"E se o amor me destruir?"
O jovem Príncipe Herdeiro do Reino Unido, Vossa Alteza Real Theodore, aprendeu, desde muito cedo, que seu dever e coração devem estar com a nação. Tudo em sua vida está encaminhado: ele é o segundo mais importante de seu p...
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Estava subindo as escadas para o quarto da Amélia. Os corredores estavam vazios, as chamas das velas tremiam porque, mesmo com as janelas fechadas, o vento ainda conseguia entrar, fazendo barulhos assustadores.
- O mundo está acabando do lado de fora – disse assim que abri a porta do quarto de Amélia.
Ao fechar a porta, virei-me, deparando-me com a mesa cheia de comidas para o almoço e, estranhamento, Albert sentado na cama enquanto Amélia se arrumava em frente a estante.
- Oh! – levantei a mão aos lábios, surpresa – Perdão! – pedi – Vossa Alteza Real – o reverenciei.
Ele sorriu, sem jeito.
- Não precisa ser tão formal – me tranquilizou.
Olhei para o lado e lá estava Theodore, me encarando com cautela.
- Vossa Alteza Real – fiz o mesmo que havia feito para seu irmão, quase tocando meus joelhos no chão, mas diferente do mais novo, Theodore apenas assentiu com a cabeça.
- Vocês têm certeza de que não querem se juntar a nós? – Amélia se levantou, indo até a mesa.
- Vamos almoçar com nossos pais – Theodore respondeu rapidamente – Só queríamos mesmo dar 'oi'.
- É, mas eu posso passar aqui mais tarde – Albert passou a mão ao redor da cintura da Amélia, pousando um beijo em seu rosto.
- Isso é bem inapropriado – Theodore apontou a falta de formalidade do irmão.
- Vamos nos casar – Amélia o encarou com provocação – O que você espera de nós?
- Ainda não são casados, Albert deve ser mais formal, lhe respeitando – Theodore falou para o irmão mais novo que logo soltou Amélia.
Eu apenas observava.
- Você tem que parar de ser tão certinho – Albert se aproximou do irmão mais velho, mas não parecia muito contente por ter sido repreendido.
- São as regras, não fui eu quem as criei – ele deu de ombros.
- Mas é você quem nos faz as seguir – Albert rebateu.
- É meu dever – Theodore o lembrou, o encarando friamente.
- O que você acha disso, Bella? – Albert me encarou, claramente desafiando seu irmão, pois ele sabia que, de alguma forma, eu estava envolvida com ele.
- Não tenho uma opinião formada – tentei fugir.
- Não minta, por favor – Amélia pediu.
- É Bella, diga a verdade – Albert reforçou, ansioso. Seus olhos brilhavam com o possível desfecho catastrófico.
Theodore baixou a cabeça, não me encarando.
- Acho que, desde que não seja publicamente, vocês podem se tocar de certas formas – relutei, mas respondi o que pensava – Desde que não ultrapassem os limites. Mas minha opinião não importa, não é isso que a igreja diz.
