O sol do amanhecer

685 82 24
                                    

Abri os olhos e Theodore não estava lá

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Abri os olhos e Theodore não estava lá. Levantei-me assustada com a possibilidade de algo ter lhe acontecido, então vi que já era dia, o sol adentrava gentilmente pelas frestas abertas da cortina. Joguei o cobertor para o lado e virei-me na cama, sentindo o frio tomar conta do meu corpo em poucos segundos.

- Bom dia!

Olhei para o lado vendo o semblante feliz da minha mão junto de Eleanor.

- Hoje é, finalmente, o grande dia! – ela tinha um grande sorriso de satisfação no rosto.

De fato eu não sabia o quão importante era para minha mãe eu me casar com Theodore, um futuro Rei, melhor do que qualquer pretendente que ela poderia escolher. Era importante se casar com alguém de poder, ainda melhor quando esse alguém era superior na hierarquia que você, te elevando de status. Sabia que ela pensava em tudo isso e que estava fascinada.

- Onde está Theodore? – indaguei sonolenta, mas angustiada.

- Ele passou a noite cuidando de alguns assuntos com os pais. Parece que o castelo foi invadido na noite anterior, mas tudo ficou bem. Ninguém se feriu.

Ninguém? Ela não sabia que eu havia matado dois homens? Claro, Theodore daria um jeito de esconder isso, e eu agradecia, porque queria que aquele segredo fosse para o túmulo comigo, que ninguém me visse pelos corredores como um perigo.

- Fiquei muito infeliz em saber que você pretendia dormir no quarto dele sem ter a benção do casamento – ela estendeu a mão para que eu levantasse – Mas vejo que Theodore foi mais perspicaz do que eu poderia imaginar, fez o favor de não retornar aos seus aposentos, te deixando descansar sozinha.

- Sim – assenti – Esse era o combinado – menti – Ele queria que eu ficasse para ter certeza da minha segurança.

- Então você sabia sobre a invasão? – ela levantou as sobrancelhas, surpresa.

- Sim.

Vi meu vestido de noiva no canto do quarto. Branco, de mangas longas, rodado, com flores por toda sua extensão, e um grande véu que mostrava o quão pura eu era.

- Por isso saiu do salão mais cedo que todos e não retornou mais? – continuou, colocando-me contra a parede.

Podia ver em sua face que ela não havia aprovado minha atitude, cheia de julgamento. Para ela era importante ter o apoio social, devíamos ser artistas na frente das pessoas, nunca mostrar defeitos ou fragilidades, sempre alegres, com um grande sorriso no rosto, com graciosidade.

- Sim – continuei com minhas omissões – Podemos focar no casamento, por favor? Esse assunto é perturbador – odiava me lembrar dos corpos ensanguentados no chão e da força que eu havia feito para matar o homem mais velho.

- Claro – respondeu contragosto, indo até o vestido.

Vi ela alisar ele, o admirando em cada detalhe.

Vossa AltezaWhere stories live. Discover now