Vossa Alteza

Seja gentil

Ao chegarmos no castelo soubemos que a Rainha estava procurando por mim, mas Theodore me puxou para os corredores secretos, e então sumimos de todos.

- É uma péssima ideia deixar sua mãe me esperando, ela é a Rainha – bati em seu ombro enquanto ele me guiava em meio à escuridão.

- Eu já havia avisado meus pais que a queria apenas para mim hoje, eles terão que lidar com as próprias frustrações como eu tenho lidado todos estes dias que fiquei longe de você – ignorou.

- Teremos muito tempo juntos ainda, amor – puxei meu braço, tentando parar.

- Não, Bella – ele me olhou, impacientemente – Por favor, vamos ficar só um pouco juntos – implorou.

- Mas e se sua mãe descobrir o que estamos fazendo?

- Ela provavelmente ficaria feliz em saber que estamos felizes – deu de ombros.

- Ou muito irada por saber que estamos em um quarto sozinhos – rebati.

- Tudo bem – cedeu – Lhe deixarei ir, se é isso o que quer.

Parei, pensativa.

Não era o que eu queria. Eu queria ficar com ele.

- Você tem certeza de que é isso que queres? – perguntou pela última vez.

- Não – neguei – Quero ficar com você – cedi, me aproximando dos seus braços.

- Então venha! – ele voltou a me puxar em direção a um dos vários quartos seguros.

A escuridão ainda era a mesma que eu me lembrava do dia em que o castelo foi invadido. O piso úmido, as paredes apertadas de pedras, o frio que corria por aquele local. A tristeza me invadiu ao lembrar de Theodore sangrando, de lembrar que ele disse que me amava e eu apenas agradeci, quebrando seu coração e fazendo ele se afastar, indo para a batalha sem saber do que eu sentia.

- Theodore – parei de andar.

- Sim? – me olhou, preocupado – Você se machucou? – olhou para meus pés, em busca de algum ferimento.

- Não – neguei – Apenas quero dizer que, não importa o que acontecer, eu sempre te amarei.

- Por que está me dizendo isso? – estranhou.

- Porque um dia você disse que me amava, e eu não respondi adequadamente.

- Isso faz muito tempo, Bella. Você já provou me amar, e eu já lhe perdoei – ele abriu a porta do quarto e deixou que eu passasse em sua frente.

Tirei meu salto logo na entrada, sentindo o tapete quente no chão, de pelos, aquecendo-me do frio que antes eu sentia.

Vi Theodore fechar a porta e começar a tirar a parte de cima de seu uniforme, jogando-o sobre um sofá.

- Quanto tempo temos antes que alguém sinta nossa falta? – questionei, caminhando até a cama e me sentando.

- Ninguém procurará por nós, eu lhe garanto – ele se ajoelhou em minha frente.

- Como podes dizer isso?

- Eu já cuidei de tudo – sorriu.

Assenti, aceitando acreditar em sua palavra.

- Bella, estou tão apaixonado por você, é inacreditável como me faz sentir. Nunca, em toda a minha vida, pensei que passaria por algo assim. Descobri que a realidade supera meus sonhos e expectativas. Não quero mais te deixar. A cada dia, desejo você ainda mais. Como isso é possível? – ele aguardava uma resposta sincera, como se eu soubesse o que dizer.