"E se o amor me destruir?"
O jovem Príncipe Herdeiro do Reino Unido, Vossa Alteza Real Theodore, aprendeu, desde muito cedo, que seu dever e coração devem estar com a nação. Tudo em sua vida está encaminhado: ele é o segundo mais importante de seu p...
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Eu caminhava pelos corredores do castelo, indo em direção ao quarto onde meu pais estavam hospedados, quando vi Theodore cortar minha visão junto de sua mãe e irmão.
Parei, olhando aquela cena que não parecia real.
Era mais do que o brilho que eles costumavam ter, mais do que a sensação de que eram intocáveis. Tinha algo mais profundo acontecendo em seus olhos e suas posições machucadas. Seus corpos diziam muito.
Os olhos de Theodore encontraram os meus, profundos e vermelhos, como se estivesse aguentando muita coisa, como se fosse gritar com todos que estavam ali, dominando sua raiva, sua tristeza, como em um pesadelo.
Eu o conhecia tão bem.
O vi caminhar em minha direção, pousando em minha cintura as suas mãos quando seu corpo ficou quase colado ao meu.
- Bella, querida. Onde você está indo? – apesar de tentar focar sua atenção em mim, vi que ele estava agoniado, temendo algo.
- Vou me despedir do meu pai – foquei em seus olhos o tempo inteiro, até que, sem querer, desviei o olhar para a Rainha, a vendo com os olhos marejados.
Tentei sorrir para ela, um pequeno e ingênuo sorriso forçado, porque ela não estava bem. Ninguém ali estava.
Apesar disso, sabia que Theodore não havia chorado, seus olhos denunciavam dor, sua postura também, mas seu rosto estava completamente seco. Sua respiração, apesar disso, era pesada como um dia caótico.
- O que aconteceu? – indaguei meu marido, que ainda me segurava.
- Nada! – claramente mentiu – Se despeça de seu pai e volte para o quarto o quanto antes, tudo bem? – pediu enquanto pousava um beijo demorado em minha testa, uma forma de se despedir que me quebrava porque mostrava que ele estava preocupado, era como uma despedida.
- Claro – assenti. Queria perguntar mais, tirar dele a verdade, mas parecia um momento muito pessoal para ele e sua família.
Tudo estava relacionado ao Rei.
Talvez ele tivesse se machucado, ou pior, estivesse com algum problema de saúde.
Quando Theodore me soltou, voltei a andar, distanciando-me dele, mas mantendo meus olhos nele o tanto quanto foi possível.
Fui ao quarto dos meus pais, em um completo silêncio. Meu coração estava pesado, minha alma sufocada.
Hoje era para ser um dia feliz... Como tudo podia estar desmoronando tão rapidamente?
Encontrei minha mãe bordando uma roupa de bebê, sentada em uma grande poltrona macia, perto da janela, onde, ao seu lado, tinha um grande arranjo de flores.
- Bom dia, minha querida – ela sorriu para mim.
- Bom dia – aproximei-me dela e pousei um beijo em seu rosto – O que é isso? – apontei para a roupinha.
