A coroa

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História contada do ponto de vista do Theodore:

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História contada do ponto de vista do Theodore:

Deixei o quarto onde Bella e eu passamos a noite e caminhei, vestido por um sobretudo que escondia as minhas vestes da noite anterior de núpcias, até a sala do trono.

Me surpreendi quando, ao abrirem as portas, vi minha mãe e Albert posicionados no meio da sala, apreensivos. Os olhos da minha mãe estavam vermelhos e seu rosto era permeado por dor, o que fez meus ossos gelarem. Meu pai realmente não estava aqui.

- Filho! – minha mãe correu e me abraçou como se visse em mim a salvação de algo ruim.

Não podia ser.

Eu estava maluco, era a única explicação.

- Estou tão feliz por você estar bem! – ela se afastou um pouco do meu corpo, mas me mantinha em sua proteção com as mãos em meus ombros.

- O que aconteceu? – perguntei a ela dando um breve olhar em meu irmão, que permanecia em silêncio – Onde está o papai?

Os olhos de minha mãe baixaram, desviando dos meus. A vi suspirar antes que as lágrimas começassem a invadir seus olhos e ela se desesperasse. Ela não conseguiu dizer mais nada, apenas me abraçou com ainda mais força.

Meu estômago embrulhou, uma repentina vontade de vomitar me dominou.

- Papai foi envenenado na noite passada – foi Albert, vendo a situação da nossa mãe, sem conseguir falar, quem me deu a notícia, aproximando-se – O castelo foi invadido, não sabemos por quem, não sabemos se há mais vítimas ou se desde o começo queriam apenas o nosso pai. Por isso estávamos preocupados com você, pois você é o herdeiro direto...

- O que isso quer dizer? – o cortei.

- O papai está morto – finalmente disse as palavras, engolindo em seco em seguida. Sua cabeça baixa e o corpo arqueado demonstravam que ele sentia muito, e que aquilo era completamente verdade.

Os prantos de minha mãe se intensificaram, ensurdecendo-me.

Aquilo não parecia verdade.

Não podia ser.

Ele estava bem há algumas horas. Eu o vi em meu casamento, nada havia ocorrido.

- O envenenaram na festa? – eu me sentia fora de mim, apenas indagar já era estranho.

- Não sabemos – Albert negou com a cabeça – Pode ser que sim, pode ser que não. Ele bebeu vinho quando chegou no quarto com a mamãe. Colocamos um dos condenados que está na prisão para beber o vinho e vamos esperar para ver o resultado.

- Você bebeu também? – empurrei levemente os ombros da minha mãe para poder olhar em seus olhos.

- Não, apenas ele – ela limpou as lágrimas, mas parecia fora de si. E como não estaria? Ele era o grande amor da vida dela.

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