Ele não está aqui

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Entrei no meu quarto e pedi para Eleanor buscar uma garrafa de vinho para mim

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Entrei no meu quarto e pedi para Eleanor buscar uma garrafa de vinho para mim. Todos logo saberiam que eu estava perdendo a cabeça com um pedido dessa magnitude. Queria esquecer tudo o que havia acontecido, mas não havia remédio para meus problemas. Preferia cair em um abismo a passar a noite inteira pensando nisso.

Eleanor fez o que eu pedi e me deixou sozinha no quarto. Virei a primeira taça contragosto. Odiava o gosto amargo da bebida. A segunda taça foi mais fácil, na terceira já não lembrava meu nome. O céu, do outro lado da janela, começou a parecer mais bonito que antes. Tudo parecia ter graça. Pensar em Theodore não me machucava, parecia tudo pequeno demais.

Acordei com a luz do sol invadindo o quarto. Eleanor puxava as cortinas, rudemente.

- Me deixe dormir mais um pouco – pedi, virando-me na cama.

Quando eu havia pegado no sono? Esse era o lado bom da bebida, e o lado ruim também, eu não me lembrava de nada.

- Não posso, senhorita – ela veio até a cama, puxando meus cobertores – Preciso lhe arrumar para tomar café com as princesas. Em seguida haverá o ensaio para o casamento.

- Diga que estou doente – coloquei o travesseiro macio em minha cabeça, tampando os raios solares – Não me sinto bem.

- Deve ser porque tomou uma garrafa de vinho sozinha – ela pareceu falar com desdém – Isso não é coisa que uma futura Rainha faça. Theodore ficará muito decepcionado quando descobrir isso.

- Não me importo – sentei-me – Que ele pense o que quiser, que diferença faz? – dei de ombros.

- Aconteceu algo entre vocês? – seu olhar preocupado me fitou.

Respirei fundo, não contaria meus problemas para Eleanor, por mais que confiasse nela.

- Não, está tudo bem – levantei-me e fui para o banheiro, onde a banheira com água quente me esperava.

Tomei banho enquanto Eleanor lavava meus longos cabelos. O cheiro de rosas invadia o ambiente, a temperatura agradável da água me fazia relaxar, e os toques delicados de Eleanor em meu cabelo me embalavam no sono.

- Qual vestido a senhorita quer usar hoje? – Eleanor pôs três opções sobre a cama.

Um deles era vermelho, e isso me fez lembrar de Victória no quarto de Theodore, falando coisas que mudariam minha vida para sempre. Que culpa ela tinha? Ela era uma vítima. Theodore era uma vítima. Eles poderiam ter acabado juntos se não fossem por seus pais, pelas regras idiotas que seguíamos cegamente.

O outro era branco. Poderia ser um sinal de paz. Essa cor sempre me fizera ficar ainda mais bonita, e eu queria que Theodore me olhasse como nunca me olhou antes, que tivesse certeza do que havia perdido. Mas em breve eu me casaria, e meu vestido já seria branco. Usar essa cor duas vezes na semana, sendo um deles o evento mais importante do Reino, parecia ser demais.

Vossa AltezaWhere stories live. Discover now