Nossos primeiros momentos como uma família

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No meio da noite, enquanto eu dormia, trouxeram Charlotte para mim

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No meio da noite, enquanto eu dormia, trouxeram Charlotte para mim. Acordei com a luz das velas acesas no quarto e, ao olhar para o lado, para seu berço, lá estava o meu pequeno raio de sol.

Levantei-me com um pouco de dor e vi Eleanor sentada em uma poltrona, próxima a nós, cochilando levemente. Caminhei até minha filha, vendo-a dormir tranquilamente, podendo observar, pela primeira vez com atenção, seu perfeito rosto. Ela tinha os cabelos castanhos, como os meus, mas o nariz e a boca eram idênticos aos de Theodore. Mal podia esperar para que ela abrisse os olhos para descobrir de que cor eram.

Peguei-a em meus braços, tão pequena e inocente. Ela se mexeu, um pouco incomodada, e eu fiquei com medo de acordá-la, temendo interromper seu sono. Deitei-me com ela na cama e cobri meu corpo. Aconcheguei meu bebê em meus braços, sentindo meu coração aquecido e preenchido por amor. Não podia acreditar que tudo aquilo era real. Ela era fruto do meu relacionamento com Theodore, algo que eu mal pensava ser possível quando cheguei aqui. Agora eu tinha tudo o que sempre tive medo de sonhar em ter, por me considerar em uma posição inferior a todas as pessoas ao meu redor. Nunca pensei que um príncipe, especialmente um herdeiro ao trono, pudesse se apaixonar por mim.

Fiquei alguns minutos apenas a admirando, imaginando como ela mudaria minha vida e minha forma de lidar com o mundo. A partir de agora tudo seria por ela; Charlotte não era o futuro da Inglaterra, era também o meu futuro e o de Theodore, e em breve, provavelmente, teríamos outros herdeiros, que seriam seus irmãos.

Um choro agudo e consideravelmente baixo tomou minha atenção. Olhei na face daquele pequeno ser e a vi vermelha, a testa franzida, enquanto a boquinha aberta lançava ao mundo sua pequena fúria.

- Vossa Majestade – Eleanor levantou-se e correu para meu lado.

- Por que ela está chorando? – me mexi na cama, sem saber o que fazer.

- Pode ser por muitos motivos – elucidou – Mas acredito que esteja com fome.

- Nunca amamentei um bebê antes.

- Sempre há uma primeira vez – ela pegou Charlotte em seu colo, liberando-me – Primeiro, a senhora precisa deixar o seio a mostra – orientou.

Ri sem jeito, era estranho fazer isso na frente dela.

- Tudo bem – soltei um pouco minha camisola, e então fiz o que ela mandou.

- Agora a pegue assim – ela virou a bebê e a entregou de forma que sua cabecinha ficasse apoiada em meu braço esquerdo, pois era neste peito que ela mamaria – Arrumamos a cabeça dela perto do peito, encaixamos sua boca com cuidado, e o resto ela mesmo faz – Eleanor segurou meu peito e encaixou a bebê nele. Era a coisa mais estranha do mundo, e eu me sentia muito esquisita com aquilo.

Foi desconfortável no começo, e um pouco dolorido a sentir sugar o leite de mim, mas tentei me acostumar com a sensação. Era difícil.

Theodore entrou no quarto, seus cabelos estavam bagunçados. Ele pareceu bem surpreso ao me ver naquela situação, um pouco desconcertado. Vi ele virar o rosto para não ver o que acontecia, e achei graça.

Vossa AltezaWhere stories live. Discover now