Descobrindo seu passado

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Gente, por favor, me contem o que estão achando da história. Preciso saber se vocês estão gostando do rumo dela ou se gostariam que eu mudasse algo. O comentário de vocês na história é muito importante para mim, me motiva a continuar escrevendo, então, por favor, não se esqueçam disso! Beijos.

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Adentrei no quarto e vi Nathaniel sobre a cama. Me aproximei dele, vendo lágrimas em seu rosto. Provavelmente chorava pela dor, mas podia ver como ele estava se segurando para não parecer fraco.

Passei a mão em seu rosto, limpando suas lágrimas. Ele tentou sorrir para mim e puxou minha mão para a sua, segurando-a.

- Estou feliz por você estar aqui – disse com pouco fôlego.

- Em breve a Louise virá – puxei minha mão com delicadeza, para que ele não pensasse que eu estava lhe dando espaço.

- Ela está bem? – questionou-me olhando para meus olhos.

- Sim, mas bastante abalada com tudo que lhe aconteceu.

- Imagino – ele assentiu.

- Você se lembra do que lhe ocorreu? – sabia que não devia perguntar, mas a curiosidade era mais profunda que minha consciência.

- Bom... – ele tentou respirar, mas seu peito estava bastante machucado, dificultando a entrada de ar.

- Não precisa explicar, você está com dor – voltei atrás.

- Um pouco – concordou.

- Onde dói? – olhei para seu corpo, tudo parecia muito afetado.

- Meu peito.

- Posso ver como está? – pedi sua permissão para retirar o curativo.

- Vá em frente – se esforçou para sorrir.

Toquei em seu peito, baixando a coberta que o aquecia, e então levantei levemente a faixa para assim poder ver seu machucado. O corte era profundo, haviam suturado a ferida, mas estava inchada e vermelha. Apenas de olhar sentia-me mal, uma dor insuportável. Como ele aguentava? Como não estava desmaiando, como Theodore na primeira noite?

- Tenho certeza de que ficará bem – tentei ser positiva, arrumando seu curativo novamente. Sua pele fervia em febre.

- E se eu não ficar? – suspirou – E se eu morrer? – vi o medo passar por seus olhos.

- Não vai – peguei uma toalha úmida na cabeceira da cama e coloquei em sua testa – Você estava muito pior anteriormente e não morreu. Agora está recuperando suas forças, mesmo que com muito sofrimento.

- Eu mal consigo me mexer – seu semblante era triste – Por favor, coloque a mão em meu peito.

- Por quê? – estranhei, franzindo a testa.

- Isso me fará pensar em outra coisa além da dor insuportável.

Lutei contra mim mesma, pensando em quanto aquilo podia ser interpretado de maneira errônea por ele ou por quem visse a situação.

- Por favor, eu não posso me ajudar tanto quanto você pode – implorou com seus olhos azuis intensos me encarando.

- Tudo bem! – sentei-me na beirada da sua cama e estendi minha mão sobre seu peito. Podia sentir cada batia do seu coração. Era bom.

- Me conte algo bom – ele pediu.

Minha memória não encontrava nada que pudesse o fazer feliz.

- Eu... – hesitei, não sabia se devia falar, mas queria deixar tudo claro – Estou envolvida com o Theodore, de alguma forma – minha voz falhava, mas foram claras.

Ele arregalou os olhos e abriu levemente os lábios.

- Entendi – assentiu, parecia decepcionado – Então ele finalmente teve coragem de aceitar os próprios sentimentos – sua respiração ficou mais pesada e seu coração batia mais rapidamente.

- O que você quer dizer com isso?

- Eu o conheço há muitos anos... Nunca o vi olhar para alguém como ele olha para você – ficou pensativo e seus olhos desencontraram os meus – Na verdade, apenas uma garota chamou sua atenção dessa maneira, para ser justo.

- Quem?

- Isso não importa – ele negou com a cabeça.

- Ela está na corte? – meu coração se apertou, não podia pensar em Theodore querendo outra pessoa. Já era difícil tê-lo visto com Antonietta, mesmo ele deixando claro que não a queria.

- Você o ama? – questionou-me com uma voz séria e profunda.

- Sim, eu o amo – admiti.

- Então esqueça essa história e viva o que ele está lhe oferecendo – aconselhou-me.

- Eu devo me preocupar? – a insegura era minha maior inimiga.

- Não, ela está muito longe nesse momento.

- Ela é inglesa? – continuei em busca de informações.

- Sim, filha de um Duque – expôs.

Isso era péssimo. Ela podia ser uma opção melhor de casamento para ele do que eu.

- Por favor, me conte algo – implorei.

- Responderei apenas mais uma pergunta. Seja sábia.

- Quem terminou o relacionamento?

- Ele.

Por quê? Eu queria saber o motivo, mas já tinha usado minha chance de questionar.

- Não preste atenção nisso – sua mão encontrou a minha em cima de seu peito – Ele está apaixonado por você, eu posso garantir isso. Ele não a escolheria em vez de você.

Levantei-me do seu leito e me coloquei ao seu lado novamente, sentando-me na cadeira.

- Você está brava comigo? – ele virou o rosto para poder me olhar.

- Não, claro que não!

- Então por que se afastou?

- Não quero que as pessoas compreendam erroneamente a nossa amizade, Nathaniel.

Ele assentiu.

- Claro, seria um risco para seu relacionamento com o Theodore. Você agora é possivelmente a futura Rainha da Inglaterra e do Reino Unido. Não pode haver rumores sobre sua reputação e fidelidade – apesar da fala ser um pouco dura, ele não parecia ressentido.

- Eu não vejo por este lado – rebati – Não me importo com o que os outros pensam. Me importo apenas com o que Theodore pode entender.

Louise adentrou no quarto chamando nossa atenção. Meu corpo pulou na cadeira, como se eu estivesse fazendo ou falando algo errado. Ela me olhou um pouco assombrada.

- Tudo bem? – ela desconfiou de algo.

- Sim – respondi rapidamente – Estávamos lhe esperando.

- Eu não posso acreditar que você acordou – ela se aproximou da cama do irmão – Eu quero lhe abraçar – seus olhos se encheram de lágrimas – Mas não quero te machucar.

- Tente – ele pediu.

Ela se deitou em seu peito e passou os braços ao redor de seu corpo. Ele fez uma expressão de dor, mas não reclamou. Seu rosto ficou mais vermelho conforme ele tentava controlar a dor.

- Obrigada por ficar com ele nesse tempo – Louise me olhou, ainda abraçada nele.

- Sem problemas – sorri – Preciso ir.

- Claro – ela me liberou.

- Melhoras, Nathaniel – desejei.

- Obrigado – ele me deu um sorriso doce.

Saí do quarto sentindo meu coração pesado.

Theodore significava muito para mim, eu faria qualquer coisa por ele, mas estaria ele mesmo apaixonado por mim ou apenas tentando esquecer seu passado?

Vossa AltezaWhere stories live. Discover now