"E se o amor me destruir?"
O jovem Príncipe Herdeiro do Reino Unido, Vossa Alteza Real Theodore, aprendeu, desde muito cedo, que seu dever e coração devem estar com a nação. Tudo em sua vida está encaminhado: ele é o segundo mais importante de seu p...
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Eu amava as flores tão coloridas que parecia nascer apenas aqui. O vento tão fresco combinava com o sol da primavera, não muito quente, perfeito para aquecer a pele, mas não queimar. O barulho dos pássaros me acalmava e fazia-me sentir que nada mais importava, que tudo estava bem, e que as coisas se encaixariam no futuro, fazendo disso apenas mais um momento de muitos. As árvores farfalhavam, brincando com o ar, decorando ainda mais a graciosidade de Londres.
Eu estava no jardim porque Amélia queria desenhar. Podia a ver sentada na grama com seu caderno e um lápis de ponta grossa. Eu gostava de desenhar também, mas hoje estava cansada, o sono me fazia ficar lenta. Eu não havia dormido muito bem, preocupada sempre com Theodore e sua recuperação. Ontem havia dormido em sua presença, mas hoje precisaria me afastar porque ele voltaria para seu quarto, e eu não podia ser vista lá.
- Hey – escutei sua profunda voz soar ao meu lado, assustando-me por não o esperar.
Olhei para meu lado e vi Theodore bem-posicionado, olhando para frente. Seus olhos azuis refletiam a paisagem que antes eu admirava.
- Você me assustou – disse, mas não me sentia irritada, pelo contrário, estava feliz em o ver.
- Perdão senhorita – ele me olhou, sorrindo – Não era minha intenção.
- Pode me chamar de Bella – brinquei.
- Então pode me chamar apenas de Theodore – ele mordeu os lábios inferiores contendo seu lindo sorriso.
- O que o traz aqui tão cedo? Pensei que estarias na companhia de seu pai, cuidando das questões da guerra...
- Não, estava resolvendo outros problemas – cortou-me suavemente.
Amélia me olhou com os olhos semicerrados. Eu ainda não havia lhe contado sobre o pedido de casamento de Theodore. Na verdade, não havia compartilhado muitas coisas com ela e não tinha certeza se ela sabia sobre meu relacionamento com ele, ou mesmo o quão sério isso estava.
- Ela já sabe? – ele se aproximou de mim, falando mais baixo.
- Não – neguei.
- Talvez meu irmão tenha comentado algo – supôs.
- O que o seu irmão sabe sobre nós? – o encarei, surpresa.
- Ele sabe que eu gosto de você – admitiu – Vou lhe contar sobre o nosso casamento hoje, no almoço.
- Isso não parece muito prudente, talvez seja melhor conversar primeiro com seus pais – voltei a olhar a natureza. Não queria que as pessoas ao redor, que neste momento nos observavam, pensassem o pior.
- É sobre isso que vim falar – respirou fundo e então deixou o ar de seus pulmões sair, em um suspiro que parecia pesado demais.
Coloquei as mãos em minha barriga, o frio me dominou, já esperava pelo pior, o Rei não gostava de mim, certamente diria não ao pedido de casamento de seu filho.