Quem é ela?

802 82 27
                                    

Estava caminhando de volta para meu quarto

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Estava caminhando de volta para meu quarto. Estava tarde e eu estava cansada, mas, ao cortar um corredor, me deparei com Theodore vindo em minha direção.

- Aí está você! – ele sorriu.

- Sim... – suspirei, queria muito lhe perguntar sobre a mulher que ele havia gostado antes de mim, porém era imprudente da minha parte apenas desejar – Como você está? – questionei quando nossos corpos se encontraram.

- A dor é quase insuportável – confessou sem jeito – Mas acho que resisti bem.

- Você foi perfeito, Theodore – passei o braço por trás das suas costas e comecei o guiar para seu quarto.

- Não me leve para meu quarto – pediu – Me leve para o seu.

- Isso seria errado de muitas maneiras.

- E quem se importa? – ele me olhou com a testa franzida – Eu quero mais com você, todos sabem disso.

- O que, exatamente, você quer comigo? – paramos de caminhar, ficando em frente a uma sacada que deixava o vento da noite adentrar no castelo, bagunçando levemente meus cabelos – Você nunca falou em casamento...

- Achei que era óbvio – cortou-me – Apesar de achar que está muito cedo para pensar nisso.

- Eu sei – assenti – Mas precisamos nos comportar como todos os demais casais da corte. Você não pode ficar indo no meu quarto quando bem entender, por mais que eu queira.

- Você se casaria comigo se eu propusesse? – seus olhos me olhavam sério, não havia nenhum sorriso em seu rosto.

Minha respiração ficou presa em meu peito.

- Sim – respondi depois de permanecer tempo demais em silêncio.

- Não parece ter certeza disso.

- Um dia me casarei, de qualquer forma – dei de ombros – Mas quero que seja com você, independentemente de quanto tempo leve.

- Eu preciso de herdeiros, entende isso? – ele me puxou pelo braço para o lado de fora do castelo, deixando nossos corpos na sacada que o vento invadia.

- Entendo, claro. Mas o que isso significa neste momento?

- Meus pais só têm a mim e ao Albert. Albert se casará e irá morar na Alemanha. Se algo acontecer com meu pai, e se acontecer comigo, nossa família, nossa linhagem, estará destruída. Eu penso muito nisso.

- Você quer se casar logo... – percebi onde ele queria chegar.

- Sim. Essa batalha me fez perceber que isso é mais importante e urgente do que eu pensava.

- Mas se casar comigo agora seria uma péssima ideia – lembrei-me do que Antonietta havia dito.

- Você não tem culpa do que aconteceu. Não foram os alemães que invadiram nosso castelo, não há motivo para o povo ser contra essa união.

- Tem certeza de que sou a opção certa? – respirei fundo, precisava o confrontar agora, ou nunca mais teria as respostas certas.

- Eu preciso de você, eu amo você, quem mais poderia ser a opção certa?

- A mulher pela qual você se apaixonou antes de eu estar aqui – deixei as palavras saírem rapidamente da minha boca.

- Não! – ele respondeu no mesmo minuto, claramente sabendo de quem eu falava. Como ele podia pensar nela de forma tão rápida? Nem mesmo me perguntaria como eu sabia disso? Ele nem sabia se eu tinha conhecimento de seu nome – Não fale mais nesse assunto! – seu rosto se fechou em raiva.

- Ainda sente algo por ela? – minha voz ficou mais feroz.

- Não, é claro que não! – vociferou.

- Então por que está gritando? – fechei meus punhos, controlando meus sentimentos.

- Victoria... – ele levantou a cabeça, olhando para o céu – Não merece ser relembrada.

- O que aconteceu?

- Eu não lhe devo explicações, Bella – voltou a me olhar com revolta – Estou lhe avisando, pare de fazer perguntas.

- Ou o quê? – levantei o queixo.

- Você se decepcionará.

- Estou me decepcionando neste momento, que diferença faria?

- Você realmente não sabe como as coisas poderiam piorar para nós dois se você continuasse com essa obsessão por saber do meu passado – avisou.

Ele colocou a mão ao lado do peito, onde estava machucado, e sua expressão se tornou em dor. Logo vi o sangue manchar sua roupa.

- Feliz agora? – Theodore falou como se a culpa fosse minha, então simplesmente caminhou para dentro do castelo, pronto para me abandonar.

- Deixa eu cuidar de você – pedi, caminhando atrás dele.

- Não, você já fez demais por hoje.

Parei de caminhar, apenas o observando.

Não precisava ser tratada daquela maneira. Se ele realmente quisesse ser um imbecil, seria sozinho.

Virei as costas, pronta para ir para meus aposentos.

- Bella – ele me chamou de longe, fazendo-me o olhar novamente – Avisarei meus pais sobre nosso casamento – informou.

Tenho certeza de que, naquele momento, ele viu meu descontentamento em minha face.

- Não – neguei.

- Não? – soou perplexo.

- Como saberei que não está se casando comigo para esquecer... – esqueci seu nome – Victoria?

- Por Deus! – ele levou a mão a testa, massageando-a – Esqueça esse assunto.

- Esquecerei, quando me disser a verdade.

Ele cambaleou e se segurou na parede.

Corri até ele, o segurando.

- Você está muito mal – senti sua pele fria e vi que ele suava – Vamos para seu quarto.

- Não consigo – revelou – Meu corpo dói – ele foi descendo por meus braços até chegar ao chão.

- Tudo bem – beijei sua testa – Vou buscar ajuda – o aconcheguei no chão gelado do corredor e corri para as escadas, descendo-as.

Vi um guarda parado em uma porta. Sua postura era ereta, perfeitamente cuidada. Ele olhava para frente, sem prestar atenção no que eu fazia.

- Por favor! – cheguei a sua frente, ofegante – O Príncipe Theodore está passando mal, me ajude – implorei.

- Claro Vossa Graça. Onde ele está?

- No andar de cima – voltei a correr e ele me seguiu.

Ao chegar, vimos Theodore desmaiado.

O segurança o pegou no colo e juntos o levamos para a enfermaria.

O desespero voltava a reinar em meu coração. Eu tinha me esquecido, mais uma vez, como eu era fraca sem ele. Minha cabeça voltava a gritar, e meus olhos ardiam. Por que eu sempre tinha que fazer e dizer a coisa errada? Não podia ter esperado para lhe confrontar quando ele estivesse melhor?

A verdade era que eu não queria ser abandonada mais uma vez, como havia sido em minha infância, e estava tentando garantir, de todas as formas possíveis, que ele não faria isso comigo. No final das contas, eu quem estava o abandonando.

Outros guardas se juntaram a nós, quando vi havia quase um exército atrás de nós.

Vossa AltezaOnde histórias criam vida. Descubra agora