Uma guerra interna

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História contada do ponto de vista do Theodore:

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História contada do ponto de vista do Theodore:

A madrugada era uma longa tormenta em minha vida. O silêncio do castelo contrastava com meu coração pesado, e o desespero em minha mente. Sentia-me prestes a ruir, cair no chão como um soldado morto em combate. Algo feroz havia acontecido, e do dia para a noite eu havia perdido tudo.

Não havia ninguém na terra que eu odiasse mais do que eu. Isso era justo, como Bella havia apontado, eu estava pagando pelos meus erros, uma longa lista de escolhas imprudentes me traziam agora a uma colheita infelizes, cheia de dor.

Não era justo com Bella, não era justo com meu filho, que há poucas horas nem sabia existir.

Sentado na beirada da cama, afundei meu rosto em minhas mãos, respirando superficialmente, cada vez sentindo meu corpo morrer mais.

Queria saber o que Bella estava pensando, o que esperava de mim, mas já tinha certeza de que, neste momento, no meio de toda essa loucura, ela queria partir. Eu não queria a perder, mas a obrigar a se casar comigo parecia mais uma atitude errada, egoísta e injusta. Eu sabia que ela havia tido uma vida difícil longe de sua família, em uma casa que não pertencia a ela, vendo seu pai lutar na guerra sem poder fazer nada. Eu queria ser seu porto seguro, fazer os seus dias brilharem desde o momento que me conheceu, limpar todas as suas lágrimas, lhe salvar do que quer que fosse perigoso, mas agora me deparava com a verdade: eu era a pior coisa que havia acontecido em sua vida.

Queria controlar minhas lágrimas, mas meus olhos ardiam, e isso se tornou impossível. Minhas mãos molhadas continuavam presas em minha face, enquanto gotas de água pingavam em minhas pernas.

O que mais doía era Bella não acreditar em meu amor, dizer que preferia nunca ter me conhecido, que se arrependia do dia em que se entregou a mim e que eu não era confiável. Um erro meu e tudo acabou. Todo o esforço, toda a luta que fiz para tê-la, não significavam nada. Eu podia lhe comprar as melhores joias, os vestidos mais bonitos e caros, lhe dar os palácios mais magníficos do país, mas nada, absolutamente nada disso a traria de volta para mim. Eu podia explicar tudo, confessar o quanto eu a amava, mas ela não acreditaria em nada disso.

Eu não via uma solução para minha vida neste momento, tudo havia sido destruído pelo fogo, consumido pelos pecados que eu cometera.

Suspirei, exausto e desesperado. Joguei meu corpo na cama e fixei o olhar no teto, que parecia turvo aos meus olhos. Desejava estar no quarto dela, como costumávamos fazer meses antes. Por que não me esforcei mais durante esses últimos meses? Meu pai me sobrecarregou com tarefas, como se realmente quisesse nos separar. Mas por quê? Ele sabia que nos casaríamos com ou sem sua bênção. Ele sabia que eu faria qualquer coisa por ela. Passei horas e mais horas, dias e mais dias, em conversas diplomáticas com Duques de outros países, enviando cartas para Reis, convidando-os para nosso casamento e fechando negócios que deveriam ter sido tratados por meu pai. Dias dedicados ao treinamento de combate, enfrentando meu irmão e meus professores, preparando-me para o que estava por vir. Dias distante dela, um período que parecia infinito, agoniante como a morte que se aproxima lentamente no meio da noite.

Vossa AltezaWhere stories live. Discover now