Na companhia de um futuro Rei

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 - Bella – ele levou o dedo à boca apoiando o cotovelo na poltrona – Este realmente é seu nome?

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 - Bella – ele levou o dedo à boca apoiando o cotovelo na poltrona – Este realmente é seu nome?

- Como assim? - pensei comigo, por que eu mentiria?

- Não é um apelido? Uma versão mais curta do seu nome? Talvez Isabela – explicou.

- Não. É apenas Bella.

- Ninguém nunca lhe fez essa pergunta? - seus olhos duvidosos me olhavam.

- Não, geralmente as pessoas dizem algo como 'que nome bonito' – sorri como se mostrasse que ele deveria ter feito o mesmo.

- Que nome bonito - ele me olhou intensamente me desprendendo da minha alma. 

- Obrigada - baixei a cabeça para não lhe deixar perceber meu embaraço.

- Mas ainda assim, vocês não conviviam com muitas pessoas na Alemanha? - insistiu.

- No castelo, ao menos na maior parte do tempo, ficávamos na companhia dos criados e dos professores. Às vezes alguns Duques vinham visitar, outras vezes seus herdeiros passavam um tempo conosco. Nas épocas festivas era quando a aristocracia costumava se estabelecer por um período maior de tempo. Mas se você questiona isso ainda por causa do meu nome, sinto em lhe informar que para eles isso nunca foi um problema.

- Para mim também não é problema algum – ele passou a mão na parte da frente de seu casaco olhando para o tecido que lhe aquecia - Apenas devaneei sobre o significado, talvez as repercussões que um nome como este poderia lhe trazer. Deve ter uma história por trás.

Olhei para ele com um sorriso em meu rosto, por que ele estava tão pensativo?

- E a quais pressupostos você chegou? - indaguei.

- Sua beleza? - ele não levantou a cabeça, mas seus olhos encontraram com os meus, pareciam envergonhados. 

- Você me acha bonita? - surpreendi-me com sua indagação, mas logo corei ao perceber o que eu lhe perguntara. 

Vi seu rosto enrubescer, mas podia ser apenas meu ponto de vista distorcido, estava escuro demais para assegurar suas reações.

- Sim - confessou - Você tem algo de misterioso que te torna única. Talvez seja isso que prenda minha atenção, sua beleza não é fácil de compreender. Sua pele, seu cabelo, a cor dos seus olhos... São cores comuns para mim, mas ainda assim é uma composição que soa como o início do amanhecer, quando há neblina e frio, e um vazio no peito indescritível, mas ainda assim uma nostalgia que me faz sentir completo, como se a vida fosse mais do que estar na terra.

Eu conhecia aquela sensação. Eram os momentos mais tristes que alguém poderia vivenciar durante a dor, trazia a lembrança das feridas, mas o sofrimento fazia o passado parecer mais real, palpável, quase como se fosse possível o concertar. Era isso que minha aparência lhe trazia? Não podia ser, quem gostaria de uma lembrança dessas a não ser eu? 

Vossa AltezaWhere stories live. Discover now