Nascimento do primeiro filho

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A dor me dilacerava

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A dor me dilacerava. Eu não via mais nada além da sua preciosa face. Era tudo o que eu precisava, ele fazia o mundo se calar. Mas eu gritava.

- Você vai conseguir, Bella. Vai ficar tudo bem – ele apertava minha mão enquanto eu gritava em agonia.

Eu tinha plena certeza de que iria morrer.

- Olhe para mim – pediu – Você é mais forte do que pensa. Isso está quase acabando.

Tinha que estar, já fazia horas que eu estava naquele martírio.

- Não dá – parei de me esforçar, tentando recuperar o fôlego – Não aguento mais!

Eleanor se aproximou, trazia mais toalhas e água quente limpa para a parteira real. Ao fundo escutava o bispo rezar, junto das minhas damas de companhia. Eu queria que ele calasse a boca!

- Eu não posso imaginar como isso está sendo difícil para você, meu amor – Theodore, que até então estava ajoelhado ao meu lado, se sentou na cama, pegando minha cabeça e colocando em seu colo – Mas não desista agora, estamos tão perto de conhecer nosso filho.

Amélia se aproximou, secando minha testa.

- Vamos, Bella – pediu – Faça força. Só assim esse bebê virá ao mundo – ela tinha razão.

Me preparei mais uma vez; podia ver as estrelas em meus olhos. Eu desejava que aquilo terminasse e que as lágrimas em meus olhos cessassem. Já tinha suportado tanto até aqui, toda essa história, desde o começo...

Theodore sorriu para mim, beijando meus lábios em seguida.

- Eu preciso de você, não deixarei que nada lhe ocorra – prometeu assim que seus lábios se separaram dos meus.

Ele nem mesmo devia estar aqui. Não podia imaginar como ele havia insistido para entrar. Ele estava ansioso, tendo pesadelos com este dia, com medo de que algo me acontecesse como já viu em outras situações. Mas agora me passava calma, me acolhia, me protegia.

- Não posso lhe dar nada para a dor, Vossa Majestade – o médico informou como se eu tivesse lhe pedido, mas não havia – Mas eu posso lhe garantir, com toda a certeza, de que, após o nascimento do bebê, essa dor insuportável vai embora. Por isso, faça mais força!

Todos os músculos do meu corpo ficaram rígidos enquanto eu gritava para aquele bebê sair de dentro de mim. A dor era muito pior do que eu pensava antes. A parte racional minha desaparecia, e eu queria morrer, apenas para não ter mais que passar por aquilo.

Minha carne era cortada ao meio, essa era a pior sensação, eu estava sendo dilacerada.

Quanto tempo havia se passado?

Eu já não tinha noção do que acontecia.

- O bebê está vindo – a parteira informou com alegria – Apenas aguente mais um pouco.

Vossa AltezaWhere stories live. Discover now