Um quarto e um príncipe

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Abri os olhos lentamente, meu corpo inteiro gritava por mais alguns minutos na cama

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Abri os olhos lentamente, meu corpo inteiro gritava por mais alguns minutos na cama. Até eu me dar conta de onde estava.

- Deus! – assustei-me, sentando-me na cama imediatamente.

Olhei para o sofá, Theodore já estava vestido, sentado em uma posição de poder, um dedo nos lábios enquanto me olhava fixamente com superioridade.

- Eu não devia estar aqui – disse a ele – Preciso ir embora.

Ele assentiu.

- Não se preocupe, ainda é muito cedo, farei com que chegues em seu quarto em segurança – prometeu calmamente.

- Como podes me dizer isso? – levantei-me, irritada – Vossa Alteza jamais deveria ter me convidado para seus aposentos! – acusei.

Ele se levantou também, respirando profundamente enquanto guarda as mãos nos bolsos da calça.

- Nada aconteceu entre nós Bella – sua voz era tão suave – Não é um grande problema, apenas meus guardas te viram aqui, e eles sabem o que os aconteceria se dissessem uma palavra se quer.

- Você parece acostumado com isso – franzi meu cenho – Costuma outras mulheres dormirem aqui? – olhei ao redor.

- E se a resposta for sim? – levantou as sobrancelhas e vi os cantos dos seus lábios se levantarem.

- Eu deveria lhe apontar o quão pecaminoso isso é, e que grande desgraça pode cair sobre seu reino se você não seguir as leis de Deus – empinei meu nariz, tentava ser indiferente a ele, mas era difícil, ele era, de fato, o homem mais lindo que eu já havia visto, e para piorar tinha grande poder, o que chamava ainda mais a atenção de qualquer pessoa.

- Obrigado pelo aviso senhorita – suspirou como se estivesse farto – Vamos – ele caminhou até a penteadeira onde meu vestido repousava – Preciso te ajudar?

- É claro – respondi com desdém – Não tenho condições de me vestir sozinha, esses vestidos vestem pela parte das costas – bufei.

- Tenho que confessar que sua presença é um tanto quanto estressante – ele bateu no tecido com força para o desamassar. Era interessante o ver me servir, alguém que devia ser servido e reverenciado por todos.

- Tentarei me manter distante – me aproximei dele, tirando a roupa que cobria meu corpo, virando-me de costas para que ele pudesse me ajudar.

O ar da sua respiração batia em meu pescoço, sentia meu corpo tremer em nervosismo. Nenhum homem jamais havia me visto apenas com as roupas debaixo, era algo íntimo demais. Se soubessem disso, eu seria motivo de escândalo, de vergonha para mim mesma e minha família, por mais que ele fosse o futuro rei do Reino Unido.

Para minha sorte ele foi justo e respeitador, não parecia querer tirar vantagem da minha fragilidade e necessidade.

Quando terminei de me vestir completamente ele passou a minha frente.

- Parece tudo certo – me olhou dos pés a cabeça – Você está tão bonita quanto estava na noite passada.

- O que direi as criadas que cuidam do meu quarto? – olhei em seus olhos azuis, perdendo-me por um segundo.

O que importava o que elas fossem pensar? Não podiam provar nada.

Algo em mim dizia que eu devia aproveitar um pouco mais a presença dele, porque isso nunca mais aconteceria.

- Eu mesmo falarei com elas, não se preocupe – seus olhos encontraram os meus – Não há lugar mais seguro para você do que ao meu lado. Minha palavra pode te proteger de qualquer coisa – havia uma intensidade avassaladora em suas palavras.

- Você não me deve nada Vossa Alteza, por que faria algo por mim?

- Você é como uma irmã para a noiva do meu irmão, o que, de certa forma, quase te torna da minha família – desviou os olhos dos meus – Além do mais, é uma Dama, é ingênua demais para se cuidar e seu pai não está por perto, me sinto na obrigação de fazer o que estiver ao meu alcance para te manter segura.

Concordei.

- Obrigada – forcei um sorriso, ele fazia mais por mim do que eu poderia agradecer.

- Se alguém te encontrar nos corredores, diga que não estava conseguindo dormir, que está com saudades de casa e por isso decidiu caminhar. Ninguém fará mais perguntas – aconselhou – Todos odeiam ver uma Lady chorar.

- Tudo bem – assenti.

Ele caminhou até a porta do quarto e, segurando na maçaneta, me encarou enquanto mordia os lábios inferiores. Seu rosto estava tenso.

- O que foi? – minha respiração paralisou.

- Nada – balançou a cabeça como se tentasse afastar os pensamentos.

- Bom... – um silêncio estranho cresceu entre nós conforme ele me olhava, mas nada dizia – Eu preciso mesmo ir Vossa Alteza.

- Theodore – pronunciou.

- O quê?

- Pode me chamar de Theodore quando estivermos sozinhos – ele falava sério.

Sorri genuinamente.

- Não deveria ser um privilégio para poucas pessoas? – segurei uma mão na outra, com força.

- Sim.

- Obrigada por me permitir lhe chamar assim, Vossa Alteza – flexionei meus joelhos e joguei meu tronco para frente, o reverenciando como sempre devíamos fazer em sua presença.

- Agora vá – ele abriu a porta – E lembre-se do que eu disse – ordenou.

- Sim senhor – passei por ele e finalmente deixei seu quarto para trás, sem olhar.

Vossa AltezaDonde viven las historias. Descúbrelo ahora