Permita-me vê-la

983 94 78
                                    

Conforme os meses foram se passando, meus encontros com a Rainha se tornaram algo natural e cotidiano

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Conforme os meses foram se passando, meus encontros com a Rainha se tornaram algo natural e cotidiano. Ela fez uma extensa lista de convidados, vinham de todos os cantos do país e dos Reinos vizinhos. O nome dos meus pais e irmãos estava lá, e eles já haviam confirmado a presença no grande dia. Chegariam, porém, um dia antes da ocasião, pois meu pai estava servindo na guerra com todo seu exército, e não podia largar o país a própria sorte.

Eu tocava em tantos tecidos que já não conseguia notar a diferença de cada um. Todos brancos, a Rainha queria que fosse assim, seguindo o padrão que usou no seu próprio casamento. Dizia, porém, que eu era muito diferente dela, que tinha um olhar mais doce e um rosto mais meigo, parecia me ver como uma filha que nunca teve. A Rainha era gentil, acolhedora e amável, cuidando de mim com grande dedicação. Ela estava verdadeiramente empenhada em tornar aquele dia magnífico para os convidados. Sim, para os convidados. Parecia ser isso o que mais importava para ela.

Uma cerimônia grandiosa não era o que eu desejava. Eu queria algo pequeno e íntimo, mas Theodore já havia deixado claro que isso seria impossível, especialmente quando se casa com um futuro Rei. Ele e seus pais consideravam importante transformar nosso casamento em um evento político e diplomático, alegando que as pessoas poderiam se ofender se fizéssemos algo mais simples, de acordo com meus desejos. A verdade é que eu o via cada vez menos. Theodore passava a maior parte do tempo ao lado de seu pai, planejando táticas para a guerra que agora também travavam contra a Áustria. Na outra metade do tempo, ele estava ocupado com treinamentos de combate ao lado de seu irmão e professores, além de receber as pessoas mais importantes que começavam a chegar na corte para se instalarem para o grande dia. A casa estava repleta de convidados. Talvez ele estivesse me evitando por razões que eu não conseguia compreender completamente.

Voltei para meu quarto no final de um dos longos dias que passávamos juntas, planejando cada detalhe do casório: como o vestido seria, que flores eu carregaria, qual coroa iria utilizar, como a igreja estaria enfeitada, onde cada convidado se sentaria no jantar, o que seria servido, quais seriam as bebidas, as músicas tocadas, a dança principal... Eram muitas decisões que me confundiam, por sorte eu a tinha para me guiar, que entendia de tudo. Eu basicamente concordava com o que ela escolhia.

Joguei meu corpo na cama, sentindo meus olhos pesarem.

- Bella? – Theodore soou da porta.

Sentei-me, perplexa em o ver depois de quase uma semana longe dele. Eu o procurava, mas ele sempre estava ocupado para mim.

- Vossa Alteza Real – levantei-me e o reverenciei.

Ele terminou de abrir a porta, adentrou no quarto e então a fechou atrás de si.

- Você sabe que isso já não é necessário.

- Ainda não somos casados, você é superior a mim e eu lhe devo respeito – rebati.

- Certo – ele assentiu com uma expressão séria.

Ficamos em silêncio, ele não havia se movido desde sua chegada, mantendo uma grande distância de mim.

Vossa AltezaOnde histórias criam vida. Descubra agora