"E se o amor me destruir?"
O jovem Príncipe Herdeiro do Reino Unido, Vossa Alteza Real Theodore, aprendeu, desde muito cedo, que seu dever e coração devem estar com a nação. Tudo em sua vida está encaminhado: ele é o segundo mais importante de seu p...
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Capítulo contado do ponto de vista do Theodore:
Abri os olhos com dificuldade, como se o sono me puxasse da mais profunda parte do meu ser. Eles estavam pesados e embaçados, dificultando que eu tivesse uma noção clara do que estava acontecendo. Novamente eles se fecharam, e a escuridão me dominou. Sentia-me afogar em memórias conturbadas, misturando-se com a irrealidade.
Outra vez eles se abriram, dessa vez com uma visão mais nítida, me permitindo ver um brilho dourado, provavelmente das luzes das velas ao meu redor. Era como se eu estivesse morto, em meu próprio funeral. Sentia a cera queimar, o cheiro se misturando com as de ervas medicinais e ao mesmo tempo um frescor gelado, que apenas podia indicar que eu estava mesmo na ala hospitalar, pois ainda me lembrava perfeitamente das sensações sentidas quando estivera aqui da última vez.
- Ele está acordando – soou a voz de Albert ao meu lado, e logo vi seu rosto em minha frente, me olhando com um certo ânimo – Chamem os médicos! – ordenou a alguém, mas eu não conseguia olhar mais longe que isso.
- Bella – sussurrei com dificuldade.
Apesar de não conseguir pensar direito, me lembrava dela em meus braços, com a pele pálida e os lábios roxos, sem respirar.
Minha pequena e indefesa Bella, tão machucada por Victória.
- Ela está bem – Albert me consolou – Está no quarto ao lado. Ainda não acordou, mas seus sinais vitais estão perfeitos, apenas repousa em um sono profundo. Os médicos disseram que em breve ela acordará – era muita informação que ele me passava, mas saber de tudo isso me fazia descansar, dando-me uma sensação de segurança nunca sentida antes, como se as coisas começassem a fazer mais sentido.
Olhei ao redor, vendo as paredes grossas de pedras e a janela fechada, mas com as cortinas abertas, permitindo que a claridade do dia adentrasse o ambiente.
Tentei respirar fundo, mas senti uma pontada em meu peito, que logo irradiou para minha barriga e me fez desistir.
- O que aconteceu? – pedi mais informações.
- Victória tentou lhe sedar – Albert falava, mas olhava ansiosamente para a porta – Fez o mesmo com Bella – suspirou e então me olhou – Mas com ambições diferentes para cada um.
- Quais eram suas ambições com Bella? – franzi o cenho, isso era o que mais me importava.
- Fazer o mesmo que fez com o papai.
- Então foi ela quem matou nosso pai? – eu não conseguia compreender por que ela poderia querer fazer algo assim. Victoria, apesar de tudo, tinha uma boa vida como Duquesa. Por que colocar tudo a perder?
Mas então todas as peças desse quebra-cabeça confuso começaram a se encaixar. Victoria havia deixado a corte por causa do meu pai. Foi ele quem me impediu de descobrir sobre sua gravidez, e ele foi o responsável por nos separar.
