso? — Tocou meu rosto, logo após, rasgando o vestido que eu estava usando.

Tentei gritar mas foi impossível, em questão de segundos eu estava exposta, semi-nua e presa diante a mesa de madeira da cozinha. Arthur abriu minhas pernas enquanto segurava minhas mãos. Eu gritei, desesperada!

Escutei o zíper de sua calça ser aberto, e seu corpo sendo inclinado sobre mim.

— FILHO DA PUTA, EU VOU MATAR VOCÊ! — Micael gritou, com todo ódio estampado.

Não sei como conseguiu sair dali, mas voou em cima de Arthur, que caiu no chão. O monte de briga iniciou-se com Micael em cima de si, o batendo centenas de vezes.

— SEU FILHO DE UMA BOA PUTA! — Socou-lhe o rosto. — EU VOU MATAR VOCÊ... EU VOU MATAR VOCÊ! EU QUERO VER VOCÊ... NO INFERNO. — Estrangulou Arthur que ia ficando roxo aos poucos, tentou impedir Micael que enforcava com mais força.

— MICAEL, VOCÊ VAI MATAR ELE! — Gritei, desesperada. — MICAEL! MICAEL!

As mãos de Micael tremiam, e Arthur, foi perdendo a força aos poucos, foi chegando próximo até perder totalmente a consciência. Seu corpo estava roxo quando Micael o soltou, desesperado e ofegante.

Comecei a gritar, desesperada. Me encolhi chorando mais ainda. Arthur estava morto, na cozinha da minha casa e não tínhamos pensamentos pro que fazer. Micael havia o matado!

— A gente tem vinte e quatro horas pra tirar esse corpo daqui, entendeu? — Micael me encarou, com sangue nos olhos agora.

Era uma corrida contra o tempo.

Young and the Restless - Jovens e Inquietos 2ª Temporada Where stories live. Discover now